Caro senador Geraldo Mesquita!
Como assíduo telespectador da TV SENADO, vez por outra, o vejo na tribuna. Agrada-me a precisão dos seus pontos de vista e da sua forma de expressá-los, sempre muito clara e segura; demonstrando alto grau de informação e interesse pelas causas nacionais.
Um dia desses, assisti a um pronunciamento seu, quando V. Exa. dissertava sobre a destruição sistemática da biodiversidade amazônica na onda do brutal e acelerado avanço sobre a floresta nativa; quando intrinsecamente ainda demonstrava preocupação com as populações nativas secularmente negligenciadas pelo estado e que agora, mais do que nunca, vêm perdendo espaço para os exploradores mercenários, um prenuncio do agravamento dos problemas sociais. V. Exa. ainda prometeu voltar ao tema outras tantas vezes no intuito de revesti-lo da posição de destaque que deve merecer.
Não considere isso como crítica, mas V. Exa. não pode imaginar a frustração ou a sensação de impotência que nos acomete, quando vemos parlamentares, senadores como o senhor, revestidos da autoridade que vos delegamos, diante de problemas de altíssima magnitude; ali, naquela tribuna discursando como que ao vento, diante de um presidente desatento, de um cronômetro apressado e de uma assistência ruidosa. Como é possível dissertar sobre temas complexos e polêmicos num clima daqueles? A impressão que se tem é que todos estejam enfarados, exaustos e impacientes. Talvez haja mesmo coisas mais importantes a serem tratadas naquele burburinho paralelo e que o orador esteja apenas sendo importuno com seu blá, blá, blá. Some-se a isso a diversidade de interesses, os apartes, os cortes de som; mergulhando o ambiente e os temas numa espécie de bruma de abstratismo e de perda de tempo.
Caro senador, certamente meu problema seja falta de informação. Talvez esteja precisando de umas aulas de dinâmica parlamentar ou de rotinas parlamentares. Se é que seja assim que se defina tal matéria.
Todavia, a verdadeira razão dessa missiva baseia-se na coluna “sugestões” existente em seu site. Outro dia, ao visitá-lo, sugeri um projeto que transformasse a região amazônica em área de alta sensibilidade de forma a obrigar o governo a enviar tropas em grande escala para lá. Obviamente isso não é tão simples e demandaria vultosos investimentos em logística, pessoal, armamentos, etc; além de incitar as suscetibilidades internacionais. Entretanto sr. Senador todos sabemos que o governo FHC gastou 2 bilhões de dólares com o projeto SIVAM. Uma estrutura fantástica capaz de monitorar as moscas que sobrevoassem e até os palitos de fósforo que fossem acesos naquele rincão. Intrigante, que diante dessa realidade, pois isso foi altamente divulgado e discutido àquela época, ninguém mais toca no assunto; nem a imprensa e pior: a agressão àquele patrimônio se acirra a cada dia.
Várias vezes contatei a rede globo, rádio cbn e outras pedindo que ressuscitassem o assunto. Porém, até hoje ninguém acordou. Estaríamos diante de mais um caro elefante branco, útil apenas para aumentar a rentabilidade da multinacional americana que ganhou a concorrência ou o governo brasileiro, veladamente, tem certo interesse naquela destruição como forma mais barata de integração do território; que todos também sabemos, está na mira das grandes potências há muito tempo. Afinal de contas nossos avós portugueses também se utilizavam desse método medieval nas suas conquistas: destruir para dominar.
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