A mídia internacional já deve estar entediada com as notícias eletrizantes que recebe do Brasil quase todos os dias. Eles devem pensar: - será que lá no Brasil não acontece nada diferente nunca? Quando não são os assassinatos e assaltos a estrangeiros por bagatelas e câmeras fotográficas, são os corruptos mais criativos do mundo em ação. Ou então aviões que nunca partem na hora, nunca chegam na hora, não fazem manutenção, prédios em construção nas rotas aéreas, controladores de vôo ganhando salários aviltantes, pistas de aterrissagem inacabadas, buracos negros no espaço aéreo. Fora os tiroteios urbanos, carros voltando na contra mão, blitz de bandidos, arrastões na praia, balas perdidas, prostituição infantil, turismo sexual, esgoto a céu aberto, destruição das reservas biológicas, fogueira de jornalista vivo, leite com soda cáustica. É tanta confusão que nem Homero, Balzac, Dante ou mesmo Salvador Dali juntos, seriam capazes de imaginar tamanha comédia.
Como se não bastasse acrescentaram à bagunça nacional mais um capítulo dessa interminável novela, o qual deveria se intitular: ETA DELEGADINHO BURRO! Pois tal doutor burro delegado foi capaz de manter uma menor presa com homens numa única cela. E pior! Foi à CPI afirmar que a garota não informou sua idade. E pior ainda! Há outras autoridades tão ou mais burras que ele que deram cobertura à barbaridade. Esses senhores deveriam ser condenados a trinta dias de jaula de calcinha cor de rosa, com aquele macacão super dotado do zoológico de São Paulo. E muito, muito, muito pior ainda! Divulgou-se na imprensa brasileira que esse procedimento não é incomum no nosso sistema carcerário.
Se fosse um nordestino diria: - “estou abestado”. Eu, no entanto, muito mais que isso, estou encucado. Esses senhores tiveram algum motivo inconfessável que os levaram a fazer isso. E uma borboleta azul me disse que estão promovendo prostituição forçada na cadeia. Algo mais ou menos como os cafetões fazem aqui fora vendendo favores sexuais de crianças para estrangeiros pedófilos. O presidente Lula, da tribuna, outro dia esbravejou: - “mesmo se fosse uma senhora de sessenta anos seria um absurdo”. E se fosse um gay, não seria? Claro que não, porque esse procedimento com pessoas dessa linha sexual também é normal nas cadeias brasileiras. Gays não são humanos, não merecem respeito! Perguntem aos pais deles de qual planeta os trouxeram e se concordam com isso ou então, consultem a constituição ou o código penal e se certifiquem onde está determinado que pessoas devam ser vilipendiadas devido a sua preferência sexual incomum à maioria. O filme CARANDIRU, baseado em fatos reais e no livro de Dráuzio Varella, uma das maiores bilheterias da história cinematográfica brasileira, abordou magistralmente esse assunto, aliás, muito bem protagonizado pelo ator Rodrigo Santoro. Ali, felizmente, tudo termina bem, mas ficou bem caracterizado o sofrimento, a humilhação e a falta de dignidade humana, num ambiente pérfido, sujo, imoral e pior; com a anuência dos responsáveis pela integridade e pela salubridade ambiental.
Infelizmente daqui a algum tempo esse crime vai cair no esquecimento, ninguém se preocupará em fiscalizar outras instituições penais para que não mais isso aconteça e os chacais, sem ser incomodados, voltarão para suas carniças. Essas lamentáveis torturas inspiradas na intolerância e nos métodos fascistas de eliminar para purificar deveriam ser castigadas com máximo rigor num mundo já enlutado por tantos holocaustos promovidos por alguns psicopatas de plantão que não sabem fazer nada mais que engendrar planos diabólicos para promover o sofrimento alheio. Até quando teremos que continuar assistindo a perseguições às minorias desvalidas, só porque não agradam sua cor, sua religião, seus costumes, sua pobreza?
Os indivíduos, quando encarcerados, ficam sob a custódia do estado e este deve preservar sua integridade física, psíquica e moral. Não cabe, portanto aos empregados da sociedade se arvorar à aplicação de punições complementares, baseadas em humilhações ou impulsos neurastênicos e masoquistas. No Brasil o castigo capital daquele encarcerado é a perda da liberdade, não da dignidade. Aos tribunais é delegada competência para julgar e aplicar punições baseadas em leis ditadas pelo parlamento constituído por homens eleitos democraticamente. Se o destino dos faltosos com a sociedade devesse ficar aos cuidados de meia dúzia de idiotas irresponsáveis, incompetentes e ditadores; o que justificaria a existência de promotores, juizes, advogados, tribunais e toda a dispendiosa parafernália jurídica?
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