APRESENTAÇÃO


O conjunto de trabalhos que o amigo leitor encontrará aqui foi produzido ao longo de alguns anos. Não posso aqui precisar quantos, talvez uns vinte. A grande maioria deles publicada no jornal A TRIBUNA SANJOANENSE de SÃO JOÃO DEL REI (minha terra nanal) e NOVA MIDIA de BARBACENA; ambas tradicionais cidades históricas mineiras muito politizadas.

Obviamente há uma cronologia de publicação associada aos acontecimentos que inspiraram as respectivas reflexões. Depois de muito pensar, se deveria mencionar datas, resolvi aboli-las, pois achei que correria o risco de tornar seu passeio um tanto dirigido e até cansativo. Posso imaginar alguém lendo algo retratando fato acontecido há anos! Talvez se sinta entediado. Então, no intuito de instigá-lo, apresento uma miscelânea de trabalhos recentes e antigos, a fim de lhe subtrair, de propósito, qualquer direcionamento e deixá-lo livre para pensar, buscando no tempo, por si, tal associação. Acredito ainda que dessa forma esteja incitando sua curiosidade à medida que avance passos adentro. Sua leitura poderá inclusive ter início pelo fim ou pelo meio, que não haverá prejuízo algum para a percepção de que as coisas no Brasil nunca mudam. Ficará fácil constatar que a vontade política é trabalhada para a perpetuação da incompetência administrativa, obviamente frutífera para algumas minorias.

Penso que, se me dispus a estas publicações, deva estar antes de tudo, suscetível a criticas e, portanto, nada melhor que deixá-lo, valendo-se unicamente das informações contidas no texto, localizar-se na história. Caso não lhe seja possível, temo que o trabalho perca qualidade perante seu julgamento pessoal. Por conseguinte, acredito que isso não acontecerá; a não ser que o leitor não tenha, em tempo, tomado conhecimento dos fatos aqui retratados. Procurei selecionar de tudo um pouco; certamente sempre críticas, porém algumas muito sérias carregadas de um claro amargor. Outras, mais suaves, pândegas e até envoltas num humor sarcástico. Noutras retrato problemas da minha São João del-Rei. Até cartas para congressistas em Brasília há. E em alguns pontos, para abusar da sua paciência, introduzi coisas muito particulares. Críticas à parte, nessas, apenas falo de mim, afinal, apesar de amigos, talvez nunca tenhamos trocado impressões sobre coisas tão pessoais. . .

Aqueles que me conhecem há tempos, sabem que sou um obstinado por política, apesar de jamais tê-la exercido diretamente. Motivos houve de sobra e numa oportunidade poderei explaná-los. Todavia, do fundo do coração, afirmo que tal paixão tem como motor um doloroso inconformismo por ver o Brasil tão esplêndido e tão vilipendiado; vítima inconteste dessa cultura avassaladora de demasiada tolerância à antiética e à imoralidade na administração pública. Comprovadamente este é o pior dos tsunames com potencial para ter retardado nosso progresso mais de três séculos e grande responsável pela perpetuação da pobreza de metade da nossa população, pelo analfabetismo total e funcional, pela violência social e pelo abismo intransponível que aliena gigantesco contingente, maior que um quinto da população do continente sul americano. Diante do inaceitável absurdo, impossível me conformar em silencio diante dos atos e fatos que vão vergonhosamente enxovalhando nossa história e nos deixando como um gigante deitado sobre o escravismo que a Lei Áurea não foi capaz de abolir.

O título? Esse, talvez, seja o mais difícil explicar. GRITOS SEM ECOS representa uma espécie de pedido de socorro do náufrago, que sabe que de nada adiantará espernear, pois não há interlocutores, não há socorro, não há saída, não há conscientização; mas, assim mesmo, grita.

Será um prazer receber sua visita e ler suas opiniões, elogios ou críticas.

Forte abraço!



quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

PROFESSOR BRUNO LEONCIO CARIELO, O CARA!

PROFESSOR BRUNO CARIÊLO LEÔNCIO, O CARA!

Justa homenagem prestou a administração municipal, com a anuência e apoio da prefeita Regina, ao professor Bruno Cariêlo, pelo seu brilho e suas conquistas no âmbito esportivo nacional; como também por ascender o nome e a imagem desta cidade de São Vicente de Minas ao mais alto panteão da sua história.

O lendário ex-presidente americano Abraham Lincoln, certa vez, proferiu o seguinte pensamento: “- Quando pratico o bem, sinto-me de bem; quando pratico o mal, sinto-me de mal. Eis a minha religião”! Diante disso, calculemos o quanto bem nosso nobre professor esta se sentindo por, através do esporte, plantar o bem na vida de tantos jovens.

O futuro será o retrato do presente, portanto jovens de bem farão um Brasil melhor, menos injusto, mais gentil, mais amado e mais respeitado. 
E o ex-acadêmico da Academia Brasileira de Letras, Eugênio Gomes, em sua brilhante análise: O Enígma de Capitu sobre a obra prima de Machado de Assis: Dom Casmurro; nos deixou a seguinte mensagem, que não nos é permitido esquecer: - “a estética é a ética da civilidade.” O esporte se enquadra perfeitamente nessa verdade por ser, além de belo e fazer bem ao espírito e ao corpo, algo que proporciona ao homem/mulher a capacidade de colocar sua natureza guerreira em ação sem ferir ninguém, uma vez que o respeito ao adversário é seu dogma fundamental.  

Parabenizo o professor, lhe desejando saúde e disposição para continuar seu belo trabalho, como também a esta cidade pelo reconhecimento a ele devido
na esperança de que mais homens/mulheres dessa têmpera nasçam, a fim de salvar o Brasil da sua atual depauperação moral e cívica.



quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

QUAL O MELHOR PARA O BRASIL E PARA AS NACOES EM DESENVOLVIMENTO?

QUAL O MELHOR PARA O BRASIL E PARA AS NAÇÕES EM DESENVOLVIMENTO?

        O Brasil é a segunda maior democracia do mundo, não pela qualidade, mas pelo tamanho gigantesco da sua população. Quando a sociedade brasileira conseguir reduzir o abismo que separa ricos e pobres, não só no campo econômico, mas também no social e educacional, aí sim, seremos grande democracia em tamanho e qualidade.
A receita para esse intento, no entanto, não se encontra nos manuais marxistas e muito menos na conduta político-administrativa ditatorial dos países comunistas. Pelo contrário; todas as sociedades que foram ou ainda estão submetidas a regimes ditatoriais, de qualquer orientação, sofreram ou estão sofrendo pelo atraso tecnológico, social, político e democrático.
Os líderes que se encontram hoje no comando das nações pobres ou consideradas emergentes sabem disso tanto quanto também conhecem a receita usada pelos países ricos e democráticos; os mesmos que conseguiram reduzir a pobreza com sustentabilidade, ou seja, sem implantar na mentalidade popular a ilusão de que o Estado pode e deve funcionar como pai e mãe de todos os desvalidos. A essa política chamamos “assistencialismo populista”, cuja utilidade é criar uma massa de manobra incapaz de pensar, julgar e escolher seu próprio destino; abrindo espaço para que governantes se transformem em donos absolutos da nacionalidade, podendo dispor das riquezas culturais e materiais segundo interesses pessoais e aos da elite que os apóia.
A democracia plena e igualitária é fruto do trabalho de líderes verdadeiramente comprometidos com as liberdades humanas em sua plenitude, entendendo-se que a maior delas é a capacidade do universo de indivíduos competir de igual para igual, porque todos tiveram as mesmas oportunidades educacionais; entendendo-se isso como direito à educação de alta qualidade desde o período pré-escolar até os últimos anos universitários.
A máxima que no presente orienta o pensamento político brasileiro: “País rico é país sem pobreza” não passa de uma alegoria lingüística, uma espécie de silogismo barato de cunho populista; nada mais que um jogo de palavras para impressionar cidadãos mal informados. Eu digo que país rico é aquele que não fabrica dependentes e ignorantes úteis, nem admite comércio de votos de cabresto.
  Independentemente da orientação política: capitalismo ou comunismo; não importa; se não houver comprometimento com a verdade e com o abraço fraternal entre eu, você e nós, nada funcionará bem. As injustiças atribuídas ao sistema capitalista brotam no âmbito da falta de solidariedade, na incapacidade de respeitar direitos constitucionais que impõem igualdade entre os indivíduos e na leniência dos governantes que não submetem o Estado a sua utilidade precípua que é a de proteger o cidadão indefeso garantindo justiça social prevista em lei constitucional.
De outra forma os timoneiros comunistas, que historicamente precisam usar da força ditatorial, para se impor sobre a natureza livre do ser humano não conseguem livrar-se da ambição absolutista e montados no Estado o transformam em carrasco impiedoso capaz de exterminar, unicamente baseados em condenações sumárias, na maioria das vezes pelo crime banal de discordar das políticas estatais impostas sem consulta popular.
Diante de sérios defeitos estruturais dos dois regimes, não é difícil concluir, portanto, que o melhor sistema é aquele que mais respeita as liberdades individuais e os direitos básicos do ser humano de se educar, se informar, se movimentar livremente, se manifestar, se defender, se alimentar, investir, procriar e ser protegido pelo Estado. A isso chamamos "Estado de Direito" e é com esse que devemos caminhar rumo ao futuro, se é que assim desejamos.
Portanto, as nações que almejem construir uma sociedade menos injusta devem substituir políticas demagógicas de extremistas paranóicos de direita ou de esquerda, como também foices e martelos obsoletos comunistas pelo conjunto: honestidade, cumprimento dos direitos básicos previsto na Constituição Federal, escola de alta qualidade para ricos e pobres, democracia, empreendedorismo, administração eficiente dos bens públicos, combate severo à corrupção, racionalização dos gastos do Estado e computador integrado à rede mundial acessível a cem por cento da população.
Segundo Alvin Toffler, importante pensador norte americano: “Os analfabetos no futuro não serão aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que não tiverem oportunidade de aprender, reaprender e voltar a aprender.” Impossível tratar desse tema sem mencionar o consagrado escritor futurista, que a esquerda considera um visionário louco, autor de uma das mais polêmicas obras do século XX: “A Terceira Onda.”
Ele dividiu o tempo e o espaço desenvolvimentista da humanidade em três partes as quais classificou como ondas.  A primeira onda considerou a época da agropecuária básica, quando novas gerações exploravam a terra como seus ancestrais faziam há milhares de anos; num padrão básico de produção para subsistência pessoal e familiar. A segunda ressalta a fase da industrialização maciça, uso intensivo do automóvel, do transporte de massas, inchaço das grandes cidades, poluição, falta de planejamento no campo da sustentabilidade. A terceira trata do fenômeno internet, introdução do computador nos lares, no trabalho e nas empresas como eletrodoméstico comum e de uso diário; tendo como pivô central a proliferação de funções e profissões que exigiriam cada vez mais conhecimento de alta sofisticação tecnológica.
Lembro que suas previsões futurísticas preconizadas na obra “Terceira Onda” foram publicadas ainda na década dos oitenta, quando a internet e as novas tecnologias ainda causavam espanto e incredulidade até nos cidadãos das nações desenvolvidas. Mas a pérola máxima das suas previsões viria, quando enxergou que a popularização das altas tecnológicas produziria maior eficiência e produtividade, mas em contrapartida exigiria grandes investimentos em educação e que este seria o caminho mais curto e barato para a extinção da pobreza na sua condição de subproduto da ignorância. Exemplos de nações que seguiram sua cartilha e tiveram sucesso inimaginável: Japão, Korea do Sul, Austrália, Nova Zelândia.
Diante dessa magnífica futurologia, que a cada momento mais se concretiza e toma ares de indiscutível realidade, cabe a inevitável pergunta: Qual será o futuro do Brasil e demais nações, que, por ventura ainda continuem navegando na contra mão da Terceira Onda, por simples radicalismo ideológico ou mesmo porque ainda enxergam no uso da ignorância um bom passaporte para a permanência no poder?

ANTÔNIO KLEBER DOS SANTOS CECILIO.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

ABA EM GUERRA COM A REVISTA VEJA - EM SEGUIDA MINHA OPINIÃO


ABA avalia se irá processar a Veja por ataques baixos contra povos indígenas e antropólogos/as
A recente matéria da revista Veja intitulada "Farra da Antropologia Oportunista" vem despertando reações veementes de condenação da prática de jornalismo descaradamente mentiroso, racista e atrelado ao lobbie dos capitalistas em conflito com povos indígenas. Em nota pública assinada pelo Prof. João Pacheco de Oliveira da UFRJ e coordenador Comissão de Assuntos Indígenas da Associação Brasileira de Antropologia, a CAI-ABA demonstra com evidências documentais que o artigo da Veja não é um fato isolado, mas parte de uma prática sistemática de deslegitimação das reivindicações dos povos indígenas que estão em conflito com interesses corporativos e do agronegócio, valendo-se para tanto de mentiras, argumentos superficiais e caluniosos, difamação de lideranças indígenas, do CIMI e de antropólogos, e uso manipulado de frases às vezes fora de contexto e em outras claramente forjadas de profissionais. A Comissão de Assuntos Indígenas revela que o presidente da Associação Brasileira de Antropologia já acionou os seus assessores jurídicos para avaliar a possibilidade de responsabilizar juridicamente os responsáveis.
"Dada a assimetria de recursos existentes, contamos com a mobilização dos antropólogos e de todos que se preocupam com a defesa dos direitos indígenas para, através de sites, listas na Internet, discussões e publicações variadas, vir a contribuir para o esclarecimento da opinião pública, anulando a ação nefasta das matérias mentirosas acima mencionadas. Que não devem ser vistas como episódios isolados, mas como manifestações de um poder abusivo que pretende inviabilizar o cumprimento de direitos constitucionais, abafando as vozes das coletividades subalternizadas e cerceando o LIVREhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png debate e a reflexão dos cidadãos. No que toca aos indígenas em especial a Veja tem exercitado com inteira impunidade o direito de desinformar a opinião pública, realimentar velhos estigmas e preconceitos, e inculcar argumentos de encomenda que não resistem a qualquer exame ou discussão."


REVERSÃO DA HISTÓRIA NO TÚNEL DO TEMPO.
Quero deixar claro que não estou aqui defendendo a destruição ou a desumanização do índio, esse elemento de extrema importância na formação étnica brasileira. Entretanto não posso deixar de me pronunciar diante do acirramento dos ânimos toda vez que o tema é o espaço indígena no sentido territorial ou até mesmo cultural.

Não é também tema central desta reflexão a razoabilidade ou a veracidade do que a Revista Veja denunciou ou a sensibilidade melindrosa da esquerda, que tradicionalmente gosta de liberdade de expressão para si, mas não a vislumbra como via de mão dupla, cujo direito de falar o que pensa não deve ser compartilhado com quem também pensa, mas diferente.

Não acredito que Veja inventou o que publicou como também não acredito que as teses político-antropológicas relativas aos indígenas sejam um arrazoado de mentiras e exageros. Penso assim, porque, apesar de não ser um estudioso das ciências antropológicas, sou um ser pensante, bem informado, lido e corrido, brasileiro até a alma, conhecedor das artimanhas da vida e da política brasileira e também não concordo com a excessiva valorização ou desvalorização de qualquer dos seguimentos étnicos que compõem a sociedade brasileira.

Todavia, assim como eu, grande parte dos cidadãos brasileiros tem observado com certo espanto manobras indígenas no sentido de reivindicar direitos sobre áreas urbanas já consolidadas de alto valor mobiliário, como também sobre áreas industriais e rurais altamente produtivas e de importância vital para as regiões onde se localizam, adquiridas e documentadas legalmente pelos atuais proprietários, porém conquistadas nas guerras dos lendários bandeirantes a serviço do Império Português, descobridor e arrebatador do poderio indígena naqueles séculos em que o Brasil ainda nem existia como nação independente e reconhecida como legalmente constituída.

Não é segredo para ninguém que a história universal é ricamente recheada de sangrentas guerras de conquista, cuja sombra da morte, da humilhação e da escravidão sempre esteve presente e nesse contexto os índios sul americanos e brasileiros simplesmente foram o povo vencido.

No entanto, penso que os índios brasileiros merecem usufruir de algum espaço que lhes pertença, mas é uma aberração casos de tribos indígenas, com pouco mais de cinco ou dez mil indivíduos, terem a propriedade de áreas maiores do que muitos países, ricas em minerais importantes e, o que é mais grave, em alguns casos localizadas junto às bordas das fronteiras brasileiras com outros países; quando se sabe que há nações indígenas que impedem o livre acesso a estradas construídas e pagas pelo erário público, praticam exploração ilegal de minerais e madeira e facilitam a permanência e até a residência de cidadãos estrangeiros no interior de suas propriedades, em detrimento de brasileiros natos.

A extrema condescendência com que os acadêmicos brasileiros e, porque não dizer, o judiciário e até o governo atual vem tratando o problema dos indígenas brasileiros é tão estapafúrdia que breve ensejará a devolução do Brasil aos índios. Seria o mesmo que Roma reivindicar os territórios da Península Ibérica e da velha Britânia, que os Australianos tivessem que devolver a algumas centenas de Aborígenes o país continente ou os descendentes dos Maias, quererem que o governo espanhol lhes indenize todo o ouro, a prata e o grande território que lhes foi tomado.

Penso que esse é um assunto de imensa importância e delicadeza que jamais deveria ser tratado com arrogâncias ideológicas de direita ou de esquerda. Afinal, o Brasil existe ou não? Todos têm os mesmos direitos e deveres ou não? Onde estão estabelecidos os deveres dos índios para com a integração nacional e para com a integridade dos imensos territórios que já lhes foram confiados?


Será que teremos que entrar no túnel do tempo, a fim de ressuscitar os reis portugueses, para que eles desconsiderem o Tratado de Tordesilhas e se satisfaçam com os quatro cantos do seu mínimo país? 

domingo, 30 de novembro de 2014

DESABAFO DE MARCELO ODEBRECHT E RESPOSTA EM SEGUIDA

Minha tendência NATURALhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png perante assuntos que despertam polêmicas, como as reportagens e os artigos publicados nas últimas semanas sobre viagens do ex-presidente Lula, é esperar a poeira baixar.
Dessa vez, resolvi agir de modo diferente porque entendo que está em jogo o interesse do Brasil e o legado que queremos deixar para as futuras gerações.
As matérias, em sua maioria em tom de denúncia, procuraram associar as viagens a propósitos escusos de empresas brasileiras que as patrocinaram, dentre elas a Odebrecht.
A Odebrecht foi, sim, uma das patrocinadoras da ida do ex-presidente Lula a alguns dos países citados. E o fizemos de modo transparente, por interesse legítimo e por reconhecer nele uma liderança incontestável, capaz de influenciar a favor do Brasil e, consequentemente, das empresas brasileiras onde quer que estejam.
O ex-presidente Lula tem feito o que presidentes e ex-presidentes dos GRANDEShttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png países do hemisfério Norte fazem, com naturalidade, quando apoiam suas empresas nacionais na BUSCAhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png de maior participação no comércio internacional. Ou não seria papel de nossos governantes vender minérios, bens e serviços que gerem riquezas para o país?
Nos últimos meses, o Brasil recebeu visitas de reis, presidentes e ministros, e todos trouxeram em suas comitivas empresários aos quais deram apoio na busca de negócios.
Ocorre que lá fora essas ações são tidas como corretas e até necessárias. Trazem ganhos econômicos legítimos para as empresas e seus países de origem e servem para a implementação da geopolítica de governos que têm visão de futuro, como o da China, por exemplo, que através de suas empresas, procuram, cada vez mais, ocupar espaços estratégicos além fronteiras.
Infelizmente, aqui o questionamento existe, talvez por desinformação. Permitam-me citar alguns números. A receita da Odebrecht com exportação e operações em outros países, no ano de 2012, foi de US$ 9,5 bilhões e nossa carteira de contratos de engenharia e construção no exterior soma US$ 22 bilhões.
Para atender a esses compromissos, mobilizamos 2.891 empresas brasileiras fornecedoras de bens e serviços. No conjunto, elas exportaram CERCAhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png de 60 mil itens. Dessas, 1.955 são pequenas empresas e, no total, geraram 286 mil empregos em nosso país. É uma enorme cadeia de empresas e pessoas que se beneficia de nossa atuação em outros países e, obviamente, se beneficia também do apoio governamental a essa atuação. Esse apoio se dá, dentre outras formas, com os financiamentos do BNDES para exportação que, no caso da Odebrecht, é bom que se frise, representam 18% da receita fora do BRASILhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png.
Estamos em 22 países, na GRANDEhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png maioria deles há MAIShttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png de 20 anos, e exportamos para outros 70. Como ex-presidente, Lula visitou sete, e esperamos que ele e outros governantes visitem muitos mais.
Esses números falam por si, mas decidi me manifestar também porque não quero que disso fiquem sentimentos de covardia ou culpa para as pessoas que trabalham em nossa organização.
Quero minhas filhas e os familiares de nossos integrantes de cabeça erguida, orgulhosos do que nós e outras empresas brasileiras temos feito mundo afora, construindo a Marca Brasil para além do samba e do futebol, ao mesmo tempo em que contribuímos para a prosperidade econômica e justiça social nos países e comunidades onde atuamos.
A inserção internacional nos tornou um país socialmente mais evoluído e comercialmente mais competitivo porque gerou divisas, criou empregos, permitiu trazer novas tecnologias e estimulou a inovação.
O tratamento que está sendo dado por muitos às viagens do ex-presidente Lula é míope e reforça entre nós uma cultura de desconfiança.
Caminhar na construção de uma sociedade de confiança, fundada no respeito entre empresas, entre estas e o poder público e entre o poder público e a sociedade será muito bom PARA TODOShttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png nós.

RESPOSTA:

O desabafo do Sr. Marcelo Odebrecht até que esta bem escrito. Pelo menos ele demonstra não ser apenas um engenheiro capitalista imperialista rico da elite branca, mas conhece um pouquinho da língua pátria. Talvez menos que política petista!

Sobre seu conteúdo, cola muito para a banda da sociedade, que ainda acredita no Lula por interesse ou por ignorância. Entretanto para aqueles, como eu, que lustraram bancos de escolas e tiveram o ingrato privilégio de conhecer os golpes dos ditadores comunistas ou de candidatos, como é o caso do seu garoto propaganda, não cola. Não cola, porque a história demonstra que a velha associação de ditadores com a elite poderosa sangue azul, não passa de uma maneira sutil para legitimar-se no poder diante dos olhos dos incautos, como também para funcionar como suporte de sustentação da roda do "toma lá da cá", que todos no Brasil conhecem muito bem.   

Portanto seria bom que nesse momento em que o Brasil se encontra em luto diante do show de bandalheiras acontecendo diante das nossas barbas e olhos estupefatos cansados da volúpia predatória protagonizada por agentes nomeados e mantidos no poder por esse governo há anos, que você se contivesse na sua ânsia de dar pitos, como se a sociedade, que mantém esse país com muito sacrifício pagando impostos com o suor do trabalho honesto os merecesse.

Sabemos muito bem qual a importância social de uma empresa do porte da sua, como também sabemos que o compartilhamento de riquezas com a sociedade não é um favor, mas uma obrigação de qualquer conglomerado que fatura bilhões como é o caso da sua holding.

Claro que uma figura da compleição do Lula faz a diferença no tocante ao lustro e à confiabilidade que a imagem de uma empresa como a sua precisa para conquistar novos horizontes no mundo dos negócios, no entanto comparar Lula, patrono maior do FORO DE SÃO PAULO e suspeito protagonista nas falcatruas que ora mancham a imagem do Brasil, a políticos de outras odes, como Bill Clinton, Jimmy Carter ou até mesmo Mr. Bush, o pai, é música para boi dormir.

Concordo e lhe dou parabéns, quando o senhor se dirige aos seus empregados e à sua família, mesmo porque eles não têm culpa de nada, mas que não se atreva mais a incluir a sociedade brasileira como coadjuvante das laranjas do seu quintal. Não se esqueça que sua autoridade termina do lado de dentro dos portões da sua empresa e da sua casa.
Aproveito ainda para lembrá-lo que candidatos a tiranetes, quando conseguem abiscoitar o poder, costumam eliminar tagarelas como eu e também amigos que sabem demais como o senhor. Veja a história.  



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O PRESIDENTE É O GERENTE!

 O PRESIDENTE É O GERENTE!

                Passada a eleição, enfim sabemos quem será nosso novo presidente. Pesquisas de opinião, dúvidas, índices de preferência, telejornais, debates, repercussão, analises, indecisos, indiferentes, mal informados, conformados, inconformados, voto branco, voto nulo... Esse rio caudaloso de águas turvas convergiu para o dia mais importante da vida do eleitor. O dia em que a democracia parou a grande máquina Brasil, a fim de ouvir o som da voz do cidadão. Apenas um “sim” ou um “não” que repercutirá por quatro anos ou, quem sabe, para o resto da vida de cada um incluindo famílias, negócios, empregos, sonhos, planos para o futuro...
                Afinal, agora é hora de voltar à realidade; compromissos e responsabilidades esperam!
Políticos são todos iguais, sei que nada vai mudar! Cabe agora ao eleito a missão de cumprir promessas governando para o bem geral, com bastante honestidade e imaginação fértil, a fim de nos fazer felizes, erradicar a pobreza, que tanto incomoda e humilha, empacotar a violência e mandá-la para o inferno, reformar a infra-estrutura que não funciona, reduzir a maior carga tributária do mundo e investir em educação a fim de transformar o Brasil num país eficiente, justo, sem analfabetos, ignorantes, desempregados e pobres.
                Assim vem funcionando o pensamento da sociedade brasileira há décadas e o resultado é funesto. Os políticos não cumprem o que prometem, defendem interesses próprios e ninguém faz nada. “Por desaforo, na próxima eleição votarei em branco” ou, segundo outros: - “anularei meu voto.” Segundo pesquisa de afamado instituto, essa frase foi a mais pronunciada na última semana antes da eleição. Se cumprida a intenção, cada um julgue por si.
                Aqui nesse ponto, darei uma pausa na assertiva, para observar algo interessante: veja que a frase título: O GERENTE É O PRESIDENTE terá o mesmo sentido mesmo se mudarmos as personagens de lugar: O PRESIDENTE É O GERENTE. Agora, com o leitor já sintonizado, contarei uma história verídica que aconteceu com conhecido meu e que com certeza vem acontecendo há décadas na vida brasileira.
                José Baltazar, homem humilde e honestíssimo, criado em casa de chão com relho atrás da porta para coça de repreensão, foi acostumado desde cedo a trabalhar duro para ajudar na labuta diária. Seu pai botou banca no mercado há anos e com aquilo criou seus outros seis irmãos mais velhos. Ele, o caçula, agora pagava o pato da mocidade, porque estando há dez anos atrás do penúltimo e tendo todos os irmãos partido em busca de dias melhores, não havia outra alternativa senão ajudar os pais já velhos e desgastados. Da madrugada ao por do sol era uma luta só, anos a fio, que fez dele um rapagão forte, destemido para qualquer luta e com muita disposição. Aos vinte e seis anos, órfão de pai e mãe, firmou casamento com boa moça inteligente, esperta para negociar e agora em dupla iam os dois cedo para o mercado. Alberta voltava mais cedo para o almoço e as arrumações da casa. Ele ficava lá até tarde nos acertos bancários, recebimentos de mercadorias e limpeza.
                Alberta, não demorou muito pegou gravidez e o médico, depois de analisar um resultado de exame, naquela sua voz grossa, olhou para ela por baixo das lentes dos óculos fundo de garrafa e noticiou: - são gêmeos. Alegre e triste com a notícia que tinha duas conseqüências, porque sabia que a pior delas era que Baltazar breve não mais poderia contar com ela, que ficaria grande e pesada demais para encarar aquela trabalheira; o encolhe estica da banca, sem considerar que depois do parto duas crianças aprontariam dois trabalhos sem fim.
                O resto foi rezar e esperar o tempo passar, até que veio a ventania. Duas crianças espertas, com saúde como pediram a Deus, mas tudo aconteceu como previsto. Era dia e noite nos cuidados maternos e Baltazar sozinho no vai e vem diário. Agüentaram isso por cinco anos, até que um dia, quando Alberta não agüentava mais, matricularam os dois sirigaitas numa creche na parte da tarde, o que dava chance para um descanso e pequena ajuda nas idas aos pagamentos. Baltazar era um homem feliz. Família completa, os negócios indo bem, agora comprara banca maior que dava o mesmo trabalho e muito mais lucro. Ergueu casa boa para a família, adquiriu carro zero quilômetro e ultimamente até vinha podendo se dar ao luxo de férias na praia com família e amigos. O que lhe custava consciência pesada, pois o trabalho não o largava depois de tantos anos ajustado aos horários e às preocupações.
                Para encurtar a história, Zé Baltazar era invejado; o viam como rico e em comparação com aquele povo, que não saia do lugar, era mesmo. Pudera comprar dois caminhões. Primeiro um depois outro, assim que a idéia de transportar para terceiros foi bem, multiplicando algumas vezes o lucro. Dirigia um caminhão; para o segundo, contratou motorista e a banca passou a ficar sob os cuidados de Marieta, mocinha indicada por um amigo, que viera de cidade vizinha com diploma de administradora debaixo do braço.
                Com o tempo Marieta foi mostrando serviço, era pontual, dinâmica, agradava bem o povo e pouco tempo passou; talvez uns dois anos e já montava confiança para conhecer segredos do negócio, manhas dos fornecedores, capital de giro acumulado, faturamento mensal e até anual. Tornou-se o terceiro braço de Baltazar; mesmo porque agora a trabalheira era muita e sem ela dois braços era pouco.
                Baltazar, com a eficiência da secretária, agora era homem de assentar a cabeça para pensar em pulos maiores. Contraiu financiamento a juros módicos no BDMG; com o recurso comprou lote grande em bairro bom, construiu barracão com estacionamento na frente, área atrás para descarga e nada demorou até que a cidade inteira virou sua freguesa. Agora Marieta chefiava um escritório com mais de dez subordinados, a coisa ia de vento em popa e o negócio melhorou tanto que Baltazar ganhou respeito político e novas amizades importantes. A mulher não via aquilo com bons olhos, mas confiava no marido e pensava em falar, mas nunca falou. Ela agora não trabalhava mais; se dava ao luxo de cuidar da vida escolar dos dois rapazotes e, às tardes, enchia o tempo com aula de culinária, academia de ginástica e, quando dava na telha, ia até a igreja dar uma ajudinha nas arrumações santíssimas.
                Certa manhã o marido amanheceu com dor por todo o corpo e aquilo agravou pelo resto do dia e quando Zé Baltazar acordou estava no hospital internado. Médico nenhum entendia de que se tratava e como tratar até que o paciente foi transferido para BH com uma doença no esqueleto que demandava tratamento longo e repouso absoluto. Baltazar, que nunca parou na vida, ficou tranqüilo porque o negócio ia bem, podia pagar bom tratamento e hospital e sabia que Marieta estava lá firme não deixando a peteca cair. A esposa, que nem sabia mais mexer com a burocracia do dia a dia, nem pensou; apenas socorria o marido nas suas impaciências de paciente e o mais que ia era à frente do hospital dar uma conferida no movimento e libertar as vistas presas naquelas quatro paredes infinitas. Os filhos ficaram com uma tia solteirona e esperavam bem.
                As coisas foram assim nessa lenga lenga, até que depois de seis meses o diagnóstico deu negativo, as dores se foram e o casal voou feliz para a terra natal, para os negócios e para os filhos. Mas o maior susto estava por vir. Dois dias depois da festança de chegada, o hospital ligou que o cheque do pagamento final havia voltado e requeria depósito urgente. Baltazar envergonhado, mas confiante que apenas um erro acontecera, foi saber de Marieta e encontrou uma mulher diferente, nervosa, desatenciosa, cabeçuda, nariz em pé, olhos baixos... Não entendendo nada, atordoado e percebendo que o ovo atravessado da secretária não era atoa, quis saber das contas e descobriu que confiou demais em quem merecia, mas não merece mais. Havia rombo nas contas, tudo atrasado, fornecedores afastados, clientes perdidos e faturamento baixo. Gritou, esbravejou, chamou a polícia, fez boletim de ocorrência.     A polícia apertou Marieta que confessou algo terrível: arranjara namorado, um mexicano encantador, mas estelionatário profissional e internacional. O casal intencionava se casar e para a vida futura no México, que devia ser boa, dependia do dinheiro de Baltazar que estava longe e despreocupado. O tal malandro se evadiu pelo Paraguai e sumiu, mas antes havia depositado numa conta numerada alguns milhões do capital de giro da empresa chefiada pela namorada brasileira.
                O final da história meu caro leitor pode imaginar, uma vez que essas roubalheiras sempre terminam mais ou menos do mesmo jeito. Entretanto, o mais importante é que Zé Baltazar e Alberta aprenderam a lição: Pinto solto gavião esta de olho!
                Portanto, cabe agora ao leitor eleitor não dar uma de Berta e Baltazar e só voltar daqui a quatro anos para saber se o gerente presidente plantou mais ou menos felicidade. Se informar, fiscalizar, protestar e cobrar do administrador público eleito por você sempre deve fazer parte do exercício da cidadania consciente!


ANTÔNIO KLEBER DOS SANTOS CECÍLIO.
               
               




terça-feira, 11 de novembro de 2014

AOS QUE ACREDITAM OU NÃO EM DEUS

RESPOSTA A UM AMIGO DO FACEBOOK QUE CRITICOU UM BISPO CATÓLICO POR EXORTAR OS FIEIS A REZAR PARA CHOVER.

Uma vez vivendo num pais democrático supõe-se que as pessoas devam gozar de direitos tais como: ser negro, ser gay, ser deficiente físico, ser pobre mas respeitado pelo estado que recolhe altos impostos da sociedade, ser índio, ser estrangeiro vivendo na legalidade, ter ou não religião, acreditar ou não em Deus.
Numa democracia o ato de criticar é sempre bem vindo desde que com respeito e a fim de construir e aperfeiçoar; nunca destruir. É bom portanto, que aqueles que apreciem viver numa democracia e gostem de gozar da liberdade se lembrem que a liberdade dos outros começa onde termina a sua. Isso é norma de civilidade também.
Se as pessoas rezam para chover e nada mais fazem, reflita sobre sua conduta: você não reza, critica e também não faz nada. Por outro lado, se não reza, porque não acredita em Deus, mas não sabe nada sobre Ele, nunca o viu, não acredita no seu poder e na sua força deve pensar que poderá estar cometendo a mesma burrice do idiota que toma veneno, porque não acredita na sua letalidade. Se não acredita ótimo, mas não o experimente, pois esta correndo o risco de não ter tempo nem chance de acreditar.
Com o nome de Deus não se brinca! Se não tem nada para fazer, vá dormir, estudar, trabalhar ou simplesmente contemple a grande beleza universal da qual você talvez não mereça fazer parte e pense: será quem construiu isso tudo, pra que, por que? Se acreditar que foi uma bactéria que veio do espaço ou uma molécula que se transformou nisso tudo continue questionando: como, por que, pra que? Assim, certamente, terá mais e mais dúvidas.
Os grandes pensadores e sábios da humanidade, quanto mais sabem, descobrem que nada sabem. Isso foi reconhecido por um deles, um burro que atendia pelo nome de SÓCRATES. E você, grande sábio, tire nossa dúvida, que também era a de Sócrates.
Deus existe? Se não sabe, reze para que Ele faça chover.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

SECA DA BOA LIÇÃO

                 A região sudeste e algumas adjacências esta vivendo o mais longo período sem chuvas da história climática do Brasil e pelo cúmulo do azar a região é responsável por grande parte do potencial hidro-energítico do país; situação que se agrava ainda mais na esteira do somatório de problemas causados pela falta d’água, associados a um eminente colapso econômico-industrial de âmbito nacional e conseqüências imprevisíveis.
                Diante da tamanha gravidade as populações de dezenas de cidades estão sendo forçadas ao exercício da racionalização e da solidariedade, algo inédito numa sociedade  desorganizada, discriminatória e divisionária; secularmente acostumada a viver observando confortavelmente, do outro lado do abismo social, pessoas agonizando com problemas estruturais há muito solucionados em países  civilizados.
                Exemplo latente é a situação do nordeste brasileiro, região que há mais de trezentos anos tem a seca como protagonista principal das desventuras humanas que assola aquele povo irmão, sem que ninguém jamais tome providência alguma. E pior, gangues de nordestinos privilegiados, porque tiveram a ventura de nascer em berço de ouro, fazem do sofrimento seu principal cabo eleitoral, numa tragédia anunciada anual só comparável à fome de certos animais canibais que se servem dos mais fracos para se locupletar de carne fresca.
                Seca, pobreza e ignorância; tripé maldito, que trás felicidade para uns e lágrimas para outros tempera a salada de promessas vãs que iludem o povo mal informado e o faz comer na mão como coelho amestrado, fiel e manso.  A receita é tão eficiente que vimos nos últimos debates dos nossos candidatos à presidência da república o assunto entrar em pauta com o mesmo cinismo e demagogia dos velhos bravateiros nordestinos na certeza de que a cachoeira de votos viria como chuva bendita na horta dos novos coronéis do Brasil.
                Ninguém em sã consciência pode afirmar que o governo paulista não agiu de maneira eficiente e rápida no sentido de amenizar as conseqüências de um fenômeno jamais previsto por nenhum instituto de pesquisas espaciais ou qualquer outro especializado em ciências meteorológicas. Problemas aconteceram, porém pontuais e ainda não houve dia em que a grande metrópole parou colapsada pela falda do precioso líquido. Confesso que nunca acreditei nas afirmativas daquele governo, que sempre garantiu que o estoque do conjunto de represas daria para alcançar o novo período de águas só previsível para outubro. Vendo que agora a previsão quase impossível se realiza, seria louvável que todos reconhecessem a competência com que foi atendida a grande demanda metropolitana. Quando, ao contrário, o que se viu foi um discurso pobre e inócuo, carregado de polêmica, mentiras e desrespeito, a fim de desmerecer o bom trabalho e confundir a opinião pública em vésperas de eleição.
                Assunto de extrema gravidade, que se fosse num país sério, demandaria união, planejamento, esforço concentrado de todos os partidos e seguimentos sociais, uma vez que esta em jogo o futuro, a segurança energética, alimentar, política e econômica da sociedade sendo tratado com escárnio e zombaria na certeza de que a inocência do povo nordestino banha também a mentalidade do resto da nação brasileira considerada culta e sintonizada com a modernidade.
                Estamos no décimo mês de seca; degrau em que grande número das mais importantes cidades brasileiras, inclusive a maior delas motor do Brasil encontra-se na eminência de um colapso sem precedentes na história da humanidade; e políticos irresponsáveis brincam como se estivessem diante de um tabuleiro de marionetes. Pior! Conseguem iludir os corações mais valentes que andam brigando por aí como idiotas úteis em defesa de algo que mal conhecem apenas guiados pelos gritos de guerra dos boiadeiros de gravata vermelha, sedentos para arrancar a pérola democracia do pedestal e no seu lugar fixar a foice e o martelo, símbolo intrépido das ditaduras mais duras que a história registrou.
                Portanto, queridos irmãos brasileiros, chamo vossa atenção para estarmos atentos,  vacinados e unidos contra aventureiros, malabaristas e mágicos encantadores, que nunca se cansam de tentar aplicar golpes coloridos mesmo diante de uma bomba prestes a explodir, na esperança de se perpetuarem no poder e realizar sem incômodos velhos sonhos de domínio à custa da distração e da inocência populares.


ANTÔNIO KLEBER DOS SANTOS CECILIO

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

VIVA A DEMOCRACIA!

                                                                  VIVA A DEMOCRACIA!

Cabe a um crítico reconhecer, antes da vitória do PT, a vitória da democracia. Esta que é o primor da essência humana, pois propicia aos homens/mulheres viverem em liberdade e não ter o Estado como patrono, mas como protetor e servidor.
Todos os brasileiros devem reconhecer a vitória do PT democrática, pacífica e civilizadamente, pois essa foi a vontade da maioria e pelas regras do jogo democrático assim devem funcionar as relações políticas regidas pelas Constituição Federal do Brasil.
Desejamos boa sorte à presidente Dilma e ao seu staff na condução do próximo período governamental e a lembramos que 48% do povo brasileiro, não aprovou seu primeiro governo pelos motivos aqui exaustivamente expostos e torcemos para que Deus a inspire no sentido de que consiga com sabedoria sanar todos os problemas que ora afligem a sociedade brasileira.
A lembramos ainda e ao PT, que o jogo democrático é uma via de mão dupla onde deve trafegar, sem impedimentos e pressões políticas de qualquer natureza, opiniões diversas, a fim de que desse amalgama surjam verdadeiras e mais criativas soluções para o bem comum.
Ademais, garantimos que continuaremos atentos, exercendo oposição com ética, apontando erros, mas também elogiando acertos. Que nunca renunciaremos ao nosso direito legítimo e democrático de discordar, uma vez que esse é o direito do cidadão livre e a liberdade deve ser o objetivo primaz de todo governante justo. Educar e preparar cidadãos para serem críticos e escolher seu próprio destino, sem cabrestos e amarras de qualquer natureza é o caminho mais curto para o alcance do progresso; do contrário, jamais teremos um povo culto e soberano e o Brasil permanecerá no fosso dos países que menos investem em educação e mais exploram a inocência daqueles que dependem da ajuda estatal para sobreviver.
Que Deus nos abençoe, guie e inspire!

domingo, 26 de outubro de 2014

HOJE O REI SOU EU



Hoje o Brasil parou para ouvir minha opinião!

Por isso sou feliz; porque vivo num pais democrático, que me dá oportunidade de opinar. 

Onde há ditadura a única opinião que interessa é a do ditador. O cidadão/cidadã não passa de simples escravos, eternamente pobres, mal informados e infelizes.

Se vai adiantar votar? 

Acho que sim, desde que a partir de amanha me coloque na oposição para fiscalizar 24 horas por dia aquele em quem confiei meu voto, minha vida, meu futuro, o futuro dos meus filhos, o futuro da minha Pátria.

Por isso, exerça hoje seu direito de ser rei. 

Vá e vote consciente! Mas cuide, porque se compraram seu voto ou vota por interesse um dia haverá cobrança, porque não há favores sem preço como não ha fonte que não seque.

em 26/10/14 eleições presidenciais

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

DIVINA DEMOCRACIA

                                                 DIVINA DEMOCRACIA

  Há alguns dias fomos às urnas escolher nossos novos representantes. Dia de eleição é festa! Casamento, São João, São Pedro ou formatura perdem de longe para a procissão de gente colorida que vem de toda banda. Bem cedo a cidade já se movimenta no prá lá e prá cá; cada um procurando sua seção eleitoral. É aqui, é ali e a penca de gente se enfileira muito antes do horário, uns calados, muitos ressabiados, alguns falantes, outros cansados e ainda mais outros raivosos; todo mundo olhando para o relógio ansiosamente na esperança de que tudo logo se acabe, porque o domingo passa rápido e o descanso esta a espera.                                                                                        Cumprida a obrigação, é hora de voltar pra casa, guardar o título na sua toca escura, que pode ser o bolso de um velho paletó, um cofre camuflado ou aquela gaveta atulhada de bugigangas comum em toda casa que se preze. Ao importante documento falta apenas uma lápide com a inscrição: - Aqui jaz um título de eleitor empoeirado - que a cada dois anos ressuscita da sua tumba para mais um passeio no domingo alegre da eleição.
Mas outro dia, numa daquelas situações em que a conversa não é da nossa conta e que os ouvidos nos obrigam a ouvir, porque afinal os danados não têm tampa, testemunhei certo sujeito tecendo rápida crítica interessante; até com cara de piada. Dizia ele que essa história de "santinho" é um negócio estranho! Seria melhor  “capetinha”! Dei uma risada de fora pra dentro sem mostrar os dentes, mas aquele pensamento não me largou e continua agarrado na consciência até hoje. Por isso, com esse incômodo pesando, resolvi trocar idéia com o leitor.
Certamente essa é opinião corrente em vista da alta desilusão que todos demonstram, ao se tratar de política. E afora isso, ainda muitas vezes ouvimos outros afirmarem que anularam o voto ou votaram em branco. Outra multidão afirma que não vota há muito tempo; fora os inconformados com a obrigatoriedade do voto. Lê-se a toda hora nas redes sociais que nas verdadeiras democracias ninguém vota obrigado! Afirmativa que da corpo a uma contradição, quando se afirma que o voto é um direito. Se fosse direito, não seria obrigatório e, em assim sendo, ganha condição de dever. Então; afinal, o voto é um direito ou um dever?
A resposta é simples e categórica. O voto é um direito! Se for direito, por que o povo é obrigado a comparecer? Porque grande parte do eleitorado brasileiro não tem consciência da importância do voto e não sabe que é a alma da democracia. Numa simples comparação pode-se afirmar que o cidadão mal informado, inconsciente da importância da sua participação, pode ser comparado à criança que não iria à escola, se o direito de ser educado não fosse obrigatório.
Nas sociedades maduras e desenvolvidas, aonde o processo educacional é eficiente, os cidadãos comparecem por livre vontade, porque reconhecem a importância de participar. Sabem que a Cidade, o Estado e o País não funcionam sem políticos bons ou ate maus. Sabem que quanto menos eleitores comparecerem, melhor para os políticos, que precisarão de menos votos; o que tornará seu objetivo muito mais fácil. E sabem ainda que o voto é importante, mas apenas um capítulo do processo democrático. A parte principal é a fiscalização, que impede o administrador público de se sentir livre para agir nas sombras. No entanto muitos dirão que fiscalizar é impossível. O que um cidadão comum poderá fazer contra um homem poderoso? Um não pode fazer muito, mas muitos poderão até derrubá-lo. Para isso é necessário que os eleitores mantenham-se interessados, bem informados e todo o tempo mobilizados, não se esquecendo que a imprensa são seus olhos e ouvidos. Já houve quem dissesse que o voto é alma da democracia, assim como a imprensa seu coração. Essas palavras nos dão a clara certeza de que a democracia é um ser vivo e pulsante, que precisa participação e somente será justa, quando todos forem realmente iguais perante a lei, cumprindo todos os deveres e gozando de todos os direitos constitucionais.
Democracia significa liberdade e a conscientização de que os homens devem viver livres nasceu há pouco mais de um século, enquanto a sociedade humana existe há alguns milhões de anos. Durante todo esse tempo os homens nunca foram livres, porque sempre estiveram sob o domínio de um Estado Totalitário ou de um ditador sanguinário ou mesmo de um invasor intruso, apenas interessados em escravizar para explorar. A condição de Estado Totalitário existe quando tudo pertence a ele e a ele deve servir, não havendo direito de defesa, nem eleição, nem alternância de poder, nem propriedade privada.
Contudo não há como esquecer que os humanos são seres sociais, que liberdade também significa ser respeitado e quando o respeito nas relações sociais falta, o Estado Democrático deve entrar para repor a ordem e fazer justiça.
Muitos criticam a democracia brasileira baseados na justificativa de que nem todos são iguais perante a lei. Há aqueles que podem mais em detrimento dos mais fracos. Há muitos pobres num país rico! Devemos, entretanto, não esquecer que a perfeição é um sonho, mas que existem sonhos possíveis. Toda as conquistas humanas positivas nasceram de sonhos transformados em realidades por alguém que estava seguro e motivado para fazer acontecer; e só em liberdade plena isso é possível.
Li em algum lugar há muitos anos que as mais belas flores vicejam no esterco. Obviamente isso não quer dizer que somos obrigados a ter pobres no Brasil. Claro que não! Há muitos pobres aonde não se investe suficientemente em educação em todos os níveis, porque ela é combustível do desenvolvimento e somente ele é caminho certo em busca da extinção da pobreza.

ANTÔNIO KLEBER DOS SANTOS CECÍLIO


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

QUARTO E QUINTO PODERES

                                               - QUARTO E QUINTO PODERES -

             Os humanos na sua condição de animais sociais desde tempos remotos vivem em bandos, a fim de se reproduzir, se proteger e até pela necessidade básica de afastar a solidão. A humanidade jamais teria atravessado milênios e se espalhado pelos quadrantes do planeta, se não fosse essa característica. Os indivíduos procuravam a proteção do grupo e em troca tinham a obrigação de servi-lo como parte de um esforço de defesa. Assim surgiu o primeiro esboço de obrigação cívica dos indivíduos para com o grupo como do grupo para com o indivíduo.
À medida que aumentaram os conglomerados humanos, também aumentou a diversidade física, cultural e econômica sempre de acordo com as características do meio ambiente e com a disponibilidade de riquezas naturais. Como a natureza nem sempre disponibiliza recursos suficientes, logo surgiram as trocas e quando isso não era possível, partia-se para a guerra, cujos vencedores ficavam livres para se apoderar dos recursos alheios, inclusive do espaço e da liberdade dos perdedores. Mão de obra fácil e de graça transformou-se num dos principais atrativos para a prática da guerra e da escravidão num mundo em que o corpo humano era a única máquina de transformação disponível.
Mas o processo de crescimento dos grupos humanos e da expansão das suas populações exigiu maior organização e assim surgiu a idéia de Estado. Este novo ser era a representação real do grupo, com fronteiras estabelecidas, interesses únicos, burocracia, administradores, moeda, governantes e demais características que lhe davam um status muito maior e mais sofisticado que o de um simples grupo. Governado por um líder, passou a ser a estrutura social representativa do indivíduo; era sua própria imagem multiplicada pela união com os demais, todos com objetivos semelhantes tais como servir com seu trabalho e seu tributo e ser servido com segurança, garantia de liberdade e esperança de presente e futuro em paz.
Lamentavelmente, logo viriam as distorções e o Estado, por sua vez, se transformaria num gigante indomável. Os governantes passariam a usá-lo como ferramenta para escravizar. Antes a escravidão poderia vir de fora, agora vinha também de dentro. O indivíduo, cada vez mais explorado, perdeu importância e o Estado que surgiu para protegê-lo agora funcionava como seu senhor. Um grupo de poderosos falsamente agia como representante do povo; organizou-se em parlamentos, que na realidade representavam seus próprios interesses e garantia de apoio ao ditador máximo. Favores era moeda de troca que a cúpula do comando usava para manter o grupo inferior sob controle.
Um dia alguém sentiu que a melhor maneira de fortalecer o povo era através da criação de um sistema de informação capaz de chamar a atenção dos cidadãos para os acontecimentos e os unisse em torno de idéias reacionárias, inflamasse sentimentos e assim, unidos, pudessem recuperar a voz e a capacidade de enfrentar o sistema de poder. Estava então lançada a inusitada idéia da imprensa; naturalmente aclamada como olhos e ouvidos populares ou também considerada em países democráticos como “o quarto poder” atuando ao lado do executivo, do legislativo e do judiciário.
Porém, logo cedo, teve inicio a perseguição, muitos órgãos informativos eram fechados, seus trabalhadores condenados e o tráfego de informações sistematicamente interrompido, porque o sistema de poder sabia que quanto mais informado o povo estivesse, mais risco correria de se enfraquecer. Sem liberdade não há imprensa eficiente e os donos do poder sempre souberam disso muito bem.
Ao longo dos séculos o processo gráfico, antes manual, evoluiu pela engenhosidade de Johannes Gutenberg, que, por volta do século quinze, passou a utilizar tipos de metal embebidos em tinta e prensados contra papel ou tecido, a fim de reproduzir textos, mas somente no século dezoito foram usados para imprimir em larga escala jornais em papel. E só no século vinte, com a evolução das telecomunicações, surgiram os radiojornais e telejornais. No entanto, quanto mais evoluída a imprensa mais sua sombra fantasmagórica agia sobre governantes mal intencionados ou simplesmente incompetentes e corruptos.
Mas, o grande salto para a liberdade informativa só aconteceria na última década do século vinte, com a criação da Web (internet) e a possibilidade da globalização de idéias, que nada mais é que a transformação do grande espaço planetário, habitado por bilhões de indivíduos diferentes e desconhecidos, em uma aldeia global a colocando ao alcance das mãos e da cabeça de todos, sem distinção de raça, nem cultura, nem classe social; reduzindo o campo gigantesco ao âmbito do velho estágio grupal, aonde um conhecia todos e era capaz de enxergar os limites da sua comunidade.
A esta incrível ferramenta de integração humana gosto de classificar como “quinto poder”, certamente tão ou mais importante que os outros por ser capaz, não só de informar e educar sem controles políticos, como também de funcionar como canal de divulgação de opiniões individuais equipando o cidadão de uma capacidade que jamais teve. Assim suplantou a imprensa em importância e eficiência, porque a imprensa nunca deixou de ser uma via de mão única fora do controle do leitor aonde as informações vêm de cima podendo ser facilmente controladas; diferente da Web, que possibilitou interatividade do indivíduo com o meio global.
Nas ondas da imprensa o indivíduo é como esponja, absorve informações, constrói sua cultura e opiniões pessoais, mas tem pouco espaço para refleti-las. Por sua vez, a Web possibilita ao internauta o status de espelho receptor e emissor de idéias e opiniões tirando-o do desconhecimento para alçá-lo à condição de co-autor da história e importante ator no teatro democrático. Esse, o grande passo rumo à construção da cidadania plena e consciente dos seus direitos e deveres.

ANTONIO KLEBER DOS SANTOS CECILIO.

sábado, 16 de agosto de 2014

A MORTE DE EDUARDO DA LIÇÃO PARA A VIDA!

A MORTE DE EDUARDO DA LIÇÃO PARA A VIDA!

Num átimo cessa o burburinho! Vozes, antes conflitantes, em uníssono choram e o pandemônio em que se transformou a sociedade brasileira, aonde todos falam e ninguém se entende, cala diante da morte! Olhos arregalados, caras assustadas, por quê e, por fim, apenas o silencio tétrico resta...

A vida precisa e deve continuar! A vida sempre a vida; essa, a grande preciosidade, o maior de todos os patrimônios! O que valeria o universo, astros, planetas, a terra, o Brasil e todas as riquezas que encerram sem a vida?! O tudo, de repente, seria nada! Restaria tão somente a morte, sua frieza, o silêncio, o vazio...

Os brasileiros agora, envoltos na densa nuvem de interrogações e exclamações têm apenas uma saída: levantarem a cabeça, marchando com a lanterna do bom senso, da ética e do respeito acesa alumiando o caminho, planejando o futuro na folha turva de um presente conturbado em que esperanças desvanecem como folhas no outono.

Faço votos e oro genuflexo diante de Deus, para que a morte e seu sofrimento, que retumbaram forte nas consciências sirvam, ao menos, para alertar que o facho de luz na escuridão indica o caminho certo: a vida clama por mais respeito, mais responsabilidade, mais trabalho, mais bom senso, mais ética e menos ódio ideológico, menos retaliação, menos corrupção; para que a vida seja mais fácil e digna, não só para as gerações futuras, como também para estas que aqui estão agora.


Que a placidez da esperança cantada pelo poeta nos versos do Hino Nacional assuma seu real significado na vida brasileira! Lutemos por isso.

ANTONIO KLEBER DOS SANTOS CECILIO

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

GALOS E RAPOSAS

GALOS E RAPOSAS

Diz a sabedoria popular que galo que dorme com raposa, amanhece comido. Platão, do alto da sua genialidade filosófica, diria que discutir obviedades é ato de extrema burrice e perda de tempo. E Einstein, uma das maiores inteligências que a humanidade produziu; também celebrizado como grande pensador declarou que a estupidez humana é tão ou mais infinita quanto o espaço sideral.
Diante dos entreveros entre a Ucrânia, a Rússia e a Comunidade Européia liderada pelos Estados Unidos, vê-se claramente que, mesmo Platão sendo contra a discussão do óbvio e Einstein se perturbando com a insanidade dos homens, a humanidade ainda permanece tão estúpida como galo que confia em raposa. Isso sem considerarmos que entre ambos pensadores há passados mais de vinte séculos, período que aparentemente serviu para nada no campo da convivência política.
A velha Rússia e sua vetusta tradição expansionista esta de volta de garras e dentes de fora. Nada de novo no sinistro modelo operante expansionista de um país que historicamente nunca respeitou nada, nem ninguém. Seu diálogo com os vizinhos e com o mundo sempre foi sonorizado pelo retumbar de canhões, na marcha dos coturnos e no rosnado dos sádicos ditadores que se revezam no Kremlin na esteira de décadas.
Mas o tempo esse inimigo dos incautos passou e com ele a brutalidade do comunismo soviético. A queda do muro de Berlim, o fim da Cortina de Ferro, a independência de uma dezena de países massacrados pelo domínio comunista foram sementes novas trazidas pelos ventos da liberdade. O vórtice ditador da superestrutura Soviético Comunista aparentemente havia morrido por nunca ter se preocupado com políticas desenvolvimentistas auto-sustentáveis e por estar ancorado num sistema improdutivo não mais agüentou patrocinar o parasitismo dos privilegiados sempre dependurados no poder, explorando, oprimindo, amedrontando e assassinando por setenta anos.
Nova Rússia surgiu no palco iluminado do fim da guerra fria, de bandeira nova, novos governantes, nova disposição para dialogar com o mundo e interagir num ambiente democrático civilizado. Tudo novo, menos a semente da cultura ditatorial autocrática autoritária.
Os galos idiotas do mundo democrático civilizado caíram no conto do vigário de uma raposa de cara nova, mas de alma velha.  Dormiram em seus braços, construíram interações comerciais sólidas, gasodutos singraram o território europeu em todos os quadrantes partindo das gigantes reservas russas sem se preocupar com outras alternativas de fornecimento. Lançaram os livros de história, juntamente com as páginas negras escritas pelo comunismo russo soviético no fundo das bibliotecas e suas verdades nas brumas do esquecimento.
Platão e Einstein saberiam que o resultado funesto não tardaria como não tardou. Menos de trinta anos depois, caiu por terra a máscara mal encaixada e restou a face canina da raposa carnívora sempre disposta a se impor pela força e traição, envolta nas sombras da noite, enquanto os galos idiotas dormem.
Que os episódios da Criméia e da Ucrânia sirvam de alerta para o mundo democrático civilizado jamais se esquecer que mais amor e menos confiança é boa medida para uma convivência saudável e segura com os novos Czares Russos e que a paz e a democracia no mundo somente serão duradouras enquanto os Estados Unidos, a França e a Inglaterra estiverem bem preparados para a Guerra.
Sei que muitos criticarão a afirmativa; prova de que sempre haverá galos idiotas confiando em raposas prontas para morder, confiscar a liberdade e massacrar o Estado de Direito. Contudo, desde já, posso ouvir uma multidão gritando palavras de ordem. Dirão que o triunvirato franco-anglo-americano também costuma usar dos mesmos argumentos violentos e autoritários. Como respostas vão perguntas: Por que os grandes ditadores e amigos ainda continuam investindo fortunas em Paris, Londres e Nova York e enviando filhos privilegiados para estudar em Sorbonne, Oxford e Harvard? Por que os Títulos do Tesouro Americano, que oferecem um dos menores rendimentos do mundo, continuam servindo de terra firme para investidores de todas as bandeiras?
Quando perguntas respondem e caem como chapéus em cabeças grandes e pequenas, ouve-se tão somente um silêncio matreiro e muitos olhos abertos fingem não enxergar ou não enxergam de verdade. Os primeiros para dissimular interesses ilegais ou inconfessáveis e outros porque se encontram vendados pela ignorância. Contudo a história esta recheada de exemplos demonstrando que, quando a razão cede lugar ao jogo do mercado ou a discursos fantasiosos de fanáticos e sua falsidade ideológica, o bom senso sai de cena cedendo lugar a interesses menores e muito perigosos, sempre custando grande sofrimento aos mais fracos. Ou seja, a corda sempre arrebenta do lado que é para arrebentar.
Além de tudo e como se não bastasse o risco iminente, correndo por fora, temos visto também a China crescendo no cotidiano mundial como novo éden. O mundo, e principalmente a esquerda verde dólar, esta trocando o capitalismo imperialista tradicional, pelo novo capitalismo comuno-imperialista chinês, como se a China Comunista Draconiana não soubesse morder bem. Todos estão deitando no colo esplendido chinês dormindo o sono tranqüilo dos inocentes, tais como galos tontos. Há um claro objetivo do bloco mambembe de usar a China como Cavalo de Tróia para reduzir e destruir o poderio e a influência político-econômica Americana. Esta a pleno vapor a festa no céu onde galo tonto entra e quando acordar a panela lá embaixo estará fervendo e o tombo será direto no estômago da outra raposa vermelha, porque no projeto de Deng Xiaoping de transformar a Grande China em “Potência do Meio” certamente nunca houve reserva de lugares especiais para galos dorminhocos de carne macia.
Breve a nova ordem mundial estará em evidência e o mundo será um lugar muito mais perigoso. Nós, os eternos galos incompetentes, teremos criado uma forte dupla de raposas espertas para nos explorar e depois papar. China e Rússia, dois dos maiores países do mundo em extensão territorial, detentoras de quase um quarto da população mundial, nada afáveis à democracia e donas de dois dos exércitos mais poderosos do mundo, estarão com os dentes tão afiados e tão fortes, que não nos restará outra alternativa senão servir de bifes suculentos para saciar a fome de raposas gigantes, lembrando que direitos humanos nunca fizeram parte do cardápio na mesa das ditaduras sino-russas.

ANTONIO KLEBER DOS SANTOS CECILIO