APRESENTAÇÃO


O conjunto de trabalhos que o amigo leitor encontrará aqui foi produzido ao longo de alguns anos. Não posso aqui precisar quantos, talvez uns vinte. A grande maioria deles publicada no jornal A TRIBUNA SANJOANENSE de SÃO JOÃO DEL REI (minha terra nanal) e NOVA MIDIA de BARBACENA; ambas tradicionais cidades históricas mineiras muito politizadas.

Obviamente há uma cronologia de publicação associada aos acontecimentos que inspiraram as respectivas reflexões. Depois de muito pensar, se deveria mencionar datas, resolvi aboli-las, pois achei que correria o risco de tornar seu passeio um tanto dirigido e até cansativo. Posso imaginar alguém lendo algo retratando fato acontecido há anos! Talvez se sinta entediado. Então, no intuito de instigá-lo, apresento uma miscelânea de trabalhos recentes e antigos, a fim de lhe subtrair, de propósito, qualquer direcionamento e deixá-lo livre para pensar, buscando no tempo, por si, tal associação. Acredito ainda que dessa forma esteja incitando sua curiosidade à medida que avance passos adentro. Sua leitura poderá inclusive ter início pelo fim ou pelo meio, que não haverá prejuízo algum para a percepção de que as coisas no Brasil nunca mudam. Ficará fácil constatar que a vontade política é trabalhada para a perpetuação da incompetência administrativa, obviamente frutífera para algumas minorias.

Penso que, se me dispus a estas publicações, deva estar antes de tudo, suscetível a criticas e, portanto, nada melhor que deixá-lo, valendo-se unicamente das informações contidas no texto, localizar-se na história. Caso não lhe seja possível, temo que o trabalho perca qualidade perante seu julgamento pessoal. Por conseguinte, acredito que isso não acontecerá; a não ser que o leitor não tenha, em tempo, tomado conhecimento dos fatos aqui retratados. Procurei selecionar de tudo um pouco; certamente sempre críticas, porém algumas muito sérias carregadas de um claro amargor. Outras, mais suaves, pândegas e até envoltas num humor sarcástico. Noutras retrato problemas da minha São João del-Rei. Até cartas para congressistas em Brasília há. E em alguns pontos, para abusar da sua paciência, introduzi coisas muito particulares. Críticas à parte, nessas, apenas falo de mim, afinal, apesar de amigos, talvez nunca tenhamos trocado impressões sobre coisas tão pessoais. . .

Aqueles que me conhecem há tempos, sabem que sou um obstinado por política, apesar de jamais tê-la exercido diretamente. Motivos houve de sobra e numa oportunidade poderei explaná-los. Todavia, do fundo do coração, afirmo que tal paixão tem como motor um doloroso inconformismo por ver o Brasil tão esplêndido e tão vilipendiado; vítima inconteste dessa cultura avassaladora de demasiada tolerância à antiética e à imoralidade na administração pública. Comprovadamente este é o pior dos tsunames com potencial para ter retardado nosso progresso mais de três séculos e grande responsável pela perpetuação da pobreza de metade da nossa população, pelo analfabetismo total e funcional, pela violência social e pelo abismo intransponível que aliena gigantesco contingente, maior que um quinto da população do continente sul americano. Diante do inaceitável absurdo, impossível me conformar em silencio diante dos atos e fatos que vão vergonhosamente enxovalhando nossa história e nos deixando como um gigante deitado sobre o escravismo que a Lei Áurea não foi capaz de abolir.

O título? Esse, talvez, seja o mais difícil explicar. GRITOS SEM ECOS representa uma espécie de pedido de socorro do náufrago, que sabe que de nada adiantará espernear, pois não há interlocutores, não há socorro, não há saída, não há conscientização; mas, assim mesmo, grita.

Será um prazer receber sua visita e ler suas opiniões, elogios ou críticas.

Forte abraço!



terça-feira, 12 de abril de 2011

SUAS EXCELÊNCIAS; EU E MEU VOTO NULO.


            Foi naquele dia mesmo; o cinco de outubro, quando me foi concedido o DIREITO OBRIGATÓRIO ao voto; que acordei muito feliz. Mesmo sob a sombra do anacronismo indigesto, à moda brasileira, que até direitos nos metem goela abaixo, nada poderia me roubar a satisfação de votar. Doce obrigação a cumprir no único dia de ser rei de verdade. Levantei cedo, tomei banho inabitual naquela hora. Só não lavei a alma, porque isso ainda teria seu momento. Vesti-me à moda de sempre e tomei rumo, quase antes de todo mundo. Fui o primeiro da fila de gente de todo lado. Num instantinho a escola ficou lotada de entra sai, falatório, corre-corre contido, ar repleto de perfume de todo preço e qualidade, povaréu entrando aos borbotões como que se a instantes fechar-se-iam os portões e quem não veio, que viesse. Povo é assim mesmo com esse tal negócio de horário. Têm o dia inteiro, mas vai todo mundo numa hora só. Depois é aquela calmaria de fazer bocejo; horas e horas num pinga-pinga modorrento.
            Mas, eu não!    Eu não era povo; era rei. Para isso cheguei mais cedo e ocupei meu trono. Primeiro da fila. Oito horas deram início ao sufrágio e lá de dentro o sinal para entrar. O percurso da porta à urna era avenida iluminada e assim que apareci o foguetório comeu solto. Fogos coloridos davam tom ao brilho do instrumental. Primeiro tocaram o hino nacional em tom festivo. Depois o povo gritando a todo pulmão: Nosso rei! Nosso rei! Nosso rei! Aí veio a esquadrilha da fumaça em vôos rasantes, desenhando corações, demonstrando perícia e bravura em luppings fenomenais. Era fumaceira de avião e churrasquinho, a histeria popular, sons de bandas e fanfarras ao longe e mais perto; sem contar as milhares de bandeirinhas num tremular frenético. E o vozeirão não parava: Nosso rei! Nosso rei! Nosso rei! Do alto do meu trono real e da minha cara de soberano pude distinguir que o povo lá embaixo eram políticos cujas faixas continham inscrições: Vote em mim! Vote em mim! Lá estavam os ladrões e mentirosos que se locupletam dos nossos despojos e da nossa paciência brasileira. Aqueles que queimam nosso dinheiro suado fazendo fumaça intragável que mancha a sociedade e a transforma numa das mais corruptas, ineficientes, discriminatórias e degradantes do mundo.
            Os reconheci, e fiz que não. Os festejos continuavam estrondosos. Lá embaixo o acotovelamento se acirrava mais e mais. Cá dentro do peito crescia a felicidade; não mais o orgulho de soberano prevalecia; agora um fio cínico de prazer pela desforra eminente. Era hora do acerto de contas carregado pelo ímpeto da vingança há muito instalada no peito ferido pelos desaforos e humilhações impingidos ao cidadão indefeso. Sorria espaçoso; porém, dissimulando o sadismo latente, a fim de camuflar o prazer mórbido que crescia segundo a segundo. Cheguei defronte da urna. Num átimo; a vingança, a dúvida e o remorso se engalfinharam. Afinal de contas, que soberano sou eu? Como hei de trair minha pátria; minha cidade? Fugir sem lutar? Lá embaixo a gritaria havia se intensificado. Eu, ali, paralisado como espectador da batalha. O coração começava a trincar; a pressão era insuportável. O tempo se esgotava. Afinal de contas como poderei ocupar esse delicioso trono por mais de trinta segundos? Subitamente fui acordado pela lembrança de que noutras vezes acreditei e a decepção não tardou. Políticos sempre se nutrem da falsidade e são parceiros inseparáveis da traição. Num arroubo estrondoso a decisão: anulei o voto. Com um tiro de 9999 bem no meio da multidão, que não parara de gritar, abafei o festim. Silêncio absoluto na corte, porque nos próximos quatro anos, pelo menos, não serei corroído pelo sentimento mordaz de ter sido feito idiota mais uma vez.
            Caminhei à saída com meu DIREITO OBRIGATÓRIO cumprido.  Na avenida, antes iluminada e barulhenta, agora silêncio e escuridão. Desci do trono e o mesário ridente agradecia. Título assinado agora jaz no fundo do bolso aguardando a próxima utilização; vai para a gaveta de documentos importantes servir de recordação e será arma mortífera também nas próximas eleições, porque certamente os malandros e larápios continuarão saciando a sede de poder no pote carregado de inocência e boa fé populares; e eu soberano os continuarei anulando, a todos, sem exceção; até quando me sentir respeitado e saciado de ética e moral.


QUEM PLANTA NADA COLHE INCERTEZA



            Nem tanto por mera coincidência a América Latina faz parte do quintal do mundo e pelo jeito continuará ainda por muito tempo seu percurso rumo ao limbo do atraso tecnológico e social. Curiosamente os índices negativos vêm sendo, através dos séculos, diretamente proporcionais ao seu número de falastrões, ou seja: fala-se muito, joga-se muita conversa fora e trabalha-se pouco. Mazela herdada dos tempos da colonização é a justificativa corrente, mas a verdade é que quase dois séculos de independência, apesar de não ser tanto tempo, já seria suficiente para que alguma coisa estivesse nos eixos, se os governantes fossem mais honestos e menos burros.
            Finda a guerra fria, tenebrosos tempos de perseguições, sumiços e execuções; quando todos os países seguiram a cartilha norte americana de combate às intentonas comunistas pela força bruta do pau furado e os americanos circulavam por onde quisessem sem ser incomodados, pois eram “good friends”; ninguém saiu ganhando nada a não ser pelo banimento dos idiotas comunistas. Mas qual semente germinou no campo educacional e tecnológico, por exemplo? O Brasil com seu gigantismo continental e suas potencialidades estratégicas poderia hoje, muito bem, ser uma potência nuclear, se os generais fossem tão inteligentes quanto nacionalistas e tivessem usado suas influências políticas como moeda de troca pelo apoio estratégico aos americanos. –  Getúlio Vargas, a seu tempo, por  ter retirado apoio aos nazistas ganhou uma siderúrgica novinha em folha, a CSN – Por falta de visão e jogo de cintura perderam a grande oportunidade e mais tarde, quando foram substituídos pelos festivos neoliberais, alguns yuppies moderninhos chegaram até a dizer que o Brasil não precisa de forças armadas: - “forças armadas prá quê, se não temos inimigos, estamos numa região pacífica e os americanos são nossos amigos?” Havia outras prioridades para investimentos e seria um absurdo gastar dinheiro com coisas secundárias. Durante os oitos anos do governo FHC, como nos sete do presidente atual as forças armadas brasileiras estão sobrevivendo com contingente e investimentos reduzidos. O resto da América Latina entrou pelo mesmo cano graças à década perdida compreendida nos anos noventa, quando toda a região apresentou índice negativo de crescimento contrabalanceado por desemprego, aumento da violência social, do contrabando e do tráfico de drogas com influências avassaladoras na sociedade brasileira e ainda assim ninguém defendeu prevalência em segurança nacional. A tal “segurança nacional” passou a ser um tema ultrapassado relacionado aos gorilas visionários da revolução de sessenta e quatro. Talvez seja porque julguem que hoje estejamos em total segurança.
            Agora, quando a Colômbia, um dos nossos principais vizinhos do norte, que há décadas vem lutando contra a ação e o crescimento do narcotráfico e do terrorismo; resolve inteligentemente dar um basta na ocupação ilegal do seu território, na ingerência interna de grupos paramilitares desordeiros e na insegurança nacional, pede ajuda a Tio San, colocam as barbas de molho com medo de que nos tornemos alvo do seu caráter expansionista. Ora, devíamos ver que isto é mais uma das chanchadas dos novos comunistas que ultimamente estão tentando fundar outras Cubas na América Latina. Isto sim seria um real perigo, porque, com o apoio deles, poderão se sentir atraídos pelas potencialidades amazônicas outras potências com histórico menos amistoso que o americano, tais como Rússia ou China com suas foices e martelos.
            Certa vez conversando com um amigo estudioso de política internacional e estratégias de guerra, tive o desprazer de ouvir que, se um dia qualquer potência resolver desembarcar e tomar posse de qualquer parte da região amazônica ninguém nunca mais a expulsa de lá. Certamente não por falta de vontade, mas simplesmente por falta de recursos bélicos, logísticos e tecnológicos. Em vista disso o que nossos governantes fanfarroneiros deveriam fazer é aprender que com conversa fiada nada se resolve.


OS MAUS VELHINHOS


           
            Diante das retumbantes vitórias do vôlei do Brasil mundo afora e da imagem quase ciclópica daqueles gigantes viris, bem treinados e alimentados, uma onda de euforia nos atravessa o coração revolvendo sentimentos recônditos de orgulho nacionalista. Outro dia a comentarista esportiva de um canal de TV, no auge emotivo de uma partida bem disputada, exclamou em alto e bom tom: “este é o Brasil que tanto nos orgulha!” Mas a meia verdade exclamada no calor da emoção destoou tanto e, quase como um tapa na cara do telespectador, exigiu imediata correção. Aí ela retificou: “o Brasil do vôlei!” Certamente o outro Brasil dos vales auríferos e matas verdejantes; obra assinada por ninguém aqui nascido ou eleito, também nos orgulhe! Mas infelizmente é só! Se é que nos sejam permitidos tantos Brasis imaginários, os com “s” ou com “z”, das belas mulheres; do samba e do carnaval; do futebol e da cerveja zero grau; a verdade é que outros Brasis: aqueles dos maus velhinhos picaretas e mentirosos; dos ladrões e caras de paus; da miséria material e intelectual; dos impostos escorchantes; da falta de respeito; do cinismo; da impunidade dos poderosos e das leis brandas e incipientes; da justiça desaparelhada, lenta e nababesca; da violência social sem precedentes e sem providências; da educação falida, dos professores pobres e submissos a sistemas políticos insensatos e autoritários; do puro assistencialismo, que dá o pão racionado, incentiva à malandragem e não se preocupa em ensinar a plantar o trigo. Este certamente é o Brasil verdadeiro, o Brasil nada varonil, pátria mãe hostil e predadora de fracos e indefesos.
            Pátria Amada Brasil, refrão superficial, apenas enraizado nos Brasis esportivos e carnavalescos regados a cerveja e ornados por belas mulheres. Um Brasil de fantasias e sonhos utópicos incapaz de se sustentar diante da realidade do mundo tecnológico, de complexidades crescentes e altamente competitivo. Um país onde os maus velhinhos coronéis, cujas mentalidades tacanhas ainda guardam dos tempos coloniais a mania grotesca de se sentirem senhores de escravos montados em seus redutos de ignorantes e em seus corcéis engravatados, bem selados e bem nutridos por suculenta alfafa à custa da miséria dos seus paus mandados e eleitores desavisados; têm poderes para fazer de um presidente e de uma nação meros fantoches à mercê de seus conluios familiares, caprichos políticos, tráfego de influência e despotismo descarado e criminoso.
            Pobre Brasil! Quanta pena tenho de você! Como gostaria vê-lo tão aguerrido quanto o do vôlei! Infelizmente seus filhos mais nobres não fazem jus a sua vocação de grandeza e o mantêm de joelhos para que lhes serva mais humildemente e ainda o classificam como “o país do futuro”, que nunca chegará, enquanto trabalharem para lhes garantir belo reinado numa mera e pobre república de eleitores bananas, que a tudo suportam de cabeça baixa, numa espécie de escravidão perpétua, vocacional e voluntária. Até quando o nosso “Gigante pela própria natureza” ficará adormecido, patinando no lamaçal hipócrita e dissimulado de seus governantes; embalado no confortável silêncio de um povo preparado para ser cego, surdo e mudo?
            Vários grandes pensadores e filósofos de renome e reconhecimento histórico teorizaram sobre a fome incontrolável dos políticos de todas as eras, raças e nações. Até a genialidade de Eça de Queiroz comparou políticos com fraldas na sua célebre e apropriada frase, bem própria para o “Brasil do Futuro”: - “Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão”, numa alusão óbvia ao mau cheiro do meio onde costumam chafurdar seus grandes traseiros e focinhos perscrutadores.
            Por outro lado, Maquiavel; símbolo onírico dos ditadores e caudilhos, que enunciou suas teses de chafurdação em tempos de trevas, quando o iluminismo ainda não havia clareado as mentes pensantes da humanidade e o estado democrático não existia, muito menos a imprensa, sua ferramenta fundamental; parece ser mesmo a fonte de inspiração dos nossos velhinhos atrozes. Graças a Deus, aqui, no “país do futuro”, ainda que as denúncias não alcancem a base da pirâmide devido ao ofuscamento dos cegos, a nossa imprensa tem obrigado os porcos tiranos e maquiavélicos a gruírem mais baixo e mais cuidadosamente. Quando nada, pelo menos lhes filma a carranca abelhuda e safada. Viva a democracia e o quarto poder; pelo menos este nos parece mais confiável! Abaixo o silêncio mordaz e os picaretas que defendem a censura à imprensa.

O PAÍS DO “EU NÃO SABIA”


           
            Interessante a memória humana! Ao longo da vida vivenciamos centenas de situações logo esquecidas, entretanto curiosamente algumas, talvez por envolverem pessoas queridas, passam a compor nosso repertório de lembranças especiais. Certa vez um colega de escola foi surpreendido com pequeno lembrete durante a prova de ciências naturais e não havendo lugar para descartá-lo imediatamente alojou-o na boca bem abaixo da língua. Diante da pressão do professor e da pergunta inquisitiva:
 - Onde esta a cola? Entregue que eu vi!
 Não houve outra saída senão engolir o bólido fervente bem diante dos olhares de todos. Furioso o professor decretou “zero” pela gravidade da falta e ainda ilustrou a situação com outra estória tão pândega quanto a que tinha acabado de acontecer. “Olha; você está parecendo aquela criancinha de cinco anos que lambuzada de doce se justifica para a mamãe não saber da existência da iguaria no armário”.
            Passagens alvissareiras carregadas de tanta graça e inocência vêm intrigantemente sendo repetidas nos mais altos escalões da vida pública brasileira, desta feita não por criancinhas e adolescentes, mas pelos mais velhos velhacos; alguns octogenários que enlameados até o pescoço ainda se atrevem a esbravejar diante dos olhos do povo, este mesmo condenado a pagar os mais altos impostos da história da humanidade por pífios serviços públicos, exatamente por estarem sob o comando deles mesmos; políticos traidores ladravazes que nunca sabem de nada, nem são capazes de enxergar o próprio rabo.
            Portanto senhores ladrões de colarinho não tão branco, do alto dessas letras tomo a iniciativa de declarar em nome do meu povo: - estamos enojados de vossas excelências, das vossas bravatas, das mentiras escabrosas, da vossa falta de vergonha, da vossa insuportável incapacidade de ser honesto, de assistir nossos idosos ganhando salários miseráveis e nossos jovens sendo educados num ambiente mafioso repleto de maus exemplos. Estamos cansados de pagar mais caro pelos transportados em rodovias da morte, de pagar por aposentadorias cada vez mais inalcançáveis, de ver escolas e professores incapazes de formar o cabedal humano necessário à crescente competição mundial.
            Por favor, se não houver outra maneira de viver sem predar as carniças dessa sociedade sofrida, explorada há séculos, cansada das vossas figuras impolutas e sanguinárias; não por vontade divina, mas pela fome canina que assola vossos estômagos; que, pelo menos das próximas vezes, procurem inventar desculpas menos esfarrapadas deixando o banal “eu não sabia” apenas reinante na égide inocente das crianças ainda não corroídas pelas ferrugens maliciosas do vosso mundo político, escatológico e nojento. Assim não estarão subestimando inteligências e paciências. Ah, quando colocarem dedos sujos em riste os coloquem nas caras dos vossos iguais ou os introduzam naquele outro lugar, pois é do nosso bolso que pagam vossa abastança e todos aqui embaixo também têm famílias bem constituídas, ganham o pão na honestidade do sol a sol e nada devem à vossa máfia!


MAUS HERMANOS



            Portugal e Espanha, apesar da proximidade territorial e cultural, plantaram o ódio avarento entre os colonos enviados à América e o resultado se reflete até hoje. A acirrada competição da era colonial proveniente das grandes conquistas e da crescente perspectiva de expansão territorial no novo mundo teria levado os dois reinos à guerra e à autodestruição, se, por intermediação do Vaticano, não se celebrassem vários  tratados; dentre eles o mais importante: “Tratado de Tordesilhas” e mais tarde o “Tratado de Madri”. Os velhos tratados, por incrível que pareça, foram respeitados, mas até hoje a influência rançosa da competição político-exploratória claramente não deixou de existir e vem funcionando como maldita herança. Apesar do discurso contrário, que inúmeras vezes enaltece a velha amizade de povos irmãos e do pacifismo reinantes na região, a verdade é que o convívio das nações latino-americanas nem sempre é tão amistoso e registra históricas desavenças políticas e até guerras por disputas territoriais e jurisdicionais.
            Nesse contexto o Brasil sempre ocupou sua posição de maior e mais rica nação do continente de maneira bastante desconfortável. Primeiro pelas diferenças culturais o fazendo diverso entre os iguais, segundo pela vulnerabilidade da fronteira multinacional, terceiro, porque o fato de ser o menos pobre dentre uma horda de miseráveis gera muita desconfiança além da responsabilidade direta e indireta pela incompetência, pelo sofrimento e pelos azares dos demais. A diplomacia brasileira no intuito de atenuar essas tensões sempre procurou despersuadir a realidade com muita perícia, a fim de não ferir qualquer susceptibilidade e o Brasil tomou fama de mediador e pêndulo de um frágil equilíbrio num palco onde se deve falar pouco, observar muito e, de preferência, discordar o menos possível.
            Numa eterna maré de altas e baixas aonde o humor dos “hermanitos” esta sempre à flor da pele, vem navegando o Mercosul, o bloco comercial encabeçado pelo Brasil e nascido na onda dos ventos da globalização, importante ferramenta capaz de fortificar seus membros diante do intempestivo mercado internacional; mas ao que parece o maior interessado sempre foi o Brasil, cuja diplomacia se esforça diuturnamente diante do desdém e da sempre viva onda de retaliações internas provenientes dos melindres, preciosismos e desconfianças de países membros cujo produto interno bruto, na maioria das vezes, é inferior ao de muitos estados brasileiros.
            Mais recentemente o cacique Hobin Hood Morales levou quase de presente um complexo petrolífero pela metade do preço de custo e de quebra ameaçou deixar o consumidor brasileiro sem gás, caso não fosse atendido. O Paraguai, liderado pelo velho bispo Dom Lugo, novo presidente da república, conseguiu flexionar artigos contratuais pétreos relativos ao fornecimento de energia produzida pela usina binacional Itaipu, injetando na economia de seu país alguns milhões de dólares graciosamente. E qual terá sido o resultado final das ameaças do Equador de fintar o BNDES do Brasil; órgão financiador da construção de uma hidrelétrica executada por construtora brasileira, cujas regras contratuais acordadas não teriam sido cumpridas? Segundo a diplomacia brasileira tudo se resolveu a contento, mas, que me lembre, não foram dadas satisfações aos ricos contribuintes brasileiros.
            Coincidentemente, três dos três heróis acima citados fazem parte do grupo dos novos cubanos da América Latina; os quais querem implantar a todo custo aqueles ideais comunistas mambembes, que não deram certo em lugar nenhum; e tudo sob o silêncio e assistência lenientes do governo brasileiro, cuja liderança se vangloria de pilotar a segunda maior democracia do mundo.
            Agora os hermanos deram partida à corrida armamentista liderada pelo maior Fidel Castro da América do Sul, o presidente Chaves. Ele, que sonha com uma guerrinha, a fim de testar seu armamento novinho em folha adquirido da Rússia; pelo visto anda metendo medo nos idiotas, que certa vez queriam acabar com as forças armadas brasileiras, baseados na justificativa irresponsável de que o Brasil localiza-se entre “hermanos mui amigos” e esta “deitado eternamente em berço esplêndido” onde até Deus escolheu para nascer. Afinal de contas Deus é ou não brasileiro? Bom, a nacionalidade de Deus é assunto de somenos importância, mas uma coisa é certa: o deus do futebol é brasileiro. E até nisso temos rixas severas: eles com seus Maradonas e nós com nossos Pelés. Eles trinta vezes campeões da Libertadores e eternos desafiantes dos pentacampeões do mundo. Quem é o melhor? Tudo depende do ponto de vista de quem responde!...
            Agora deixando esse papo de futebol de lado, o que será de nós contribuintes na era da corrida armamentista que se inicia na América Latina? Bem, o que nos resta a fazer é apenas torcer para que o dinheirão aplicado na compra de novos equipamentos bélicos não caia na mesma vala por onde desapareceram os equipamentos do Projeto Sivam, propagado a sua época como “Salvador da Amazônia”. Mais tarde vimos que não passava de mais um projeto eleitoreiro para fazer bobo dormir e reeleger FHC.


LUMINARES RATIFICAM A HISTÓRIA; “LIBERTAS QUAE SERA TAMEM”

           
            A confirmação de que o presente é concebido no alforje da história comprova-se no espírito de justiça e liberdade vicejante nos corações e mentes de alguns homens; semente lançada por aqueles inconfidentes loucos de amor pelo Brasil. Nem o enforcamento, nem o degredo, nem o sal que esterilizou as terras do Pombal foram capazes de livrar os ares dessas esquinas, ladeiras, vielas e travessas, nas quais fomos criados, do mesmo sentimento libertário, o qual, vira e mexe, acomete certos espíritos que nunca descansam enquanto não regam a planta tão cara denominada liberdade.
            Foi nesse impulso incontido de justiça pela liberdade, pois ambas se completam, que nasceu a idéia da criação da Academia de Letras Jurídicas de Tiradentes e São João Del-Rei; cuja base foi lançada sob apoio da Academia de Letras desta última presidida pelo douto advogado e intelectual Wainer de Carvalho Ávila, em conjunção com a Fundação Oscar Araripe, encabeçada pelo advogado, intelectual e pintor Oscar Araripe. E foi também naquela fria e estrelada noite de gala no acolhimento carinhoso e romântico da casinha localizada nos entremeios da acidentada Rua da Câmara, embalada ao piano clássico do professor Abgar Tirado e do gênio de Franz Ventura, a nova revelação sanjoanense, que veio à luz a jovem Academia Jurídica; uma ponte de reatamento entre as duas cidades coirmãs originárias do mesmo berço histórico, mas que ao longo do tempo se distanciaram no embalo de interesses políticos e econômicos.  Wainer e Oscar ainda puderam contar com o apoio, a tenacidade, o conhecimento e a parceria de outros três ilustres mensageiros da liberdade: os advogados José de Carvalho Teixeira, Carlos Felipe Romero Lagunilla e o juiz de direito Auro Aparecido Maia Andrade, que sem medir esforços, nem escolher hora deram corpo à ilustre comissão. 
            A partir de então nossas cidades terão guardiões sempre alertas debatendo democraticamente assuntos que selam interesses comuns numa luta perene para reverter o pernicioso e antidemocrático processo de distanciamento. Felizmente agora não mais necessitam reunir-se a portas fechadas, como apropriadamente lembrou o proeminente Juiz Auro Aparecido em seu discurso inaugural, pois o ideal libertário semeado pelo alferes Tiradentes e seus comparsas disseminou-se ainda que sob os ferros da Realeza de Portugal.
            Exemplos do passado, repassados pelo filme intitulado História, chegaram então até nós graças a indivíduos desse quilate, conscientes e comprometidos com o ideal de liberdade e, sob nossa co-responsabilidade, deverão também pousar nas bibliotecas do futuro. A importância maior da Academia Jurídica de São João Del-Rei e Tiradentes esta aí fundamentada: fiscalizar os caudilhos, sejam financistas ou políticos; fortuitos perturbadores das liberdades do homem, os lembrando que o direito de ser livre é pétreo e por isso de nada adianta cercearem a natural trajetória humana rumo à liberdade, porque um dia, mesmo que passem séculos, ela triunfará assim como triunfou na noite dos homens livres; mais de duzentos e trinta anos pós-Inconfidência Mineira; aquela do dia vinte de junho do ano de dois mil e nove.

INTERNET BANDA PODRE



            Desde os primórdios da humanidade um dos grandes desafios tem sido o transporte de pessoas e coisas e à medida que o progresso se acentuou também cresceu a necessidade da transmissão de informações. Os sistemas informativos lentamente se desenvolveram partindo dos contingentes de mensageiros e mais tarde dos correios e telégrafos à era dos satélites, viabilizando a comunicação instantânea com som, imagem, cor, transmissão de dados processados e em processamento; na esteira da grande broadband a qual se denominou “internet”. O imenso fluxo de informações indo e vindo em todas as direções encurtou distâncias, reduziu custos pelo aumento da produtividade nos processos operacionais e, além disso, vem influenciando o modus vivendi de milhares de comunidades remotas ao redor da terra, pela contaminação de costumes seculares invadidos por valores estranhos que lentamente vão sendo incorporados, de maneira tão implacável que o pluralismo cultural da humanidade lentamente cede lugar ao que se pode considerar uma espécie de cultura comum global.
            Diante do dinamismo das artérias informativas e da necessidade da rápida adaptação das pessoas e nações, o mundo vem se transformando num meio velozmente mutante, privilegiando os mais ricos e, por isso mesmo, mais capazes de se adequar reunindo melhores condições de vencer num extrato social altamente competitivo. Neste espectro, surgem então as discrepâncias sociais notadamente em países do terceiro mundo, onde milhões de pessoas ainda vivem às margens do processo ou completamente alheias aos modernos sistemas cibernéticos de aculturação pessoal e comunitária; o que vai diretamente de encontro às liberdades democráticas, que prevêem acesso irrestrito à informação como forma importante de ascensão pessoal para o exercício e gozo da plena cidadania.
            O governo brasileiro, mesmo no embalo da sua indefectível lentidão na solução de distorções estruturais, vem demonstrando interesse no problema e se mobiliza, a fim de fomentar a popularização do acesso à rede informativa através do barateamento de equipamentos, redução de juros e inserção de redes de sistemas nas escolas e locais públicos com acesso gratuito e ainda dando atenção especial ao programa “cidades digitais” que prevê instalação de sistemas sem fio (wire less) em pequenas cidades do interior a baixo custo, aonde ainda não houve interesse das grandes companhias de telecomunicações.
            Os esforços estão rendendo frutos e rapidamente o grande número de novos usuários esta projetando o Brasil no grupo das nações que mais interagem na rede informativa. Entretanto a outra face da moeda não é tão lustrosa quanto parece, pois grandes grupos comerciais se aproveitam da liberdade proporcionada pela privacidade virtual e infestam o campo com perigoso lixo eletrônico capaz de anular o grande potencial educativo em detrimento do tão necessário aperfeiçoamento humanístico. Tantos jovens privilegiados, já há muito inseridos no mundo digital, intrigantemente, não aproveitam quase nada das suas inúmeras possibilidades, uma vez que andam perdidos na periferia da grande broadcast, pobremente embarcados nas banalidades descartáveis das redes sociais, salas de bate papo, mercados livres e sites pornôs. Certamente, caso não se tome nenhuma providência, o novo contingente de internautas também optará por esses descaminhos... Ou terá mesmo mais visão que os felizardos já conectados? 
        Não vejo com bons olhos a reversão de grandes somas em algo com potencial para desenvolver distorções de personalidade e vícios comportamentais em milhões de jovens não só no Brasil, mas por todo o mundo, apenas interessados nas possibilidades lúdicas oferecidas por essas altas tecnologias, em prejuízo do seu uso para a verdadeira formação intelectual, profissional e ética.  Acho que seria interessante produtivo e necessário a introdução de sistemas de bloqueio do acesso ao lixo tecnológico pelo menos nos locais aonde haja uso público dos sistemas. Um absurdo a sociedade lavar as mãos e as autoridades ignorarem a tendência por considerar a ação um controle fascista. Fascismo ou não, a verdade é que a minoria dos carentes vai a uma lan house, mesmo pagando o que não pode, motivada por qualquer interesse em pesquisa. Não viu ainda quem não quis. E qual será o resultado futuro? Penso que pior do que a censura fascista é o desperdício em investir milhões em algo pernicioso e permitir que algumas dezenas de criminosos levem vantagens fenomenais em detrimento da saúde mental da sociedade e dos seus jovens em formação; delegando apenas aos pais a missão de selecionar o que deva ser descartado; quando se sabe que as famílias, na sua maioria, estão sobrecarregadas de afazeres cotidianos e são despreparadas por culpa da própria leniência do Estado, que não cumpriu nem cumpre os preceitos constitucionais relativos à educação de boa qualidade para todos.


IGREJA CATÓLICA NA MIRA DOS HIPÓCRITAS


            “Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra” Com essa frase emblemática Cristo salvou a adúltera das pedras dos hipócritas.
Prato cheio para predadores que têm o rabo maior que a moral: uma mísera mulher, discriminada, indefesa; obviamente pobre, cujas vestes não exibiam nenhum brasão, nem no corpo o aroma característico dos porcos de alta linhagem; e um justo cuja postura sóbria e coragem de sobra desafiavam a ordem ideológica e política e os donos das pedras.
            Por incrível que pareça a passagem acontecida há mais de dois mil anos se adequa tão moderna à realidade presente, quanto qualquer último lançamento da BMW ou da Microsoft. O Papa Bento VXI vem sendo diariamente apedrejado, pois querem lhe impingir parte da culpa pelas faltas de alguns desmiolados que ocuparam ou que, por ventura, ainda ocupem as fileiras da Igreja Católica. O acusam de leniência, quando ainda cardeal, no trato com um desses criminosos pedófilos, que insistem em se camuflar sob o manto da Igreja. Ora; querem que o velho e tradicionalista Joseph Ratzinger, homem de ilibada moral e indiscutíveis serviços prestados à Igreja, saia por aí dando uma de Papa Polícia! Estão se esquecendo que não é permitido a ninguém, nem mesmo a um prelado da sua envergadura, incriminar quem quer que seja baseado apenas em acusações muitas das vezes improváveis ou em provas toscas. É preciso que a sociedade entenda que a prática da pedofilia é um crime de difícil comprovação, mesmo para a polícia bem aparelhada e treinada e que o criminoso, por exigência constitucional em qualquer país civilizado, deve ter sua acusação formalizada sem pré-julgamentos e que a condenação só se consumará diante do direito de defesa plena e de provas contundentes e indiscutíveis. Ao acusador do padre criminoso, portanto, aconselhamos não telefonar ao Papa ou ao Bispo, pois estes, naturalmente e com razão cautelosos, se eximirão à condenação sumária.  Que este, além de cuidar melhor dos seus menores, reúna indiscutíveis provas e vá ao Distrito Policial mais próximo e registre queixa formal contra o cidadão padre. Caberá à polícia fazer o resto do trabalho.
            Não podemos permitir que a sociedade se valha desses fatos para tentar denegrir a imagem da nossa Igreja, nem a hombridade do seu pastor supremo, nem muito menos a seriedade do trabalho da maioria dos seus membros, apenas baseada nas ações criminosas de uma meia dúzia de miseráveis débeis mentais. Assim como também não seria justo enlamear a imagem de outras instituições da estatura do Congresso Nacional, das Forças Armadas, da Presidência da República, da Polícia ou do Judiciário; baseados apenas nas ações vexatórias de alguns deputados mensaleiros ou de um pequeno grupo de senadores coronéis, de alguns sargentos pederastas, de um ou outro presidente doidivanas, de maus policiais e juizes bandidos, que em troca de dinheiro sujo vendem sentenças benfazejas. Há pouco mais de um ano, os Estados Unidos, prostraram-se de joelhos diante de alguns corruptos e quase levou à banca rota o mundo na avalanche de pesados prejuízos em cascata, que assolaram as maiores e mais sérias empresas da história e nem por isso pode-se afirmar que o capitalismo ficou comprometido na sua essência, afinal de contas agir de má fé não é regra capitalista, mas exceção.
            Cristo, em seu curto tempo de materialização, nunca procurou se acercar de super-homens ou super-mulheres dos quais se esperasse a infalibilidade e não há passagens na Sua vida em que condene alguém. Pelo contrário, as escrituras são pródigas em exemplos de falha humana. Ele mesmo foi negado pelo seu principal discípulo. Judas o traiu por dinheiro e diante de Pilatos a multidão preferiu alguém com um histórico de vida menos recomendável que a do mensageiro da paz, da justiça e da concórdia entre os homens.
            A Igreja não é Deus, portanto esta sujeita a falhas e o próprio Papa Bento XVI reconheceu, numa interpelação da imprensa, que ela muitas vezes na história foi ferida pelos seus membros. Portanto, faz-se necessário que nós católicos a defendamos, assim como os lobistas ferrenhamente defendem seus interesses e comecemos, o quanto antes, a enaltecer o trabalho sério de centenas de outros militantes católicos, que estão em campo trabalhando, seriamente respeitando a moral é a ética pregada por Cristo, para suprir necessidades dos pobres, doentes e desvalidos, onde o cruel Estado cobrador de impostos esta ausente por incapacidade ou mesmo por incompetência. Por que rotulá-la pelos maus representantes, se temos exemplos como os de Zilda Arns, Madre Tereza e outros tantos anônimos dando o sangue em nome do bem estar e do amor ao próximo?