APRESENTAÇÃO


O conjunto de trabalhos que o amigo leitor encontrará aqui foi produzido ao longo de alguns anos. Não posso aqui precisar quantos, talvez uns vinte. A grande maioria deles publicada no jornal A TRIBUNA SANJOANENSE de SÃO JOÃO DEL REI (minha terra nanal) e NOVA MIDIA de BARBACENA; ambas tradicionais cidades históricas mineiras muito politizadas.

Obviamente há uma cronologia de publicação associada aos acontecimentos que inspiraram as respectivas reflexões. Depois de muito pensar, se deveria mencionar datas, resolvi aboli-las, pois achei que correria o risco de tornar seu passeio um tanto dirigido e até cansativo. Posso imaginar alguém lendo algo retratando fato acontecido há anos! Talvez se sinta entediado. Então, no intuito de instigá-lo, apresento uma miscelânea de trabalhos recentes e antigos, a fim de lhe subtrair, de propósito, qualquer direcionamento e deixá-lo livre para pensar, buscando no tempo, por si, tal associação. Acredito ainda que dessa forma esteja incitando sua curiosidade à medida que avance passos adentro. Sua leitura poderá inclusive ter início pelo fim ou pelo meio, que não haverá prejuízo algum para a percepção de que as coisas no Brasil nunca mudam. Ficará fácil constatar que a vontade política é trabalhada para a perpetuação da incompetência administrativa, obviamente frutífera para algumas minorias.

Penso que, se me dispus a estas publicações, deva estar antes de tudo, suscetível a criticas e, portanto, nada melhor que deixá-lo, valendo-se unicamente das informações contidas no texto, localizar-se na história. Caso não lhe seja possível, temo que o trabalho perca qualidade perante seu julgamento pessoal. Por conseguinte, acredito que isso não acontecerá; a não ser que o leitor não tenha, em tempo, tomado conhecimento dos fatos aqui retratados. Procurei selecionar de tudo um pouco; certamente sempre críticas, porém algumas muito sérias carregadas de um claro amargor. Outras, mais suaves, pândegas e até envoltas num humor sarcástico. Noutras retrato problemas da minha São João del-Rei. Até cartas para congressistas em Brasília há. E em alguns pontos, para abusar da sua paciência, introduzi coisas muito particulares. Críticas à parte, nessas, apenas falo de mim, afinal, apesar de amigos, talvez nunca tenhamos trocado impressões sobre coisas tão pessoais. . .

Aqueles que me conhecem há tempos, sabem que sou um obstinado por política, apesar de jamais tê-la exercido diretamente. Motivos houve de sobra e numa oportunidade poderei explaná-los. Todavia, do fundo do coração, afirmo que tal paixão tem como motor um doloroso inconformismo por ver o Brasil tão esplêndido e tão vilipendiado; vítima inconteste dessa cultura avassaladora de demasiada tolerância à antiética e à imoralidade na administração pública. Comprovadamente este é o pior dos tsunames com potencial para ter retardado nosso progresso mais de três séculos e grande responsável pela perpetuação da pobreza de metade da nossa população, pelo analfabetismo total e funcional, pela violência social e pelo abismo intransponível que aliena gigantesco contingente, maior que um quinto da população do continente sul americano. Diante do inaceitável absurdo, impossível me conformar em silencio diante dos atos e fatos que vão vergonhosamente enxovalhando nossa história e nos deixando como um gigante deitado sobre o escravismo que a Lei Áurea não foi capaz de abolir.

O título? Esse, talvez, seja o mais difícil explicar. GRITOS SEM ECOS representa uma espécie de pedido de socorro do náufrago, que sabe que de nada adiantará espernear, pois não há interlocutores, não há socorro, não há saída, não há conscientização; mas, assim mesmo, grita.

Será um prazer receber sua visita e ler suas opiniões, elogios ou críticas.

Forte abraço!



quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O ESTADO CRIMINAL E O SINDICATO DE LADRÕES

O ESTADO CRIMINAL E O SINDICATO DE LADRÕES

Em 15 de novembro de 1889 o Brasil foi transformado numa república para que se cumprisse o velho sonho de tantos jovens sonhadores e intelectuais idealistas. Uns dizem que a única justificativa foi a simples influência vinda da América do Norte, numa imitação da opção dos Estados Unidos pelo presidencialismo. Outros que o Imperialismo era um sistema político caro, baseado em privilégios, de pouca flexibilidade, nenhuma alternância de poder e que a história do Império do Brasil estava calcada em desvios comportamentais, escândalos sexuais, traições e um velho ranço escravagista.

Mudar era necessário e foi o que aconteceu. Passou-se ao presidencialismo, mas o clientelismo e a macabra mancha negra do escravagismo jamais tiveram fim. A íntima relação entre políticos e os oligarcas das elites dominantes sempre transitou livre pelos salões dos palácios governamentais e nunca deixou de ser a chave capaz de abrir portas inimagináveis para um humano qualquer. Favores comprados a peso de ouro e cargos conquistados à surdina nas negociações espúrias e noturnas, enquanto a plebe pagante de impostos dormia o sono dos inocentes, jamais deixaram de ser o manual dos bandidos de gravata e cartola.

A escravidão sobreviveu agora não mais tão negra, mas miscigenada. Olhos azuis ou puxados, desde que não fossem ligados aos esquemas de poder também passaram a habitar a nova concepção de senzala. A sujeira corporal e o odor de suor e urina transferiram-se para bairros miseráveis das periferias, plantações de café, fábricas e suas cargas horárias de doze horas diárias, cuja exploração física substituiu a chibata, mas não deixou de doer tanto quanto suas investidas.

Essa situação jamais deixou de ser o estopim das permanentes conturbações sociais que povoam as paginas da História do Brasil, um país que em pouco mais de um século já teve mais de trinta presidentes, nem todos eleitos por eleições diretas e democráticas, sem contar vários mandatos interrompidos e revoluções com centenas de mortos e desaparecidos.

O resultado funesto da constante instabilidade é que nunca sobrou tempo para que os governantes governassem, pois todo o tempo que lhes restava era para governarem o desgoverno e seus interesses próprios. Enquanto isso o ato de defender os interesses do povo ficou esquecido em patamares inferiores na importância das prioridades do Estado. A bem da verdade a ordem política brasileira chegou a um caos tão profundo que o povo é que passou a ser ferramenta de defesa dos interesses do Estado, fato que  transformou o Brasil num país atrasado, endividado, fora do compasso da dinâmica do mundo desenvolvido, povoado por uma horda de ignorantes, analfabetos e conformados. Se considerarmos que a profunda ignorância gera pobreza e que a conformação leva ao comodismo, a sociedade brasileira se transformou no melhor dos mundos para os picaretas e espertalhões. Um lugar onde se pode cometer o mais bárbaro dos crimes contra os interesses do povo que tudo estará perdoado e esquecido; cuide-se quem reclamar.

Então Deus ajudou e nos deu o Partido dos Trabalhadores (PT) e suas propostas de justiça social, tão fortemente defendidas pelo seu comandante máximo. Ninguém teve dúvida de que o condutor divinamente inspirado era Luiz Inácio Lula da Silva, o nordestino de origem humilde, sindicalista empedernido, com história e coragem de sobra para governar o desgoverno nacional e colocar o Brasil no rumo da ordem e progresso com merecida democracia.

Ele então não demorou a mostrar a que veio. Tomou posse com pompa e circunstância, discursou aqui e ali, na ONU, na OEA, no FMI, no Banco Mundial, em dezenas de palanques e universidades, ganhou importantes títulos e honrarias, elegeu uma sucessora e virou “O CARA”; porque sabia como ninguém convencer a todos que conhecia a mágica que levaria o Brasil a se transformar em modelo de desenvolvimento, assim como em exemplo de como se deve e se pode exterminar a pobreza em todo o mundo.

O mundo acreditou nele como a maioria de nós brasileiros. Entretanto, o povo brasileiro não sabia o que o mundo já tinha conhecimento. Doze anos antes de tomar posse como presidente salvador da Pátria, Lula já estava de conchavo com o grande ditador Fidel Castro, quando fundaram o "Foro de São Paulo". Um órgão de magnitude continental, com o intuito de transformar o Brasil e a America Latina em redutos marxistas, onde tradicionalmente a ordem democrática só existe no papel. O Mundo fechou os olhos, porque Lula sempre fez questão de mencionar a palavra “democracia” em todos os seus pronunciamentos e, a fim de conquistar a confiança do povo, lançou mão do mais profundo populismo da historia do Brasil. Baseou o crescimento na distribuição de dinheiro fácil, no consumismo irresponsável, fez olhos e ouvidos de mercador para o desgoverno a sua volta e para a crise mundial que se prenunciava. Transformou-se no maior fenômeno de popularidade jamais visto no Brasil e sem ninguém perceber dirigiu o país rumo ao desastre passando a gastar sistematicamente mais do que a máquina produtiva comportava.  Para manter tudo isso, construiu sua ilha da fantasia cercada pelo sistema tributário mais faminto do mundo.

Então passamos a viver a tragédia anunciada, uma vez que o populismo é um sistema perverso de duas mãos. Uma dá aos pobres sem prepará-los para viver por conta própria e a outra toma, através da alta carga tributária. Enquanto isso as duas posicionam elementos de confiança em cargos chaves, para acobertar falcatruas e limitar o alcance da lei ao que chamamos de “Aparelhamento do Estado”. No entanto o populismo ainda tem outra face oculta e perigosa, uma vez que promove fantasioso estado de felicidade baseado numa especie de cortina de fumaça para distrair o povo, enquanto a estrutura governamental se prepara para destruir a democracia e eleger um querido ditador comunista.

Isso não podia resultar em outra coisa. O ambiente de êxtase passageiro anestesiou a consciência popular e transformou o Brasil numa espécie de "Sindicato de Ladrões" com direito a se apropriar da coisa pública a hora e da maneira que bem entender sedento para dividir gordos lucros, desde que os prejuízos sejam pagos pelo povo.

Essa é a triste história de uma nação que há mais de cinco séculos teve seu destino selado pelo banditismo extrativista, transportado até aqui nos porões das caravelas portuguesas e até hoje conservado com especial carinho na geladeira das consciências mortas.

Enfim, parece que as tais consciências começam a ressuscitar e um sopro de vida nasceu lá pelas bandas do Estado do Paraná. Um tal general Sérgio Moro e seu exército de jovens guerreiros resolveram estancar o esgoto que há cinco séculos vem envenenando o organismo nacional e assassinando a Ordem e o Progresso. Que os anjos do bem digam amém, porque os do mal são quase indestrutíveis.

Deus salve o Brasil e seu pobre povo heróico e cansado!


ANTÔNIO KLEBER DOS SANTOS CECÍLIO





sábado, 28 de novembro de 2015

A PRACA E DO POVO! A PETROBRAS NAO.

A PRAÇA É DO POVO! A PETROBRAS É DO GOVERNO.

O importante poeta baiano Castro Alves, falecido em 1871, foi grande defensor da liberdade. Também conhecido como poeta dos escravos, na sua curta vida compôs vários poemas, mas alguns ficaram na galeria dos maiores: “Vozes da África”, “Navio Negreiro” e “Espumas Flutuantes” este tratando de problemas existenciais. Escreveu também sobre a importância do livro como fator de transmissão de cultura e libertação. E obras menos conhecidas como o poema “O povo ao Poder”.                    

Castro Alves criou a expressão “A praça é do povo assim como o céu é do condor”, comparando a praça ao espaço livre do céu e o vôo do magnífico pássaro planador à vida em liberdade democrática. Não é difícil perceber que sua intenção nesta bela e oportuna comparação foi chamar a atenção para o espaço que o povo deve dispor a fim de exercer o direito de ser livre. Um local aonde se vai para passear, se mostrar, encontrar amigos, dialogar, saber das novidades, fazer novas amizades e, muitas vezes, protestar. Afinal, qual prisioneiro goza do direito de ir e vir ou de apenas estar na praça?

Indiretamente Castro Alves se referiu ao prisioneiro enclausurado numa cela, sem liberdade, sem visão do outro lado das paredes. Fez uma analogia comparativa à ignorância, que escraviza o homem, porque o impede de questionar por simples falta de conhecimento.

Aqui também pretendo conduzi-lo, caro leitor, pelos caminhos comparativos usados pelo poeta. Se possível divulgue o texto, leia para outros menos esclarecidos e abra-lhes as asas, lhes mostre o caminho da praça, a direção do espaço do condor, a fim de que nossos governantes entendam que somos um povo livre por natureza, porque somos capazes de enxergar grades invisíveis à nossa frente e saltarmos sobre elas antes que bloqueiem nossas liberdades de ir e vir, de expressão, de trabalhar e produzir nosso sustento com dignidade, sem depender de esmolas de ninguém. Esmolas escravizam, geram gratidão da parte de quem recebe e cobrança daqueles que as dão. Assim funciona a vida: - Não há almoço sem paga, nem tempo que não passe antes do pagamento. Tenho dito isso em todas as oportunidades que a liberdade de expressão me proporciona.

Desde o primeiro suspiro começamos a pagar e pagamos por tudo até o último. Maná não mais cai do céu. Para aliviar nossa dor por não nos deixarem ser feliz, logo nos primeiros anos de vida inicia-se a lavagem da nossa mente com um sabão eficiente chamado “Patriotismo”. Aí põem na nossa cabeça que somos donos do Brasil, que o Brasil é nosso, que a Petrobras é do povo, que o Banco “X” é o ”Banco do Povo, que o petróleo é nosso. Depois dizem que temos que oferecer a vida pela Pátria. Claro, se preciso for a vida deve ser oferecida, assim como muitos já ofereceram, mas em benefício da liberdade e do seu bem estar pessoal, porque Pátria  significa nada sem você. Nada não é mais importante que o cidadão e sua felicidade! Assim deve ser o céu do condor, sem limites, nem cobranças, nem barreiras.

Estão cerceando o limite do nosso céu, quando nos dizem que o Brasil é nosso. Certo seria dizer que nós somos da Pátria Mãe. Afinal, não nos ensinaram que ela é gentil??
Por isso só cabe a Ela e a mais ninguém resguardar nossos direitos de liberdade, igualdade e fraternidade, porque assim está escrito na nossa Constituição Federal e na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Não só aqui, mas no mundo inteiro, em todos os tempos, venderam essa fantasia e lavaram mentes. Na realidade quem leva vantagem em pregar mentiras cívicas com cara de verdade são os governantes, porque ideologia nunca fez parte do pacote da felicidade.

Se vivemos infelizes numa Pátria que não respeita direitos constitucionais básicos, como afirmar que ela é nossa? Somos donos de nada e caso fossemos, certamente teríamos apenas a propriedade das nossas desventuras, humilhações e sofrimentos.

O ex-presidente americano, John F. Kennedy, certa vez, disse num famoso discurso que ninguém deve perguntar o que a Pátria deve fazer pelo cidadão, mas o que ele, o cidadão, deve fazer por ela. Ora, nós brasileiros passamos a vida nos doando pela Pátria e ela passa todo o tempo nos negando o direito de ser feliz.

Você é pobre? Não tem casa própria? Seu filho não pode estudar na melhor escola? Seu plano de saúde não cumpre a obrigação contratual? O combustível está fora do seu poder de compra? O salário esta minguado? O desemprego esta batendo a sua porta? Bandidos não respeitam sua família nem seu patrimônio? A condução é cara e ruim? Viu parentes morrerem nos hospitais imundos, quentes e ineficientes? A financeira tomou seu carro? A natureza esta se acabando? A Previdência Social esta falindo? Velhos estão na miséria? Temos crianças comendo lixo nas grandes cidades? O governo aumentou impostos para pagar a roubalheira que você não participou? A Justiça é demorada e você esta esperando há anos? Sem a menor dúvida, a culpa é da sua Pátria Amada.

Prova disso é que o governo brasileiro é a instituição mais rica e poderosa do Brasil, mantida à custa do povo e das empresas privadas. É o maior capitalista do felizardo grupo de aproveitadores. Esta associado aos grandes conglomerados empresariais, é dono de dois grandes e poderosos bancos, recebe bilhões em impostos para cumprir sua obrigação constitucional que é garantir nossa liberdade, igualdade e bem estar; mas não o faz. Entretanto, enquanto não cumpre fielmente as leis, abre vagas nas estatais para um bando de bacanas, amigos do rei ou da rainha e ainda manda os políticos saírem por aí lavando mentes dizendo que o povo é dono do Brasil e da Petrobras. Que engano!

O condor popular, para voar livre precisa deixar de ser dono do Brasil de mentira. Precisa aprender a querer privatizar empresas públicas, porque isso significa arrancar carrapatos da carne, assim arredando grades que fecham a passagem ao direito de ser feliz.

Nenhum governo e nenhum povo precisa ser dono de empresas. Isso é tarefa para empresários. Ao governo cabe mediar relações, normatizar, cobrar impostos justos, prestar serviços dignos ao cidadão, manter corruptos e bandidos na cadeia, defender o território e a soberania nacionais e deixar a praça livre para o povo voar e ser feliz, sem pobreza e enganação.


ANTÔNIO KLEBER DOS SANTOS CECÍLIO.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

AS EMPRESAS PÚBLICAS, A FARINHA E VOCÊ



AS EMPRESAS PÚBLICAS, A FARINHA E VOCÊ
           
               Era mês de dezembro e intenso calor arrebatava os ânimos dentro e fora da sala. As férias estavam na primeira semana, mas naquele dia fatídico tivemos que comparecer cedo à Faculdade, para importante palestra do ilustre Delfim Neto, àquela época Ministro do Planejamento do presidente João Figueiredo. Afinal não era sempre que se tinha a oportunidade de ver e ouvir ao vivo a maior autoridade brasileira em assuntos macro econômicos e financeiros.  Ademais, ouvi-lo era desejo de todos que orbitavam no mundo das ciências gerenciais e, principalmente nós do sexto período, que tínhamos um trabalho marcado para depois das férias, cujo tema seria assuntos tratados no encontro com o ilustre ministro. Há trinta e muitos anos atrás nossa moeda era o extinto “Cruzeiro”, o qual viria a ser substituído pelo “Real” em meados de mil novecentos e noventa e quatro, no Governo do ex-presidente Itamar Franco.
            Naquelas quatro horas ouviríamos o ministro falar sobre Inflação, Comércio Nacional e Internacional e Câmbio. Considerando-se que a economia brasileira é ciclotímica; mais ou menos como uma gangorra, me lembro das palavras do conferencista tão adaptadas à crise de hoje que se tem a impressão de estar num perfeito túnel do tempo. Naquela época também a inflação era altíssima, o Cruzeiro se desvalorizava a cada dia e o desemprego invadia os lares brasileiros.
            A palavra gangorra propositalmente usei para ilustrar algo que nunca muda, enquanto sobe e desce e nunca sai do lugar. Um exemplo que costumo usar, quando me refiro ao Brasil, um país que se autoqualifica “do futuro”, mas que nunca avança e, quando o faz, é sempre para baixo ou para trás. Veja o leitor que a prova da afirmativa esta aí nos olhos de quem quiser ver. O Brasil gangorreou para cima dez anos, para baixo três e continuará assim por mais quanto tempo? Quem se atreve a dizer? Enquanto isso nossa vida passa e pagamos os prejuízos com o couro ou com o bolso. Assim também aconteceu nos anos setenta e oitenta.
            Mas voltando ao dia da palestra, a primeira frase que o ministro pronunciou foi:
 - “Nesta guerra, quem menos importa para o governo e para os especuladores é você”.
Aí todos arregalaram os olhos e ele continuou:
- “Isto mesmo que eu disse. Nas condições que vivemos hoje, todos estamos empobrecendo, porque nossa moeda esta ficando mais fraca e cada um está puxando a farinha para o seu saco. Quero dizer Governo e empresas. Sabem de quem é a farinha? Minha, sua, nossa! O povo é quem entrega a farinha, porque governo não tem dinheiro. Quem financia o governo é o povo através dos impostos. Não há outra saída ou se paga ou se paga e ponto final, senão o país para. Precisamos acabar com a inflação primeiro, para resolvermos o problema do Brasil. Ela desregula o câmbio, coroe o seu dinheiro e acaba com nossos empregos”.
            Então perguntamos:
- Mas, se o senhor é ministro do planejamento o que esta esperando para acabar com ela?
- “Estamos esperando o governo brasileiro pagar as suas contas, gastar menos e melhor. Estamos trabalhando para isso”.
            Daí, a palestra continuou e o resto não vem ao caso. Vamos nos ater apenas à resposta. “...pagar as suas contas e gastar menos e melhor...” Na verdade essa resposta é uma evasiva. Resposta de quem não tinha resposta ou não queria responder. Entretanto, várias décadas passaram, o Brasil continua gangorreando, as despesas públicas só aumentaram, principalmente nos últimos treze anos, e o governo sempre gastando mal.
            O que significa gastar mal? Quando alguém gasta mais do que ganha, gasta mal. E quando gasta com corrupção, projetos supervalorizados e planejamento ruim gasta mal duas vezes.
            Quando Lula ganhou a eleição em 2002 – eu votei nele – foi eleito porque falou o que queríamos ouvir do ministro Delfim naquele dia. Prometeu acabar com a corrupção e transformar o Brasil num bom gastador, ou seja, haveria gastos menores que o orçamento. Isso também tinha um significado oculto: Só se poderia gastar mais se houvesse mais investimento para haver mais arrecadação e aumento do orçamento. De outra maneira Lula quis dizer que trabalharia para equilibrar as contas públicas.
            Observe o leitor que um país é como sua casa. Se seu salário for menor que seus gastos, seus filhos ficarão felizes da vida, mas você ficará inadimplente e seu nome irá para o SPC. O governo brasileiro fez a felicidade do povo, mas entrou no SPC internacional, quando não acabou com a corrupção a qual tem alto preço para os cofres públicos, criou programas sociais caríssimos e investiu no empreguismo. Numa ponta da corda o custo operacional do Estado Brasileiro ficou muitas vezes maior e na outra, onde fica o caixa, as receitas ficaram dezenas de vezes menores.
            Mas por que a receita ficou menor? Basicamente, porque o governo amedrontou os investidores com suas campanhas ideológicas comunistas criando um clima de incerteza.  O horizonte ficou nublado e ninguém sabia o que era melhor: ir para a janela ver o bonde passar, investir fora do Brasil ou acreditar em Papel Noel comunista, que a cada dia afina mais seu discurso contra o capital e contra exatamente quem gera emprego e paga impostos pesados. Os programas sociais colocaram mais dinheiro na praça e o povo com mais dinheiro fica feliz como ficou e quis gastar mais. Assim aumentou-se a procura por bens de consumo, mas com a queda de investimentos houve também queda de oferta, houve desequilíbrio mercadológico, a inflação aumentou, o dinheiro perdeu valor, o povo deixou de gastar, a arrecadação caiu e ligou-se a bomba relógio. O navio verde e amarelo começou a afundar.
            Se o leitor perguntasse hoje ao ex-ministro Delfim, qual a solução ele responderia com a mesma evasiva.  Mas eu respondo que a solução não é simples, mas é possível. E qual seria ela?
1º - Obrigação legal de privatizar tudo que é público, para desalojar os corruptos. Assim a arrecadação de impostos aumentaria algumas dezenas de vezes, as despesas diminuiriam outras dezenas de vezes e o governo teria mais dinheiro para gastar bem.
  -  Redução de 80% dos juros e da carga tributária para quem produz.
3º - Redução paulatina do empreguismo público nas repartições oficiais. Novas contratações só admissíveis por justificativa aprovada pelos parlamentos.
4º - Garantia constitucional de proibição da veiculação de propaganda comunista da mesma forma que se criminalizou qualquer tipo de apologia ao Nazismo.
  -  Abertura total e irrestrita dos mercados.
  -  Investimento de 20% do PIB em saúde e educação.
  - Continuação e até ampliação dos programas sociais, mas em regime de temporalidade. Isso quer dizer que o benefício seria suspenso depois que o beneficiado fosse preparado pelo governo para exercer uma profissão formal e estivesse comprovadamente empregado. Aquele que não se preparasse dentro do prazo pré-estabelecido, perderia o benefício irrevogavelmente.
            Com essas sete medidas básicas o Brasil entraria no eixo, porque a inflação permaneceria no patamar civilizado; bilhões de dólares entrariam no país, trazidos por investidores úteis; o câmbio se equilibraria; o custo Brasil baixaria; dezenas de milhares de empregos seriam criados; a arrecadação de impostos se multiplicaria; os serviços públicos ganhariam eficiência; a violência social perderia fôlego; a Previdência Social deixaria de fechar seu balanço no vermelho; a mentira deixaria de manchar a imagem do Brasil e a felicidade e o orgulho de ser brasileiro reinariam para sempre.
            Para isso você não deve acreditar que ser dono de empresa pública é bom para o povo. Isso é golpe ideológico para se manter no poder à custa da inocência popular. O cidadão comum nunca foi dono de nada, nem aqui, nem na China. As empresas públicas pertencem ao governo que sempre fez delas o que bem quis. Os EUA não têm empresas públicas e é a maior potência econômico-tecnológica do globo. Ademais sabe manter seus bandidos pés de chinelo e coxinhas de gravata na cadeia. Acredite nisso, abra os olhos e será mais feliz!

ANTÔNIO KLEBER DOS SANTOS CECÍLIO.


domingo, 20 de setembro de 2015

A EMPRESA, DEUS E O DIABO



A EMPRESA, DEUS E O DIABO

            Conta a lenda que Deus ao criar a humanidade decidiu que todos seriam belos e inteligentes. Antes de se retirar para o céu, disse que havia criado terra, água e luz, mas que dali em diante deveriam trabalhar muito, a fim de produzir seu próprio sustento. Depois prometeu que um dia voltaria para ver como andava o progresso da criação. Passado o tempo prometido voltou e encontrou todos mortos e nada havia se transformado.
            Intrigado com a inesperada situação resolveu mudar a estratégia. Criou novos humanos, desta vez, feios e burros. Explicou que havia criado terra, água e luz e que precisariam trabalhar duro para garantir a própria sobrevivência. Novamente retirou-se e, quando voltou, qual foi a grande surpresa? Deparou-se com todos mortos e, nem mesmo uma pedra havia sido mudada de lugar.
            Então, sem idéia do que fazer, reuniu-se com Santos, Querubins e Serafins, lhes colocou a par de tão intrigante fenômeno e pediu que o ajudassem a encontrar uma solução. Depois de muitas reuniões, concluíram que deveria ser feita nova experiência. Um quarto da humanidade seria de belos e inteligentes. Outro quarto de belos e burros. O terceiro quarto de feios e inteligentes e o último quarto composto de feios e burros. Antes de partir explicaram que haviam sido criadas terra, água e luz e todos teriam que melhorar ou, se possível, multiplicar tudo que estava à disposição, valendo-se do seu esforço próprio.
            Após alguns séculos voltou e a surpresa foi ainda maior. O mundo havia melhorado muito. Todos trabalhavam e muita coisa havia sido construída. A felicidade era plena. Todos radiantes riam a toa. Dividiram-se em grupos, estabeleceram objetivos e metas, fizeram planejamento, estabeleceram prazos que eram cumpridos, trocavam produtos, mantinham-se abastecidos, agasalhados e cheios de esperança no futuro. E o mais impressionante, que muito emocionou, foi que milhares de crianças haviam nascido, brincavam, cresciam e sonhavam.
            De novo chamou os auxiliares para analisar tamanho sucesso comparado aos fracassos anteriores e nada concluíram. Então convocaram alguns indivíduos da humanidade, e perguntaram qual foi a estratégia usada? Simples, disseram eles! – “Os belos, feios e inteligentes criaram empresas e deram emprego para os belos, feios e burros. Assim conseguimos o equilíbrio e a felicidade”.
            Feliz, Deus concluiu que beleza e feiúra não eram fundamentais. Que fatores importantes eram a criação de empresas, a diversidade, a inteligência e a liberdade. Homens livres, belos e feios, sábios e burros; unidos seriam capazes de trabalhar em equipe e criar processos racionais, que poderiam compensar as falhas e fraquezas humanas. 
            Mas, diante de tanta paz e sucesso, algo estava para dar errado. O Diabo, que sempre inveja Deus e espreita os humanos, resolveu criar o Capitalismo de Estado. A partir daí o tumulto começou. O entendimento virou disputa. Impostos foram criados. Inauguraram-se empresas públicas. Criaram-se bancos estatais. Diziam que tudo era do povo! Os inteligentes e inescrupulosos ficaram muito ricos, se protegiam nas facilidades estatais, acumularam acima da necessidade e dividiam com o Estado, que dava mordomia para os governantes à custa da miséria e do sofrimento dos burros; tanto belos, quanto feios.
            Sem alternativa, Deus, que sempre prezou a liberdade e criou o Diabo, para testar a fé dos humanos, tinha que dar um golpe divino no espírito do mal. Depois de muito pensar, teve a divina idéia, que colocaria limites na crueldade de Satanás. Criou o Ministério Público, a Lei e a Democracia. Assim a farra do Estado Larápio e dos seus amigos ricos ficou limitada, pois todos, a partir de então, além de liberdade passaram também a ter deveres estabelecidos por Lei.
            O Diabo, ainda não se dando por vencido, maliciosamente criou a Ditadura Marxista de Estado – conhecida como Comunismo – que nada mais é do que a ilusão de que o Ladrão Estatal pudesse cumprir a falsa promessa de que governante ditador, lunático e mentiroso pudesse dar a todos o que já é de todos. Encheu a cabeça dos belos, feios e burros de que isso era possível e que o governante e seu grupo de amigos ricos ficariam satisfeitos com a fração que lhes coubesse como iguais a todos.
            De volta ao embate contra o Diabo e suas mentiras, Deus deu o golpe final na inteligência maliciosa de Lúcifer e seus abutres famintos. Pediu a um anjo celeste que lhe trouxesse caneta e papel e assinou importante decreto; o único capaz de colocar limites nas astucias diabólicas: criou a Escola, a Imprensa e a Internet. Assim os burros deixariam de ser cegos e surdos e o ladrão estatal e seus amigos não teriam mais onde se esconder.
Desde então, os olhos do povo passaram a ser os olhos de Deus!
           
            O paciente leitor desta coluna há muito já deve ter percebido que tenho preferência pelas analogias. Penso que são excelentes ferramentas para facilitar a compreensão dos menos experientes e um meio didático importante para que todos conheçam a fundo como funcionam os interesses políticos no mundo e, principalmente, neste país que tanto amamos, mas tão desrespeitado pela perversa cultura populista, sempre dirigida para enganar.
            Portanto, espero que tenha gostado. Contudo, gostando ou não, lanço aqui um desafio. Olhe a sua volta e observe tudo; os bens materiais, a natureza, seu corpo, suas roupas, sua casa, o berço onde dorme seu filho, a comida que mata sua fome, a água que jorra pela sua torneira e responda à seguinte pergunta:
- É possível apontar, dentre tudo que o rodeia, inclusive este jornal, algo que não tenha sido construído por Deus ou por uma empresa?
            Pois é, claro que é impossível, porque não existe! Contudo, nossos governantes insistem em massacrar as empresas brasileiras com altas cargas tributárias, arrasando sua competitividade, destruindo postos de trabalho e, além do mais, alegam que os empresários são inimigos do trabalhador. Sugam as empresas e seus trabalhadores, para encher a grande pança do demônio e seus canalhas.

            O paciente leitor concorda ou não? Deus diria que o verdadeiro inimigo dos que investem e dos que trabalham duro é o Estado e os governantes picaretas. O Brasil é um bom exemplo disso.

Povo atento e bem informado é povo livre e rico! Esta registrado na história das nações que deram certo.

ANTÔNIO KLEBER DOS SANTOS CECÍLIO.

domingo, 23 de agosto de 2015

O LULISMO E O MANICÔMIO BRASIL



O LULISMO E O MANICÔMIO BRASIL

Dentre as inúmeras obras Machadianas há uma que suplantou várias em qualidade descritiva e genialidade imaginativa. Estamos nos referindo ao conto “O ALIENISTA”, cuja personagem era certo médico, o Dr. Simão Bacamarte; uma espécie de cientista louco, que se metera nos estudos da mente humana. Quanto mais estudava, mais concluía que cada um dos moradores da cidade era um desmiolado e fazia jus a internação para tratamento mental. Até que um dia, quando quase toda a população da cidade se encontrava internada uma guinada caprichosa do destino fez com que o feitiço virasse contra o feiticeiro, sendo ele o último a ser internado.

Valendo-me de um paralelismo entre a ficção tão bem trabalhada pelo humor crítico do escritor, venho à tona para me debater de corpo, alma e muita indignação diante da dura realidade que hora vivemos no Brasil dirigido e dominado pelo Lulismo ou, porque não dizer, pelo Petismo?!

Há exatos onze anos, quando estávamos às vésperas das eleições presidenciais, que conduziriam Lula ao Planalto, meu amigo Ozires Valadão, um santista de coração, fez uma previsão ancorada na experiência desastrosa sofrida pela população da sua querida cidade de Santos, a qual havia sido governada pela prefeita petista Telma e seu bando de pelegos. Guardada a devida proporção, Telma era a Dilma santista e a cidade se encontrava mergulhada no caos e na estagnação. Não havia outra saída: PT fora era o sonho do indignado eleitor.

Ozires Valadão, baseado na sua larga experiência como velho advogado e anti-petista de carteirinha, a certa altura da conversa, lancetou um olhar de peixe morto para o infinito e decretou:
- "Você verá, se esse tal Lula ganhar, com quantos paus se faz uma canoa!
Esse cara é um alienado, o conheço desde outros carnavais; sempre mantém uma quadrilha a sua volta! Tem pavor de trabalhar, só pensa em greve e onde entra a confusão esta formada!".
Eu, do altar da minha inocência, achava que já conhecia o fantasma da ópera política, mas depois desse monte de macabras previsões dum cara que tinha no currículo defesas e acusações a favor e contra Deus e o diabo, um calafrio me trespassou a espinha, mas de nada adiantou. Algum tempo depois assisti ao Lula festejar, chorar de alegria e voltar a afirmar suas promessas de campanha:
 - "Farei desse país uma grande nação; obrigado meu povo por confiar em mim! Vocês não vão se arrepender!".

Com Lula na presidência o tempo passou, Telma sumiu, a prefeitura e a cidade respiraram aliviadas e o tempo continuou passando, passando, até que outro dia, no meio sonolento duma ressaca dominical, o telefone entrou rasgando como uma flecha lançada por Touro Sentado. Atendi como se pega num pescoço a fim de esganá-lo, e lá no fundo ouvi a voz raivosa e crítica do Ozires, que aos gritos me lembrou:
- "Eu te falei! Eu te falei! Taí a confusão! Quero ver agora o Brasil sair dessa bagunça!
Todo dia me lembro da Telma e desejo que ela esteja no inferno e é pra onde esse safado do Lula também merece ir!"
Eu, é claro, a fim de amenizar os arroubos do Ozires argumentei que Telma e Lula não poderiam ser assim cruelmente defenestrados, sem dó nem piedade, para o inferno, porque Deus a tudo perdoa. E ele, do outro lado, gritou mais alto ainda:  
- Claro que é pra lá que eles devem ir. Coitado do capeta! Deus e você também viraram a folha?!

Diante da mixórdia, que o Brasil esta, pergunto:
- A ida de Lula para o inferno resolveria alguma coisa? Talvez, melhor fosse um diagnóstico do Dr. Bacamarte decretando internação, a fim de se tratar da alienação psíquica, cívica, social e política.

Aurélio Buarque definiu o alienado como louco. Eu prefiro defini-lo como aquele que não tem a propriedade de si próprio. Lula seria um desses?
Quando migrou do nordeste num pau de arara trouxe consigo as marcas da discriminação e do sofrimento. Experimentou na carne como é duro estar do outro lado do abismo, que sempre dividiu a sociedade brasileira em privilegiados e escarnecidos. Mas o menino Luiz Inácio cresceu e o que antes eram apenas tristes lembranças o transformaram num homem rancoroso, recalcado, revoltado com as estruturas sociais, com o patronato, com o capitalismo e com o Estado Industrial. Tudo isso, ainda hoje, em sua cabeça, representa os coronéis nordestinos. No entanto, ao se eleger presidente, o poder lhe subiu à cabeça, o cooptou e num deles o transformou.

Compreende-se que sua sede de justiça fosse grande. Para saciá-la, natural que se associasse à grande força contestadora, cuja bandeira foi erguida a partir das teorias marxistas que preconizam um Estado Paternalista capaz de colocar mordaça na crueldade do imperialismo capitalista. Então seguiu a surrada cartilha Marxista Leninista baseada na revolta do proletariado e na demonização do capital, representado pelos estados capitalistas do ocidente, com ênfase nos Estados Unidos. A nomeação de um grande satã é estratégia indispensável para os marxistas de todas as épocas, pois o exercício da arte de alienar compõe-se também da arte de mentir. A história dos estados comunistas é tão ou mais suja que tudo que eles criticam no mundo capitalista com um  importante gravame: a pobreza que eles dizem odiar e combater nunca conseguiram erradicar por incompetência gerencial baseada em ditadura, corrupção, falta de compromisso ético, demagogia e desprezo com o desenvolvimento educacional da massa popular.

Ademais, o rancor não pode ser o melhor parceiro de quem almeja o estadismo. Candidatos a estadistas devem ser homens/mulheres de alta formação democrática, ética e moral; além de serem apaixonados pela nacionalidade, pela diversidade de opiniões, obstinados pela liberdade e sua leveza. Lula, desprovido desse aparelhamento, então confiou na sua habilidade de reunir amigos fieis desde que a verba fosse farta. Montado no seu eficiente cavalo alado voava para Cuba, a fim de se aperfeiçoar na arte comunista de mandar sem ser contestado. Assim, se aproveitando dos bons ventos capitalistas, que sopravam a favor durante quase todo o seu governo, dividiu-se em dois.
O primeiro representado na figura do governante bondoso que distribui dinheiro para os pobres, a fim de resgatá-los da miséria e sorrateiramente comprar seus preciosos votos. O segundo, uma espécie de domador do capitalismo; um Espírito Santo de Orelhas do governo Dilma, cujo porrete sempre foi a dissimulação populista, a opressão tributária, a ineficiência, a incerteza pela falta de regras claras e o desprezo pela verdade.
Cometeu falta na grande área e derrubou a galinha dos ovos de ouro.
A verba para seu albergue de alienados vem da produção e à medida que ela vai minguando pela falta de investimentos, a inflação aumenta, os salários se desvalorizam, a arrecadação despenca, o Brasil vai mergulhando na recessão, sujando sua imagem externa e espantando os investidores nacionais e internacionais.

Como recursos não caem do céu e comunistas não sabem fazer dinheiro sem a ajuda dos capitalistas, o bom pai esta quebrando a cara com seu próprio punho. Ledo engano dos camaradas imaginarem ser possível alcançar crescimento sustentável enfraquecendo a estrutura capitalista, a democracia, a criatividade, o empreendedorismo e as liberdades individuais. Esqueceram-se que pobres para saírem da pobreza não precisam de esmolas, mas de educação de alta qualidade e de um Estado cumpridor da Lei Constitucional, a qual determina que todos são iguais perante a lei não só na hora de votar e pagar impostos, mas também no direito à educação básica de alta qualidade e a uma infra-estrutura social à altura da Democracia ampla, geral e irrestrita, prevista na Constituição Federal Brasileira.

Hoje, passados quase vinte anos do caos na Prefeitura de Santos e das previsões sombrias do advogado vidente Ozires Valadão, vejo o quanto as loucuras parodiadas pelo gênio de Machado de Assis, aquele que morreu há um século, época em que cachorros respeitavam linguiças, ainda vivem presentes no manicômio Brasil.
Afinal, onde estão os loucos; dentro ou fora dos hospícios?
No governo ou fora dele?

p/ANTONIO KLEBER DOS SANTOS CECÍLIO