VÂNDALOS URBANOS X VÂNDALOS ÍNDIOS – QUAIS OS PIORES?
Temos assistido alguns vândalos infiltrados dentre os manifestantes
pacíficos. Segundo os próprios manifestantes, trata-se de bandidos e
saqueadores, uns querendo forra com a polícia e outros apenas roubar.
Eu, como sempre gosto de analisar as imagens visíveis para enxergar as
invisíveis ou talvez, entender melhor como funcionam os sentimentos humanos e suas influências no desenvolvimento social.
A primeira conclusão a que podemos chegar baseia-se na prisão de um
jovem de 20 anos, de classe média, estudante de arquitetura. Um vândalo
com perfil diferente dos demais. Por que tanta violência por parte de um
jovem teoricamente sem motivos? Em minha opinião todos nessas horas têm
motivos de sobra para protestar pacifica ou violentamente.
Qual
de nós brasileiros não gostaria de poder quebrar a cara dos bandidos e
ladrões que hora nos governam? Vidraças, portas, vitrines e barricadas
representam as caras de pau sem vergonha que gostaríamos de quebrar.
Afinal somos donos de tudo isso e há muito temos tido nossa vida e nossa
democracia destruída pelos vândalos da nossa dignidade.
Quem
teria mais motivos para se revoltar; o jovem estudante de arquitetura da
classe média ou um favelado, viciado, que nunca teve uma escola digna,
cujas famílias fazem parte dos milhões de excluídos no apartheid
nacional? Penso que os dois, cada qual inserido dentre os limites dos
invólucros emocionais, psíquicos e ambientais aos quais estiveram
sujeitos durante o processo de formação da sua personalidade e do seu
senso de justiça.
Nossos vândalos urbanos, favelados ou
patricinhos, estão sendo identificados, fichados e teoricamente terão
que pagar pelos prejuízos causados ao patrimônio publico e com certeza
os safados governamentais vão usa-los como bodes expiatórios para
amedrontar o resto da turba.
Contudo, enquanto a imprensa cuida
agora dos últimos acontecimentos urbanos, lá nas matas amazônicas e em
outros pontos menos distantes, índios vândalos se dão ao direito de
incendiar propriedades produtivas legalmente apropriadas e documentadas.
Quem vai puni-los? Qual a diferença entre vandalizar um patrimônio
público e um privado? Quem vai arcar com as despesas da reconstrução?
No primeiro caso seremos todos nós pagadores de impostos. E na segunda
situação; quem ressarcirá os prejuízos privados, de quem trabalha, paga
impostos absurdos e constitucionalmente deve ser protegido pelo Estado?
Silvícolas são considerados incapazes diante do Estado brasileiro e
não podem responder criminalmente pelos seus atos. Gozam de um status de
patrimônio nacional ou, para entendimento, talvez se assemelhem a uma
espécie de neurótico herói de guerra; ícones que merecem preservação
psíquica, cultural e material.
Perguntas:
1) O
Estado Brasileiro, governado pelo PT há dez anos e inspirado pela
Teologia Comunista da Libertação cumpre seu papel previsto em lei diante
das partes em questão?
2) A lei de proteção aos índios esta
adequada a nova realidade global e nacional capaz de alterar
comportamentos nos quatro cantos do mundo, inclusive dos índios, cuja
minoria ainda vive em estado social primário? O que em outras palavras
significa que quase não há mais tribos cujos índios vivam inocentemente,
no meio do mato, sem nenhuma contaminação cultural do mundo exterior,
que não lhes tenha acendido a ânsia pelo lucro e pelo golpismo malicioso
dos civilizados.
Diante da gravidade das questões sem
respostas, penso que a sociedade deve absolver os vândalos indígenas e
urbanos; patricinhos ou favelados e condenar o Estado Brasileiro e seus
políticos irresponsáveis, que não se preocupam com os dilemas que
fustigam a vida da sociedade e atrasam o progresso social, cultural e
econômico da nacionalidade
p/ANTÔNIO KLEBER DOS SANTOS CECILIO..
APRESENTAÇÃO
O conjunto de trabalhos que o amigo leitor encontrará aqui foi produzido ao longo de alguns anos. Não posso aqui precisar quantos, talvez uns vinte. A grande maioria deles publicada no jornal A TRIBUNA SANJOANENSE de SÃO JOÃO DEL REI (minha terra nanal) e NOVA MIDIA de BARBACENA; ambas tradicionais cidades históricas mineiras muito politizadas.
Obviamente há uma cronologia de publicação associada aos acontecimentos que inspiraram as respectivas reflexões. Depois de muito pensar, se deveria mencionar datas, resolvi aboli-las, pois achei que correria o risco de tornar seu passeio um tanto dirigido e até cansativo. Posso imaginar alguém lendo algo retratando fato acontecido há anos! Talvez se sinta entediado. Então, no intuito de instigá-lo, apresento uma miscelânea de trabalhos recentes e antigos, a fim de lhe subtrair, de propósito, qualquer direcionamento e deixá-lo livre para pensar, buscando no tempo, por si, tal associação. Acredito ainda que dessa forma esteja incitando sua curiosidade à medida que avance passos adentro. Sua leitura poderá inclusive ter início pelo fim ou pelo meio, que não haverá prejuízo algum para a percepção de que as coisas no Brasil nunca mudam. Ficará fácil constatar que a vontade política é trabalhada para a perpetuação da incompetência administrativa, obviamente frutífera para algumas minorias.
Penso que, se me dispus a estas publicações, deva estar antes de tudo, suscetível a criticas e, portanto, nada melhor que deixá-lo, valendo-se unicamente das informações contidas no texto, localizar-se na história. Caso não lhe seja possível, temo que o trabalho perca qualidade perante seu julgamento pessoal. Por conseguinte, acredito que isso não acontecerá; a não ser que o leitor não tenha, em tempo, tomado conhecimento dos fatos aqui retratados. Procurei selecionar de tudo um pouco; certamente sempre críticas, porém algumas muito sérias carregadas de um claro amargor. Outras, mais suaves, pândegas e até envoltas num humor sarcástico. Noutras retrato problemas da minha São João del-Rei. Até cartas para congressistas em Brasília há. E em alguns pontos, para abusar da sua paciência, introduzi coisas muito particulares. Críticas à parte, nessas, apenas falo de mim, afinal, apesar de amigos, talvez nunca tenhamos trocado impressões sobre coisas tão pessoais. . .
Aqueles que me conhecem há tempos, sabem que sou um obstinado por política, apesar de jamais tê-la exercido diretamente. Motivos houve de sobra e numa oportunidade poderei explaná-los. Todavia, do fundo do coração, afirmo que tal paixão tem como motor um doloroso inconformismo por ver o Brasil tão esplêndido e tão vilipendiado; vítima inconteste dessa cultura avassaladora de demasiada tolerância à antiética e à imoralidade na administração pública. Comprovadamente este é o pior dos tsunames com potencial para ter retardado nosso progresso mais de três séculos e grande responsável pela perpetuação da pobreza de metade da nossa população, pelo analfabetismo total e funcional, pela violência social e pelo abismo intransponível que aliena gigantesco contingente, maior que um quinto da população do continente sul americano. Diante do inaceitável absurdo, impossível me conformar em silencio diante dos atos e fatos que vão vergonhosamente enxovalhando nossa história e nos deixando como um gigante deitado sobre o escravismo que a Lei Áurea não foi capaz de abolir.
O título? Esse, talvez, seja o mais difícil explicar. GRITOS SEM ECOS representa uma espécie de pedido de socorro do náufrago, que sabe que de nada adiantará espernear, pois não há interlocutores, não há socorro, não há saída, não há conscientização; mas, assim mesmo, grita.
Será um prazer receber sua visita e ler suas opiniões, elogios ou críticas.
Forte abraço!
quinta-feira, 20 de junho de 2013
VÂNDALOS URBANOS X VÂNDALOS INDIOS. QUAIS OS PIORES?
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