AQUI ELOGIO O PROFESSOR RUY FAUSTO PELA BELA CRÍTICA AO LIVRO: "O NOVO TEMPO DO MUNDO e OUTROS ESTUDOS SOBRE A ERA DA EMERGÊNCIA" DA AUTORIA DO FILÓSOFO PAULO ARANTES. PARABÉNS PROFESSOR!
Caro
Professor Ruy Fausto, na qualidade de assíduo leitor da Revista Piauí, tive a grata
satisfação de degustar com os olhos e a alma sua belíssima reflexão critica,
intitulada: A ESQUERDA ENCAPUÇADA – as cegueiras do niilismo neomarxista de
Paulo Arantes.
Confesso que ultimamente, quando me
deparo com títulos referentes às esquerdas, passo pagina adiante, por não mais
agüentar tanta baboseira e perda de tempo. Intermináveis batidas na mesma
tecla, num uníssono cansativo que chega a humilhar e subestimar a inteligência
de qualquer mortal portador de mínima cultura histórico-político-filosófica.
Então depois do Lulismo e agora com seu aprofundamento rumo ao abismo das
veleidades petistas e femininas na esteira do Dilmismo – uma vez que este nunca
se rebaixou para aquele, talvez por pura encenação; vale menção – ficou mais
difícil roer o osso duro carregado de discursos dissimulatórios e silogismos
fabricados no quintal cubano/leninista, para enganar incautos e ignorantes
úteis.
Em vista disso, seu texto fez-me delirar de
satisfação; um prazer quase sexual perpassou as entranhas por vários motivos:
Primeiro e mais importante, ler alguém da sua compleição cultural e prestigio
acadêmico criticar outro considerado no mundo das academias marxistas como dono
da verdade, principalmente para aquele bando de jovens impetuosos e ignorantes
aos quais o senhor se refere na conclusão. Segundo, por ver e ouvir com os
ouvidos da alma a palavra proibida “comunismo” grandemente evitada pela mídia e
pelos pelegos e filósofos mal intencionados, que vendem um peixe sem cabeça
para os neófitos, a fim de que jamais, nem pelo menos, se lembrem de recorrer
ao auxilio do pai dos burros ou da wikipédia, para aprender e entender que por
atrás dessa fumaça azul, houve e ainda há muito fogo vermelho
queimando e matando milhares de inocentes proibidos de pensar e sonhar.
Hoje sou um jovem de sessenta anos, um pouco mais
escolado do que quando nos vinte ou trinta. Segundo ditado que vi e li em algum
lugar, ser de esquerda quando jovem é compreensível, mas continuar
esquerdizado, esquerdizando (no sentido do exercício da doutrinação) ou
esquerdizando-se depois dos quarenta é no mínimo burrice ou má fé. Como o
senhor deixou claro naquelas linhas e entrelinhas tão bem escritas, a utopia,
que norteou Marx, o sonhador; na minha opinião um vagabundo beleza, que nunca
deu duro para sobreviver, continua tão viva na cabeça da pelegagem
sindicalista, ora venal, ora idiota; como também e muito mais grave, ornando
teses de intelectuais e acadêmicos na sua maioria encarregados da condução de
veículos de formação da opinião pública. Impressiona tanta dissimulação,
irresponsabilidade e falsidade diante de fatos que a história registrou, que
estão ai nas prateleiras de qualquer biblioteca e que os caras fazem questão de
desconhecer, desconsiderar ou até negar. Inacreditavelmente afirmam que
comunismo só existe na cabeça da direita imperialista, é coisa do passado,
assim como Cuba é um paraíso do qual todos sonham fugir, porque têm medo de ser
feliz. Terceiro, pelo reconhecimento e afirmação que conquistas tecnológicas,
que tanto bem fizeram e fazem à humanidade, no tocante ao aumento da
produtividade e da eficiência, como também pelo simples desfrute do prazer, não
podem ser consideradas vilões da história, culpadas pelas injustiças sociais e
pela miséria ainda existente e dominante em muitos quadrantes do planeta. E
quarto, porque simplesmente vi nas suas reflexões a exata opinião que sempre
tive dos marxistas Time Square. Me senti vingado!
Qualquer intelectual de meia tigela é capaz de
reconhecer que o capitalismo empreendedor, pesquisador, perscrutador, faz parte
da alma humana na sua inerente ânsia de conquista. Que sem essa característica
jamais o ser humano teria chegado aonde chegou. Que os homens/mulheres são
animais em constante competição por espaço e alimento como quaisquer outros e
que a razão nem sempre é capaz de prevalecer sobre o ímpeto de
destruir para dominar. Que cabe ao Estado de Direito, civilizado e
democrático o ultra dever de mediar relações, aparando arestas, punindo
culpados com rigor, investindo fortemente na educação e em ferramentas para
incentivar o empreendedorismo, assim forçando rumo no sentido da total
eliminação dos abismos sociais. Penso que deva estar faltado no currículo das
faculdades de filosofia uma matéria que atende pelo nome de
"psicanálise".
Sei que corro risco de magoá-lo e desde já me
desculpo. No entanto, urge que intelectuais, como o senhor, formados no seio do
capitalismo e agraciados por suas benesses consideradas privilégios de poucos,
acordem para a realidade e parem de assentar sobre o próprio rabo para criticar
outros. O mundo sempre esteve cheio de falsos Cristos salvadores da humanidade,
todavia se esquecem que o verdadeiro abandonou sua condição de Deus e
assemelhou-se aos mortais para lhes mostrar o caminho da verdade e da
solidariedade. Entretanto seus falsos fac-símiles, nascidos em berços de ouro,
continuam por aí assentados em escritórios refrigerados vendendo e ensinando
justiça, ganhando acima da média dos mortais, sempre vestidos de cordeiros e
escudados por teses que eles mesmos são incapazes de vestir a camisa e morrer
por elas na mesma lama onde imperam as injustiças às quais criticam sem
apresentação de soluções. Quando apresentam, tratam-se de propostas simplistas,
populistas e utópicas.
Os grandes e lendários pensadores do passado, há
três ou quatro mil anos atrás, baseados nos revezes que afligiam as sociedades
daquelas épocas, enunciaram criticas e soluções tão concernentes à realidade
humana que pode-se dizer pensaram o futuro, uma vez que mudaram-se costumes e
valores, mas a alma humana nunca mudou e nunca mudara. Surpreendentemente, as
dezenas de pensadores contemporâneos nada enunciam de novo, bastam-se em vôos
circulares, que não levam a lugar algum; sempre debruçados em teses pequenas,
superficiais, enunciadas muitas das vezes por mentes insanas, que jamais
funcionaram e nunca vão funcionar devido a sua excessiva teorização, sempre
desconectadas da realidade pragmática da vida.
O mundo acadêmico marxista claramente esta vivendo
uma inversão de valores. A filosofia, não desconsiderando sua importância como
elemento aprimorador do ser humano, sempre foi ciência periférica e neste
patamar deve permanecer, pois do contrário, correrá o perigo de se tornar pura
e inútil utopia, uma vez que ninguém pode viver comendo, morando e trabalhando
num éden filosófico capaz de alimentar, manter e proteger o corpo, este
elemento fugaz, impuro, fraco, mas necessário para a existência.
Veja o senhor, quanto tempo perdido em analises
inúteis sobre as manifestações de junho/julho/2013! Quais soluções
apresentaram? Já li mais de cem teses a respeito daqueles acontecimentos. Os
pensadores precisam deixar de enxergar demônios onde apenas existem problemas
solucionáveis com boa vontade e competência. O povão foi às ruas, porque esta
de saco cheio de tanta miséria, da vida difícil, da enganação, da exploração.
Só isso! Black Blocs foram plantados pelo governo marxista, para amedrontar
manifestantes pacíficos, tira-los das ruas e das manchetes, com o objetivo de
dar boa lição nos capitalistas inúteis, improdutivos vagabundos, credores do
Estado inepto, como também nos bancos que não financiam as gastanças estatais e
não cumprem as leis ditadas pelos donos do poder. E a polícia? Essa também não
serve para nada, a não ser bater em vagabundos violentos, quando depredam o
patrimônio privado, a fim de premeditadamente desvalorizar seu trabalho em
atendimento aos objetivos do FORO DE SÃO PAULO. Análises mais análises inúteis,
fúteis, efêmeras, para vender revista e fazer fama não levam a lugar algum e
daqui a seis meses todo mundo já esqueceu. Falta pragmatismo aos nossos
pensadores contemporâneos. Quem precisa de análise são os governos bolivarianos
instalados nas republiquetas miseráveis da América Latina; salientando-se que a
velha estratégia maliciosa de culpar os gringos pelos nossos infortúnios não
cola mais.
Há anos tive um professor no
estágio de engenharia têxtil que costumava dizer: - “não me tragam problemas,
tragam-me soluções.”. Gosto disso e guardarei para sempre nos alfarrábios da
memória, por isso me é tremendamente difícil compreender essa gente que, depois
de tanto estudo e conhecimento, ainda continua apresentando problemas sem saber
como solucioná-los, apenas acusam e criticam quem trabalha, madruga todos os
dias, paga impostos altíssimos; mergulhado num mar de inconstâncias e
incertezas criadas e patrocinadas por governantes ineptos, corruptos, mal
intencionados, comprometidos unicamente em mentir no sórdido intuito de
destruir valores solidificados, a fim de dominar e abiscoitar o poder para
deleite próprio e dos comparsas; assim como acontece nas sociedades
patrimonialistas, às quais o senhor não se cansou de mencionar em suas
reflexões.
Alguém em sã consciência pode imaginar um país como
o Brasil, com todas as suas potencialidades, prejudicado por um governo
fisiológico de esquerda, carregado de elementos rancorosos e raivosos, lobos
vestidos de cordeiros, aliados a todo tipo de ditadores e ideologias
conspiratórias e dominatórias antidemocráticas? Claro que pode, pois esta aí
para qualquer idiota ver. Entretanto, o que vendem são essas teorias
“Arantianas” – segundo sua própria definição – cuja cereja do bolo é a
violência cinzenta para conquistar o que? A derrubada do capitalismo? A
destruição da democracia? A derrocada dos Estados Unidos? A dominação
bolivariana que coroe republiquetas latino americanas? O fim da miséria e da
injustiça social? Nada disso! Na verdade, o que querem é poder. Um bando de
invejosos incompetentes ou espertalhões mal intencionados, tratando de
desvalorizar as uvas maduras dos outros, para colhê-las depois no conforto dos
seus iates, assim como acontecia na União Soviética e ainda acontece na China,
na Rússia, em Cuba, na Koréa comunista, nos Califados decaptadores e em outros
cantos obscuros que nem merecem menção.
Caro professor, não tive a gloria de
estudar filosofia a fundo como o senhor e o Arantes, mas não temo lhes afirmar:
- conheço os Estados Unidos e a França, onde os senhores se formaram e a todo
instante lamento Deus não ter-me feito americano ou francês, com perdão
antecipada aos meus pais que muito amei e ainda amo sua memória. – À Pátria?
Hoje sou um apátrida, estou cheio dela e da sua hostilidade! Não lhe devo
satisfação! – Americanos e franceses são povos felizes, ricos, cultos,
considerados, respeitados. Há distorções? Há inferno astral? Claro, há? Mas
nada comparável aos nossos puleiros sujos, enlameados, baixos, desprotegidos,
sem esperança aqui do submundo. Conheço dezenas de latinos – cubanos,
brasileiros, mexicanos, argentinos, venezuelanos – que tiveram a sorte de
ultrapassar fronteiras rumo à civilização capitalista democrática
"cruel", segundo a malandragem marxista, e lá encontraram a
felicidade verde como o dólar a brilhar nos olhos, no estômago, antes vazio, e
na cabeça, antes cheia das burradas e bravatas autoritárias dos nossos
governantes incompetentes para governar, mas competentes para mentir e se
locupletar de carniça humana.
Boa sorte para o senhor
professor e que Deus continue o iluminando no combate aos intelectuais
estrábicos, que só sabem trazer problemas e que gostam, tanto quanto todos os
mortais, da boa vida em democracia e com os bolsos bem cheios de dólar e euro
ou até mesmo reais desvalorizados.
Forte abraço!