O LULISMO E O MANICÔMIO BRASIL
Dentre as inúmeras obras Machadianas há uma que suplantou várias em qualidade descritiva e genialidade imaginativa. Estamos nos referindo ao conto “O ALIENISTA”, cuja personagem era certo médico, o Dr. Simão Bacamarte; uma espécie de cientista louco, que se metera nos estudos da mente humana. Quanto mais estudava, mais concluía que cada um dos moradores da cidade era um desmiolado e fazia jus a internação para tratamento mental. Até que um dia, quando quase toda a população da cidade se encontrava internada uma guinada caprichosa do destino fez com que o feitiço virasse contra o feiticeiro, sendo ele o último a ser internado.
Dentre as inúmeras obras Machadianas há uma que suplantou várias em qualidade descritiva e genialidade imaginativa. Estamos nos referindo ao conto “O ALIENISTA”, cuja personagem era certo médico, o Dr. Simão Bacamarte; uma espécie de cientista louco, que se metera nos estudos da mente humana. Quanto mais estudava, mais concluía que cada um dos moradores da cidade era um desmiolado e fazia jus a internação para tratamento mental. Até que um dia, quando quase toda a população da cidade se encontrava internada uma guinada caprichosa do destino fez com que o feitiço virasse contra o feiticeiro, sendo ele o último a ser internado.
Valendo-me de um
paralelismo entre a ficção tão bem trabalhada pelo
humor crítico do escritor, venho à tona para me debater de corpo, alma e muita
indignação diante da dura realidade que hora vivemos no Brasil dirigido e
dominado pelo Lulismo ou, porque não dizer, pelo Petismo?!
Há exatos onze anos, quando estávamos às vésperas das
eleições presidenciais, que conduziriam Lula ao Planalto, meu amigo Ozires
Valadão, um santista de coração, fez uma previsão ancorada na experiência
desastrosa sofrida pela população da sua querida cidade de Santos, a qual havia
sido governada pela prefeita petista Telma e seu bando de pelegos. Guardada a
devida proporção, Telma era a Dilma santista e a cidade se encontrava
mergulhada no caos e na estagnação. Não havia outra saída: PT fora era o sonho
do indignado eleitor.
Ozires Valadão, baseado na sua larga experiência como
velho advogado e anti-petista de carteirinha, a certa altura da conversa,
lancetou um olhar de peixe morto para o infinito e decretou:
- "Você verá, se esse tal Lula ganhar, com quantos
paus se faz uma canoa!
Esse cara é um alienado, o conheço desde outros
carnavais; sempre mantém uma quadrilha a sua volta! Tem pavor de trabalhar, só
pensa em greve e onde entra a confusão esta formada!".
Eu, do altar da minha inocência, achava que já conhecia o
fantasma da ópera política, mas depois desse monte de macabras previsões dum
cara que tinha no currículo defesas e acusações a favor e contra Deus e o
diabo, um calafrio me trespassou a espinha, mas de nada adiantou. Algum tempo
depois assisti ao Lula festejar, chorar de alegria e voltar a afirmar suas
promessas de campanha:
- "Farei
desse país uma grande nação; obrigado meu povo por confiar em mim! Vocês não
vão se arrepender!".
Com Lula na presidência o tempo passou, Telma sumiu, a
prefeitura e a cidade respiraram aliviadas e o tempo continuou passando, passando,
até que outro dia, no meio sonolento duma ressaca dominical, o telefone entrou
rasgando como uma flecha lançada por Touro Sentado. Atendi como se pega num
pescoço a fim de esganá-lo, e lá no fundo ouvi a voz raivosa e crítica do
Ozires, que aos gritos me lembrou:
- "Eu te falei! Eu te falei! Taí a confusão! Quero
ver agora o Brasil sair dessa bagunça!
Todo dia me lembro da Telma e desejo que ela esteja no
inferno e é pra onde esse safado do Lula também merece ir!"
Eu, é claro, a fim de amenizar os arroubos do Ozires
argumentei que Telma e Lula não poderiam ser assim cruelmente defenestrados,
sem dó nem piedade, para o inferno, porque Deus a tudo perdoa. E ele, do outro
lado, gritou mais alto ainda:
- Claro que é pra lá que eles devem ir. Coitado do capeta!
Deus e você também viraram a folha?!
Diante da mixórdia, que o Brasil esta, pergunto:
- A ida de Lula para o inferno resolveria alguma coisa?
Talvez, melhor fosse um diagnóstico do Dr. Bacamarte decretando internação, a
fim de se tratar da alienação psíquica, cívica, social e política.
Aurélio Buarque definiu o alienado como louco. Eu prefiro
defini-lo como aquele que não tem a propriedade de si próprio. Lula seria um
desses?
Quando migrou do nordeste num pau de arara trouxe consigo
as marcas da discriminação e do sofrimento. Experimentou na carne como é duro
estar do outro lado do abismo, que sempre dividiu a sociedade brasileira em
privilegiados e escarnecidos. Mas o menino Luiz Inácio cresceu e o que antes
eram apenas tristes lembranças o transformaram num homem rancoroso, recalcado,
revoltado com as estruturas sociais, com o patronato, com o capitalismo e com o
Estado Industrial. Tudo isso, ainda hoje, em sua cabeça, representa os coronéis
nordestinos. No entanto, ao se eleger presidente, o poder lhe subiu à cabeça, o
cooptou e num deles o transformou.
Compreende-se que sua sede de justiça fosse grande. Para
saciá-la, natural que se associasse à grande força contestadora, cuja bandeira
foi erguida a partir das teorias marxistas que preconizam um Estado
Paternalista capaz de colocar mordaça na crueldade do imperialismo capitalista.
Então seguiu a surrada cartilha Marxista Leninista baseada na revolta do
proletariado e na demonização do capital, representado pelos estados
capitalistas do ocidente, com ênfase nos Estados Unidos. A nomeação de um
grande satã é estratégia indispensável para os marxistas de todas as épocas,
pois o exercício da arte de alienar compõe-se também da arte de mentir. A
história dos estados comunistas é tão ou mais suja que tudo que eles criticam
no mundo capitalista com um importante gravame:
a pobreza que eles dizem odiar e combater nunca conseguiram erradicar por
incompetência gerencial baseada em ditadura, corrupção, falta de compromisso
ético, demagogia e desprezo com o desenvolvimento educacional da massa popular.
Ademais, o rancor não pode ser o melhor parceiro de quem
almeja o estadismo. Candidatos a estadistas devem ser homens/mulheres de alta
formação democrática, ética e moral; além de serem apaixonados pela
nacionalidade, pela diversidade de opiniões, obstinados pela liberdade e sua
leveza. Lula, desprovido desse aparelhamento, então confiou na sua habilidade
de reunir amigos fieis desde que a verba fosse farta. Montado no seu eficiente
cavalo alado voava para Cuba, a fim de se aperfeiçoar na arte comunista de
mandar sem ser contestado. Assim, se aproveitando dos bons ventos capitalistas,
que sopravam a favor durante quase todo o seu governo, dividiu-se em dois.
O primeiro representado na figura do governante bondoso
que distribui dinheiro para os pobres, a fim de resgatá-los da miséria e
sorrateiramente comprar seus preciosos votos. O segundo, uma espécie de domador do
capitalismo; um Espírito Santo de Orelhas do governo Dilma, cujo porrete sempre
foi a dissimulação populista, a opressão tributária, a ineficiência, a
incerteza pela falta de regras claras e o desprezo pela verdade.
Cometeu falta na grande área e derrubou a galinha dos
ovos de ouro.
A verba para seu albergue de alienados vem da produção e
à medida que ela vai minguando pela falta de investimentos, a inflação aumenta,
os salários se desvalorizam, a arrecadação despenca, o Brasil vai mergulhando na
recessão, sujando sua imagem externa e espantando os investidores nacionais e
internacionais.
Como recursos não caem do céu e comunistas não sabem
fazer dinheiro sem a ajuda dos capitalistas, o bom pai esta quebrando a cara
com seu próprio punho. Ledo engano dos camaradas imaginarem ser possível
alcançar crescimento sustentável enfraquecendo a estrutura capitalista, a
democracia, a criatividade, o empreendedorismo e as liberdades individuais. Esqueceram-se
que pobres para saírem da pobreza não precisam de esmolas, mas de educação de
alta qualidade e de um Estado cumpridor da Lei Constitucional, a qual determina
que todos são iguais perante a lei não só na hora de votar e pagar impostos,
mas também no direito à educação básica de alta qualidade e a uma infra-estrutura social à altura da Democracia ampla, geral e irrestrita, prevista na
Constituição Federal Brasileira.
Hoje, passados quase vinte anos do caos na Prefeitura de
Santos e das previsões sombrias do advogado vidente Ozires Valadão, vejo o
quanto as loucuras parodiadas pelo gênio de Machado de Assis, aquele que morreu
há um século, época em que cachorros respeitavam linguiças, ainda vivem
presentes no manicômio Brasil.
Afinal, onde estão os loucos; dentro ou fora dos
hospícios?
No governo ou fora dele?
p/ANTONIO KLEBER DOS
SANTOS CECÍLIO
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