A EMPRESA, DEUS E O DIABO
Conta
a lenda que Deus ao criar a humanidade decidiu que todos seriam belos e
inteligentes. Antes de se retirar para o céu, disse que havia criado terra, água
e luz, mas que dali em diante deveriam trabalhar muito, a fim de produzir seu
próprio sustento. Depois prometeu que um dia voltaria para ver como andava o
progresso da criação. Passado o tempo prometido voltou e encontrou todos mortos
e nada havia se transformado.
Intrigado
com a inesperada situação resolveu mudar a estratégia. Criou novos humanos,
desta vez, feios e burros. Explicou que havia criado terra, água e luz e que precisariam
trabalhar duro para garantir a própria sobrevivência. Novamente retirou-se e,
quando voltou, qual foi a grande surpresa? Deparou-se com todos mortos e, nem
mesmo uma pedra havia sido mudada de lugar.
Então,
sem idéia do que fazer, reuniu-se com Santos, Querubins e Serafins, lhes
colocou a par de tão intrigante fenômeno e pediu que o ajudassem a encontrar
uma solução. Depois de muitas reuniões, concluíram que deveria ser feita nova experiência.
Um quarto da humanidade seria de belos e inteligentes. Outro quarto de belos e
burros. O terceiro quarto de feios e inteligentes e o último quarto composto de
feios e burros. Antes de partir explicaram que haviam sido criadas terra, água
e luz e todos teriam que melhorar ou, se possível, multiplicar tudo que estava
à disposição, valendo-se do seu esforço próprio.
Após
alguns séculos voltou e a surpresa foi ainda maior. O mundo havia melhorado
muito. Todos trabalhavam e muita coisa havia sido construída. A felicidade era
plena. Todos radiantes riam a toa. Dividiram-se em grupos, estabeleceram
objetivos e metas, fizeram planejamento, estabeleceram prazos que eram
cumpridos, trocavam produtos, mantinham-se abastecidos, agasalhados e cheios de
esperança no futuro. E o mais impressionante, que muito emocionou, foi que
milhares de crianças haviam nascido, brincavam, cresciam e sonhavam.
De
novo chamou os auxiliares para analisar tamanho sucesso comparado aos fracassos
anteriores e nada concluíram. Então convocaram alguns indivíduos da humanidade,
e perguntaram qual foi a estratégia usada? Simples, disseram eles! – “Os belos,
feios e inteligentes criaram empresas e deram emprego para os belos, feios e
burros. Assim conseguimos o equilíbrio e a felicidade”.
Feliz,
Deus concluiu que beleza e feiúra não eram fundamentais. Que fatores
importantes eram a criação de empresas, a diversidade, a inteligência e a
liberdade. Homens livres, belos e feios, sábios e burros; unidos seriam capazes
de trabalhar em equipe e criar processos racionais, que poderiam compensar as falhas
e fraquezas humanas.
Mas,
diante de tanta paz e sucesso, algo estava para dar errado. O Diabo, que sempre
inveja Deus e espreita os humanos, resolveu criar o Capitalismo de Estado. A
partir daí o tumulto começou. O entendimento virou disputa. Impostos foram
criados. Inauguraram-se empresas públicas. Criaram-se bancos estatais. Diziam
que tudo era do povo! Os inteligentes e inescrupulosos ficaram muito ricos, se
protegiam nas facilidades estatais, acumularam acima da necessidade e dividiam
com o Estado, que dava mordomia para os governantes à custa da miséria e do
sofrimento dos burros; tanto belos, quanto feios.
Sem
alternativa, Deus, que sempre prezou a liberdade e criou o Diabo, para testar a
fé dos humanos, tinha que dar um golpe divino no espírito do mal. Depois de
muito pensar, teve a divina idéia, que colocaria limites na crueldade de
Satanás. Criou o Ministério Público, a Lei e a Democracia. Assim a farra do
Estado Larápio e dos seus amigos ricos ficou limitada, pois todos, a partir de
então, além de liberdade passaram também a ter deveres estabelecidos por Lei.
O
Diabo, ainda não se dando por vencido, maliciosamente criou a Ditadura Marxista
de Estado – conhecida como Comunismo – que nada mais é do que a ilusão de que o
Ladrão Estatal pudesse cumprir a falsa promessa de que governante ditador, lunático
e mentiroso pudesse dar a todos o que já é de todos. Encheu a cabeça dos belos,
feios e burros de que isso era possível e que o governante e seu grupo de
amigos ricos ficariam satisfeitos com a fração que lhes coubesse como iguais a
todos.
De
volta ao embate contra o Diabo e suas mentiras, Deus deu o golpe final na inteligência
maliciosa de Lúcifer e seus abutres famintos. Pediu a um anjo celeste que lhe
trouxesse caneta e papel e assinou importante decreto; o único capaz de colocar
limites nas astucias diabólicas: criou a Escola, a Imprensa e a Internet. Assim
os burros deixariam de ser cegos e surdos e o ladrão estatal e seus amigos não teriam
mais onde se esconder.
Desde então, os olhos do povo passaram a ser os
olhos de Deus!
O
paciente leitor desta coluna há muito já deve ter percebido que tenho
preferência pelas analogias. Penso que são excelentes ferramentas para
facilitar a compreensão dos menos experientes e um meio didático importante
para que todos conheçam a fundo como funcionam os interesses políticos no mundo
e, principalmente, neste país que tanto amamos, mas tão desrespeitado pela perversa
cultura populista, sempre dirigida para enganar.
Portanto,
espero que tenha gostado. Contudo, gostando ou não, lanço aqui um desafio. Olhe
a sua volta e observe tudo; os bens materiais, a natureza, seu corpo, suas
roupas, sua casa, o berço onde dorme seu filho, a comida que mata sua fome, a
água que jorra pela sua torneira e responda à seguinte pergunta:
-
É
possível apontar, dentre tudo que o rodeia, inclusive este jornal, algo que não
tenha sido construído por Deus ou por uma empresa?
Pois
é, claro que é impossível, porque não existe! Contudo, nossos governantes
insistem em massacrar as empresas brasileiras com altas cargas tributárias,
arrasando sua competitividade, destruindo postos de trabalho e, além do mais, alegam
que os empresários são inimigos do trabalhador. Sugam as empresas e seus trabalhadores,
para encher a grande pança do demônio e seus canalhas.
O
paciente leitor concorda ou não? Deus diria que o verdadeiro inimigo dos que investem
e dos que trabalham duro é o Estado e os governantes picaretas. O Brasil é um
bom exemplo disso.
Povo atento e bem informado é povo livre e rico!
Esta registrado na história das nações que deram certo.
ANTÔNIO KLEBER DOS SANTOS CECÍLIO.
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