Comentário sobre a reportagem assinada pelo jornalista Lauro Jardim e publicada na revista Veja de 17 de março de 2004.
Prezado Lauro Jardim, primeiramente gostaria lhe pedir desculpas por me dirigir a você sem conhecê-lo. No entanto, tomei essa iniciativa movido por vários motivos: em primeiro lugar, acho muito boa esta possibilidade da interação on-line do público com os órgãos da imprensa. A informação ganha um caráter menos abstrato e distante e dá ao informado a gostosa sensação de fazer parte do teatro gerador da notícia, além, é claro, de dotá-la de um caráter mais fidedigno. Em segundo lugar, entra a parte mais sensível da questão, aquela que faz parte da personalidade do cidadão. Sou um homem indignado com esta realidade triste do nosso país e convicto de que as coisas poderiam estar bem melhores se não existissem esses yuppies metidos a besta, plastificados em Harvard, que nunca tiveram que suar a camisa para sobreviver nesse inferno que criam em nossas vidas. Quando estão no governo, funcionam como marionetes do FMI, que todo mundo sabe, é quem dita as normas. Ganham muito bem, são cortejados, viajam pelo mundo afora de graça e, quando, na maioria das vezes, não pioram a situação, a deixam na estaca zero.
Refiro-me à sua coluna "RADAR", da Revista Veja, edição 1845 de 17/03/2004, a qual contém uma daquelas enxovalhadas declarações do Delfim Neto, oportunidades em que ele tenta descaracterizar a seriedade dos fatos com declarações pejorativas e sem graça nenhuma. Segundo sua reportagem ele teria declarado que: "O Brasil precisa esquecer o BC. Se bancos centrais produzissem desenvolvimento, o mundo não estaria estagnado há vinte anos". Isso é uma verdade? Talvez sim. Não é o caso discutir isso aqui e, nem tenho competência para isso. Gostaria, no entanto, poder dizer-lhe que se ministros e até mesmo os ex, fossem menos falastrões, mais pragmáticos e menos entreguistas, o mundo não estaria estagnado há vinte anos. Tenho ainda a impressão, de que ele perdeu as referências geográficas do mundo. Quem disse pra ele que o mundo chama-se Brasil? Talvez pudéssemos chamá-lo de Estados Unidos, que cresceram só no governo Clinton, o suficiente para compensar os outros doze perdidos.
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