Em breve o povo cubano estará comemorando um século de ditadura. Cinqüenta anos sob a batuta do ditador Fulgêncio Batista, um pró-americano; e outros cinqüenta sob os ditames do pau furado do mocinho rico e bem intencionado Fidel Castro; um pró-soviético.
Os ditadores e suas histórias são sempre a mesmas. Surgem como salvadores da pátria em momentos de fragilidade política extrema, quando a ordem social esta cambaleante, a esperança exaurida e a sociedade se encontra perdida pela carência de confiança em seus líderes. Como não podia ser diferente, Fidel seguiu a mesma cartilha. Vindo das matas de Sierra Maestra sobre uma coluna de tanques ele e seus camaradas partiram sobre Havana, com o apoio do povo, depuseram o ditador e se instalaram a fim de restaurar o estado de direito e a esperança.
Mas o que ninguém podia imaginar é que ele trazia na cabeça o vírus da filosofia Leninista do “cala quem tem juízo” e na manga a carta cruel da traição à confiança dos camaradas companheiros e do sofrido povo cubano. Assim que assumiu o poder, rompeu com os Estados Unidos, alinhou-se ao comunismo soviético e institui a lei do paredão de fuzilamento para todos que pudessem colocar em risco a hegemonia das suas idéias de autoritarismo e de massacre aos ideais de liberdade que o conduziram ao poder.
Fora a sombra ameaçadora dos pelotões de fuzilamento e da imposição de condenações sumárias, cassou direitos básicos de liberdade, transformou-se no maior falastrão dos tempos da guerra fria colocando em rota de colisão, por algumas vezes, as duas super potências e paralelamente a isso, transformou seu país numa das nações mais pobres e alienadas do planeta.
Mas Fidel, com aquela sua cara de general pestalose, sempre foi um homem de sorte. Conseguiu tudo que quis na vida. E ainda como recompensa da sua história macabra é quase que venerado por um bando de acadêmicos mauricinhos de barriga cheia, que aqui são contra qualquer tipo de controle, mas que adoram viajar a Havana e da janela dos hotéis de luxo para turistas, admirar a cidade com ares de metrópole dos anos cinqüenta, vitimada pelo pior tipo de censura: o cerceamento ao desenvolvimento tecnológico e cultural. Deveriam aproveitar a proximidade e dar um pulo em Miami, a fim de visitar os exilados cubanos que lá vivem e conhecer histórias infernais de vida daquelas pessoas que perderam até o direito de enviar e receber cartas, mas que pelo menos, vivem felizes pela conquista da liberdade e da dignidade.
São Fidel hoje é um octogenário e esta à beira da morte. Ainda bem que com o tempo e o câncer ninguém pode. O povo cubano esta ansiosamente esperando seu fim, para comemorar torcendo para que o fiel escudeiro e herdeiro, Raul; tenha um pouco mais de compaixão e um pouco menos de ambição pelo poder totalitário. E vejam, que mesmo diante de tantos maus exemplos, o populismo sempre mal intencionado e desta vez inspirado no estilo castrista de governar e até de se expressar, vem crescendo na América Latina a cada dia. O método é o mesmo: incendiar as classes menos favorecidas contra o domínio capitalista para depois impor o domínio comunista. Infelizmente a América Latina é assim mesmo. Estamos fadados a ser o quintal do mundo para sempre. Quando vamos entender que essas idéias marxista-leninistas mirabolantes e falsas faliram até o estado soviético e que a China esta de mãos dadas com o capitalismo e sua benfazeja evolução educacional e tecnológica, pois enxergou que a única forma de sair do atraso milenar é tomando esse caminho? Quando vamos nos lembrar que a Coréia do Sul, já ultrapassou sua irmã do norte e hoje está em pé de igualdade com as grandes sociedades capitalistas do mundo, simplesmente investindo maciçamente em educação, em probidade e no bom relacionamento com o resto do mundo e que a receita foi a mesma usada pelo Japão e pela Alemanha depois de serem totalmente destruídos? Quando vamos entender que esses políticos portadores de ideais atrasados de igualitarismo através do sensacionalismo, da perseguição ou do assistencialismo são mentirosos e aproveitadores da carência material e cultural da sociedade e que o mundo moderno e tecnológico exige que as pessoas sejam cultas e bem informadas, diante de sistemas de produção que há muito dispensaram a foice e o martelo, porque os substituiu pela cibernética, pelo computador e pelo cérebro capacitado para interagir nos meandros da alta tecnologia?
Daqui a algum tempo Fidel estará morto e esperamos que com ele seja enterrado seu estilo obsoleto e que nossos políticos compreendam que o populismo travestido de cordeiro deve fazer parte apenas dos ornamentos do seu jazigo. É imprescindível ainda que o esqueçam e que pelo menos não induzam as massas a transformá-lo em santo, porque aí será duro agüentar. Aliás, já basta termos agüentado vê-lo por aqui várias vezes comendo acarajé recepcionado carinhosamente como se tivesse mãos limpas e fosse o paladino da democracia que tanto lutamos para conquistar. Apesar da nossa “imprensa livre” não ter tecido maiores comentários sobre o abandono dos jogos olímpicos pela delegação cubana sem motivo aparente - toda com cara de cachorrinho com medo do dono - ficamos indignados com a atitude desrespeitosa, mesmo sob os holofotes do mundo e pudemos imaginar o que estava aguardando aquelas pessoas ao desembarcarem em Cuba. Foi demais ver outros dois cubanos serem deportados pelos populistas brasileiros pelo simples crime de almejarem a liberdade. É sempre muito duro ver seres humanos acuados em embarcações precárias tentando se livrar das garras de Fidel e seu comunismo roto correndo o risco de virar petisco de tubarão. Ë um “holocausto” tolerado porque ninguém se atreve a criticar as ações de São Fidel. Pelo menos abaixo do equador os populistas só enxergam o que lhes interessa.
/././././././././././
Nenhum comentário:
Postar um comentário