A origem do pensamento comunista remonta às últimas décadas do século XIX e se
baseia no instinto rebelde e revolucionário dos dois maiores pensadores
considerados pais do socialismo: Karl Marx e Friedrich Angels. Ambos
trabalharam juntos na produção e publicação das duas obras consideradas bíblias
do comunismo: “O Manifesto Comunista” e “O Capital”
A história ainda registra a atuação de outros pensadores de grande importância
no mundo comunista, não só pela contribuição teórica, como também pela
participação ativa em funções de estado: Leon Trotsky, fundador do exército
vermelho russo; Vladimir Lênin, importante articulador; foi o primeiro
presidente comunista russo e Josef Stalin, o grande tirano, que comandou a
Rússia com mão de ferro por trinta e um anos e é considerado “o expansionista”
pela sua fixação em expandir as fronteiras do seu país aos limites do antigo
império russo invadindo e massacrando inocentes. E décadas depois, outro
emblemático revolucionário comunista, cuja missão era salvar o povo cubano das
garras do imperialismo capitalista, surgiria na ilha caribenha e se alinharia
aos soviéticos em busca de apoio político, tático e econômico. O típico
revolucionário folclórico dado a discursos moralistas de longa metragem e à
produção de frases de efeito e com coragem suficiente para dizer que “Cristo foi quem praticou o primeiro ato
comunista da história da humanidade, quando distribuiu peixes, pães e
transformou a água em vinho”. Só não se lembrou de dizer qual era a
marca da metralhadora de Cristo, quantos romanos Ele teria sangrado em seu
paredão de fuzilamento e quantos milhões de Áureos teriam sido surrupiados dos cofres públicos
de Cezar, sob Seu comando.
Marx, considerado pelo mundo acadêmico o maior
filósofo de todos os tempos, sonhou com um sistema socialista, o qual não teria
classes sociais, pois todos seriam iguais e comuns perante o Estado; o
comunismo. Mas de cara cometeu grave engano, quando chamou sua criação de “ditadura
do proletariado”, assim provando que sua idéia não continha nada de novo e
angelical; muito pelo contrário, era o produto de um espírito doentio que
pretendia combater com outra ditadura a ditadura capitalista que ele e seus
seguidores sempre criticaram; nascia aí o embrião das ditaduras comunistas que
reinariam e matariam milhões na União Soviética por setenta anos, lacraria os
países do Leste Europeu sob a emblemática Cortina de Ferro por quarenta anos e
ainda reina em Cuba há cinqüenta e cinco anos; fora sua sobrevivência nas
cabeças doentias daqueles que ainda querem substituir democracias consolidadas por
ditaduras do proletariado ignorante, dependente, pobre e improdutivo;
cavalgando no embalo de discursos demagógicos, assistencialismo populista, sensacionalismo
barato, conturbação social, enfraquecimento de instituições idôneas, objetivos impossíveis,
compressão tributária e assalto aos cofres públicos.
O comunismo (do latim communis
= comum, universal) e sua idéia central de promover o estabelecimento de uma comunidade
igualitária seria fantástico e a sociedade humana um paraíso, se seus
idealizadores não tivessem se esquecido da estupidez do ser humano, invólucro
imperfeito ao qual eles também fazem parte. Quando no poder, os seguidores do
pensamento marxista jamais conseguiram ou conseguem colocar em prática um só
parágrafo da retórica igualitarista.
Bakunin, odiado anarquista, espécie de profeta maldito, porque foi capaz de
prever o futuro negro do comunismo, disse: “Com
o comunismo chega-se ao mesmo resultado execrável de sempre: o governo da
imensa maioria das massas populares funciona comandado por uma minoria
privilegiada. Esta minoria compor-se-á de operários, com certeza, mas de ex-operários,
que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, deixarão de ser
operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais
representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo em
proveito próprio. Quem duvida disso não conhece a natureza humana”.
Diante do ideário marxista aloprado
que prega a substituição de uma ditadura por outra e da crítica ácida e
realista de Bakunin, não é difícil perceber quem tinha razão. Confesso que se
Deus enviasse uma legião de anjos celestes, para fiscalizar os operários que se
transformassem em governantes, a fim de impedir que o poder lhes subisse à
cabeça e aos bolsos me transformaria hoje e agora num marxista convicto, porque
a teoria marxista em sua essência é bela. Mas como isso não é possível, não há
outro jeito; prefiro continuar acreditando num sistema cuja crueldade do
capitalismo seja domada pela legalidade de um Estado Democrático, onde o poder
emane do povo, para o povo e pelo povo e onde os governantes gerenciem
preocupados com a produção e com o extermínio da ignorância, porque a primeira
gera independência e riqueza e a segunda gera dependência e subserviência,
grandes aliadas dos corruptos, ladrões de colarinho branco, sonâmbulos
marxistas, ditadores vestidos de cordeiro e aventureiros bons de prosa.
Penso que o melhor critério para o
planejamento do futuro se sustenta em dois pilares fundamentais: História e
Estatística. Se a humanidade, quando diante de difíceis dilemas primeiramente
olhasse por essas duas lentes, certamente sua coleção de erros seria bem
menor. Afirmo isso, porque não é difícil verificar nos respectivos
registros biográficos que esses pensadores, sem exceção foram homens tanto mais
sonhadores que pragmáticos. Marx estava fora de si ao afirmar que: “as
sociedades humanas progridem pela luta de classes através de um conflito entre
a classe burguesa que controla a produção e um proletariado que fornece a mão
de obra para a produção”.
Ora, conflito jamais leva a qualquer resultado positivo; pelo contrário, é
fator de desconstrução. Então ele mais uma vez se contradiz, quando propõe uma
ditadura do proletariado, desconhecendo que ditaduras são potentes geradoras de
conflitos e que homens/mulheres, proletários ou burgueses, não suportam que
lhes subtraiam a liberdade em todas as suas nuances, pois somente livres podem
viver felizes e ser produtivos. Errou vexatoriamente, quando esqueceu que a
educação é a única porta por onde todos precisam entrar, quando se almeja
construir um mundo mais justo e igualitário e que ele próprio, se não tivesse
tido a sua disposição as oportunidades educativas que desfrutou, jamais seria
cabeça pensante, cujas idéias, apesar de absurdas, vêm atravessando décadas e
povoando a cabeça de oportunistas de todas as nacionalidades.
Mas
o espírito doentio de Marx não parou por aí e continuou espargindo asneiras
para serem contrariadas mais à frente por ele mesmo e pelos seus seguidores. A
célebre frase: “A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração; a
ilusão de um mundo transcendente e justo serve para que as injustiças se
perpetuem na sociedade humana”. Ao que ele mesmo sintetizou com a
célebre: “A religião é o ópio do povo”. E
então, diante dessas pérolas lançadas ao vento e em outras mentes tão doentias
quanto a sua, ele propõe uma ditadura inversa física e mental como antídoto à
cegueira popular; mais uma vez se esquecendo que a ignorância sim é o ópio do
povo e os mercenários, que a alimentam pelo desprezo, os sangue sugas das nações.
E
a estatística também registrou que cem por cento dos marxistas que se transformaram em governantes
abiscoitaram o poder para si e seu grupo de amigos, transformando a “ditadura
do proletariado” sonhada por Marx em ‘Ditadura dos ‘Cavalheiros Absolutos’,
intolerante ao pluralismo político, à oposição, à criatividade, à alternância
de poder, à imprensa, ao direito de se informar, ao empreendedorismo, à ética,
à moral, à religião, ao direito de ir e vir, à propriedade individual, à
manifestação artística e a tudo mais que lhe fuja do controle e coloque em
risco o trono absolutista de uma minoria privilegiada. Diante disso somente
Deus para nos guardar e proteger e a religião para acender a esperança e o
respeito mútuo. Viva o ópio do povo, a educação e a democracia; se não fossem
elas o mundo estaria vermelho demais!
ANTÔNIO
KLEBER DOS SANTOS CECÍLIO