O
que estamos acostumados a considerar como riqueza? Grande patrimônio? Reserva em dinheiro? Jóias
raras? Pedras preciosas? Conhecimento? Não!!! Riqueza, em seu significado
prático, é a fartura do que é útil e necessário. Por exemplo: ser rico num
deserto não é andar com quilos de ouro ou dólares na mala, mas ter à disposição
muita água e alimentos. Tornar uma terra produtiva não é enterrar em seu seio
grande tesouro, mas enriquecê-la de fertilizantes e outros dejetos orgânicos.
Ou seja, algo sem valor numa função
apropriada pode tornar-se grande riqueza. Assim também a pobreza nacional, nas
mãos de quem sabe usa-la, torna-se tesouro valioso.
A pobreza no Brasil foi até agora
cultivada, alimentada e perpetuada, porque desde que o populismo aqui se
instalou passou a ser o elemento essencial para a conquista e a manutenção do
poder.
Pobreza é coisa necessária para os
políticos combaterem e que não pode acabar, a fim de que haja sempre pobres
para o político defender. O que seria dos partidos políticos sem a pobreza? O
que seria do político “rouba, mas faz” sem a pobreza material e cultural? Essa
é a riqueza que alimenta os demagogos e hipócritas.
Por isso, nobres políticos, façam todas as reformas que
quiserem, mas preservem nosso grande patrimônio! A pobreza é nossa e não pode
ser erradicada. Os modos para protegê-la e mantê-la são muitos:
Em primeiro lugar todas as leis devem ser criadas para
afugentar os investidores, mas os políticos devem declarar o contrário, dando
sempre ao trabalhador a impressão de estar sendo protegido.
Em segundo lugar deve-se manter e sempre prestigiar a CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho), para que o trabalhador encontre cada vez
menos trabalho e por menor salário e mesmo assim sinta-se protegido pela lei.
Em terceiro lugar, as esmolas das bolsas governamentais
devem continuar sendo oferecidas aos necessitados, pois estes, além de fieis
eleitores, não vão se preocupar com o futuro, não precisarão plantar nem
poupar, pois enfim o governo os socorrerá. E, se alguém se queixar, deve-se
sempre lembra-lo que num país americano chamado Haiti, vive-se pior.
Em quarto lugar é preciso dar terra ao MST e casa aos sem teto, para que possam vendê-la e mais tarde retornar aos movimentos sem terra e sem casa, mas com um governo sempre pronto a socorrê-los. Afinal, eles já descobriram que com gritaria e invasões tudo se consegue.
Em quarto lugar é preciso dar terra ao MST e casa aos sem teto, para que possam vendê-la e mais tarde retornar aos movimentos sem terra e sem casa, mas com um governo sempre pronto a socorrê-los. Afinal, eles já descobriram que com gritaria e invasões tudo se consegue.
Em quinto lugar não deixar de financiar os sindicatos,
que também sabem fazer barulho, para que sirvam de trampolim para alguns
companheiros, os quais, protegendo os esperançosos, conseguem, mais tarde, se
elegerem deputados inúteis ganhando milhões para continuar defendo os mais
pobres.
Em sexto lugar promover o enfraquecimento de empresas
geradoras de empregos através de sentenças paternalistas e injustas, para o
trabalhador ficar com menos trabalho, mas, mesmo assim, sentir-se protegido
pela lei.
Em sétimo lugar massacrar com muitos impostos e tributos
as empresas, para que fiquem impedidas de pagar bem os seus funcionários ou
fechem as portas o mais rápido possível. Isso porque emprego e empregador não
tem importância nenhuma e põem em risco a estratégica pobreza. Importante é o
empregado sentir-se protegido e votar em seus protetores.
Em oitavo lugar é necessário manter o direito de voto dos
analfabetos e semi-analfabetos, pois eles representam o maior patrimônio
eleitoral fácil de ser convencido e sensível aos discursos demagógicos. Também
o único que chega àquela velha conclusão: “ele rouba, mas faz”.
Em nono lugar defender o gigantismo do Ministério do
Trabalho, inclusive fortalecendo ainda mais a Justiça do Trabalho, pois não
custam nada ao país, e sem eles o Brasil correria o risco de se tornar um país
exemplar como o Japão, por exemplo.
Em décimo lugar vamos trocar “meia dúzia” por seis, mas
não um simples seis. Um seis mais burocrático: um, dois, três, quatro, cinco,
seis, para complicar um pouco. Enfim, vamos fingir querer fazer todas as
reformas que o momento exige sem reformar nada, porque, se essa moda de reforma
pega, um dia vão querer reformar os poderes e também as pessoas que os
integram. E aí como é que vão ficar a gasolina da Mercedes e as mordomias de
direito?
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