Esses governantes brasileiros são mesmo uma piada. Quando no poder, permitem que a vaidade lhes adormeça o juízo e aí começam a fazer asneiras absurdas e inesquecíveis. Nosso querido senador Sarney, quando na presidência, botou na cabeça que o Brasil merecia participar do G7 pelo seu gigantismo pela própria natureza. Aí, sem ser convidado, encheu dois aviões de penetras, dentre eles Juruna, o índio do gravador e partiu para um dos encontros. Lá estando mandou avisar que havia chegado, certamente aguardando que o aparato fosse ao seu encontro dar boas vindas. Mandaram dizer que a reunião era restrita aos convidados e nossos patrícios voltaram com os rabinhos dentre as pernas. Antes da volta, logicamente, fizeram compras; mas com dinheiro próprio, pois naquela época ainda não existia cartão corporativo.
Color de Melo, revelou sua frustração profissional. Queria ser “milico” e como não passou na academia militar foi ser presidente e se vestiu de general Indiana Jones. Na época até nos emocionamos com aquele garbo de cavaleiro da távola redonda e falamos: - Eh! Esse menino vai dar para um bom presidente!... E vejam só; deu mesmo! A sabedoria popular é incrível, nunca erra...
Fernando Henrique, enquanto que no seu quintal os banqueiros engordavam, suas galinhas iam sendo aniquiladas pela onda de desemprego e uma montanha de bilhões de reais das privatizações se evaporava pela chaminé da especulação; saia por aí, com aquela sua cara de mágico da caixa preta e pose de papagaio poliglota dando uma de “professor pardal” Ensinava regras de economia até para doutores de Harvard. Certa vez, até dormiu com o Bill Clinton, lá no rancho de Camp David. Depois disse que fez isso porque não sabia onde era o interruptor e entrou no quarto errado.
Lula! Esse é um líder mundial nato! Um magnânimo! Não se cansa de esbravejar com os países ricos pedindo justiça: “Tenham dó dos pobrezinhos da África que até hoje plantam e colhem com as mãos”! Tenham compaixão do Brasil com sua vocação para celeiro do mundo. “Agora que chegou nossa vez começam a criar barreiras comerciais. Subsidiam tudo descaradamente. Colocam entraves ao uso do álcool de cana e agora querem criar problemas com o diesel verde”.
Nós, povo brasileiro, não podemos nos esquecer que esses homens são atores e vivem a vida em cena. Não perdem um minuto na ribalta e sua grande preocupação é dissimular a realidade. Qual realidade? Aquela que está bem a nossa frente e nem sempre conseguimos enxergar. Lula esta, agora mais que nunca, engajado na luta contra o protecionismo agrícola do primeiro mundo. Verdadeira tolice pensar que aquelas sociedades milenares, altamente nacionalistas, submetidas a rigorosos invernos que só permitem atividades ao relento por apenas quatro meses a cada ano, vão abandonar seus produtores à própria sorte em nome de uma ética fluídica e de pobres que vivem do outro lado do mundo, a maioria deles governados por irresponsáveis ladravazes. Lula esta parecendo a cigarra que trabalha cantando e implora compaixão das formigas que trabalham provisionando.
A competição faz parte das relações humanas e ganham os que forem mais capazes. É um contra-senso querer impor ao meu oponente armas iguais às que possuo. Obviamente, se ele dispõe de outras mais potentes vai usá-las sem piedade. Quais recursos pode então o Brasil lançar mão nessa arena de titãs? Outro dia vi numa reportagem um grande ruralista brasileiro, presente na feira brasileira de agro-negócio, dizer a um repórter que os produtores brasileiros reivindicam do governo apenas paz para trabalhar. “O dia que o governo nos deixar em paz arrebentamos a boca do balão”.
Lula, presidente do Brasil das potencialidades, em vez de ficar por aí gastando nosso dinheiro com tanto falatório, devia agir no sentido de conter a fome de gastos da máquina pública, labutar em prol de uma reforma fiscal justa e inteligente, convencer sindicalistas que ganham quarenta mil reais por mês a reciclarem suas idéias e trabalharem para acabar com o paternalismo das leis trabalhistas, que, além de sacrificar as empresas, engessa a capacidade de geração de empregos.
O custo Brasil é um dos mais altos do mundo e constitui-se no inimigo mortal da nossa produtividade. Se Lula conseguisse isentar o produtor brasileiro de vinte por cento da carga tributária atual, em um ano, o Brasil se transformaria na China da América do Sul, geraria empregos para tirar a juventude da desesperança, colocaria nossos repolhos até no chucrute dos alemães e, de quebra, reduziria a violência social; com a garantia de que, num segundo passo, a arrecadação de impostos não só recuperaria seu patamar inicial, como também se duplicaria.
Essas são medidas plausíveis e possíveis a curto prazo. Em seguida esperar-se-ia do presidente atenção especial com a logística nacional, uma das mais ineficientes do mundo, a fim de dar mais um gás nos índices de produtividade. Aí seriam eles que iriam clamar pela nossa compaixão e nós, nem por isso poderíamos ser acusados de antiéticos.
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