O PÚBLICO E A PRIVADA
A história das nações demonstra que o sofrimento é a alma do progresso. Essa intrigante frase pode parecer absurda, mas a história da humanidade demonstra que trata-se da mais pura verdade. Contudo, a afirmação incita grande variedade de opiniões; por isso posso apostar que o leitor, talvez tenha concordado, concordará em parte ou mesmo tenha se colocado radicalmente contra e gostaria de opinar. Mas infelizmente como não estamos num foro de debates isso não é possível. Todavia tentarei a partir daqui aplacar a ânsia opinativa de todos.
O sofrimento é algo naturalmente associado ao medo por nos fazer lembrar de tragédias, epidemias, fome, desemprego, violência social, ditaduras ou, na pior das situações; a guerra. Esta última como alternativa ao fim do dialogo ou simplesmente um caminho escolhido pelos trogloditas e loucos que só pensam em poder, enriquecimento e dominação.
Certamente os mais atentos tenham notado que há no contexto duas palavras que representam situações básicas e de grande importância no sentido de mover o ser humano para frente, como também para trás. Sofrimento e Medo. O primeiro é útil porque tem o poder de unir e a união incita solidariedade, paz e desenvolvimento. Por último conquista-se a realização pessoal e a felicidade. Contudo há ainda que considerar que é impossível ser feliz sem ser livre e aqui entra outra palavra de peso: Democracia. A grande e única conquista humana capaz de equilibrar respeito mútuo e liberdade com responsabilidade.
Por sua vez, o medo pode ser altamente prejudicial à dinâmica das conquistas humanas. É geralmente uma arma eficaz para transformar a sociedade em massa de manobra. O homem sujeito ao medo só é recompensado se obedecer a um comando supremo ditador de ordens, que o impede de pensar diferente da unanimidade ordenada. Caso se rebele, experimentará uma gama de castigos com o intuito de transformá-lo num ser medroso, incapaz de reagir e, portanto útil a um sistema ditatorial. Essa é a receita do retrocesso. Nações que instituiram o medo generalizado caíram no fosso do caos e da pobreza.
Diante do arrazoado acima pergunto ao leitor: - A desordem que ora acontece no Brasil é por acaso? A resposta é obvia: - Claro que não! A latrina em que vivemos hoje é algo programado de maneira sutil, para dividir a sociedade, assim a enfraquecendo e tornando-a preza fácil para ser dominada. Homens dominados são improdutivos, tornam-se dependentes do Estado e transformam-se em máquinas de votar em bandidos.
Prova disso é que no Brasil atual há uma unanimidade: A corrupção, a malandragem e a mentira transformaram-se em instituições oficiais. Não há alternativa para quem queira viver vida digna e em paz, uma vez que o fedor contamina a todos, quem tem culpa e quem não tem. Aquele que não estiver disposto a sorver a nuvem fétida é taxado de conservador de direita; egoísta, contra os pobres, contra as minorias, destruidor da natureza e portanto, um ser politicamente incorreto e abominável, que precisa e deve ser perseguido e destruído.
Nelson Rodrigues, o genial escritor brasileiro ensinou que “toda unanimidade é burra.” Ele tinha razão, mas penso que nem sempre toda unanimidade seja burra. Há situações em que não o é. No caso do Brasil a unanimidade criminosa dos nossos políticos não é burra, ao contrário, resultado de grande inteligência. Quem almeja viver no Império da Latrina para dominar e enriquecer rapidamente precisa transformar todos em massa marrom. A uniformidade evita a contestação, a polêmica e garante segurança e impunidade. Como julgar e condenar a todos? E quem julgará os que julgam? Numa situação dessas errado é quem esta certo e o crime passa a compensar.
Diante desse absurdo histórico há ainda outra unanimidade, essa burra mesmo. Uma parte da sociedade achincalhada e explorada se cansou de protestar. E a outra abraçou a bandeira vermelha do Império da Latrina. Por desinformação ou altos interesses almeja que as coisas continuem como estão. Se esquecem que as coisas como estão são insustentáveis e têm grande chance de piorar podendo entregar o Brasil nos braços de uma ditadura comunista, assim como temos visto acontecer na vizinha Venezuela.
No fundo desse abismo haverá choro, fome e ranger de dentes. Pagaremos caro para entender que o sonho comunista, que estão querendo nos impor não passa de uma farsa. Um golpe que invariavelmente dura décadas empobrecendo a sociedade através da imposição do terror e do medo. Homens aterrorizados e medrosos sofrem, a fim de aprender que os políticos só respeitam o povo que dorme de olhos bem abertos. Assim, certamente a sociedade será mais atenta, menos medrosa, esquecerá as diferenças ideológicas e se unirá no sofrimento, para combater os canalhas e parasitas.
ANTÔNIO KLEBER DOS SANTOS CECILIO