SANTOS POLÍTICOS, O SOL QUADRADO E O POVO SEM VERGONHA
Desde pequeno ouvia meu saudoso pai dizer que política não é coisa para “Amador”. Ele com certeza tinha alguma razão para dizer isso, mas eu, que naquela época estava mais preocupado com outros passatempos, não me atentava para a sábia afirmação.
Mas, passados os anos e já calejado pelas frustrações, que agora mais do que nunca, abalam o ânimo do povo brasileiro, mergulho lá no fundo da memória para compreender quanta razão tinha o velho e imaginar que motivos teria ele para valer-se de tal desabafo. Que artes de mau gosto estariam produzindo os políticos daquela época? Hoje, diante da minha alguma experiência de vida, posso imaginar qual escândalo estaria protagonizando os noticiários, pois, afinal o que foi feito nesta Pátria Desastrada, desde Cabral, sem comprometimento com os bandidos das Mãos Leves e dos Olhos Compridos? Contudo, conforme diz o ditado popular que “É’ vivendo que se aprende”, só agora, depois de tantos anos, pude compreender o sentido do adjetivo “Amador”: Amadores seriam os homens sérios, porque os profissionais, como sempre, são os amantes do alheio e quem se arriscaria afirmar o contrário? Com certeza, somente os próprios.
Caso fosse possível calcular o quanto se desviou ao longo da história, na melhor das hipóteses, construiríamos outra dezena de Brasis bem melhores do que este que ora sobrevivemos, até que chegamos às profundezas do poço. Hoje, nada no Brasil funciona bem e, em certos casos, nem mesmo mal. A Pátria Amada está de cabeça baixa! Nossos tetranetos pagarão por tanta malandragem e estarão de joelhos diante do mundo que avançará e os deixará na poeira da vergonha. Mas será que ainda temos ou teremos vergonha algum dia?
Certamente os sem vergonhas somos nós do povo, que trabalhamos duro e pagamos nossos impostos e depois ficamos assentados no sofá de boca aberta esperando o ladrão chegar, porque nossos santos políticos em uníssono juram suas inocências. Deus do Céu; aliás, dos Políticos, esta conspirando contra suas sagradas inocências e querendo injustamente colocar-lhes para ver o sol nascer quadrado. Assim seria justo que cercássemos o Brasil, aprisionássemos esse povo sem vergonha e de fora deixássemos os santíssimos políticos para continuarem rindo da nossa cara e arrebentando nosso futuro.
Chegamos a tal absurdo que o que antes se fazia apenas com bicicletas, aquele animal inofensivo, hoje fazem é com a economia, o animal mais perigoso da fauna mundial. Nossos santos anjos políticos se esqueceram até da tabuada aprendida na escolinha primária e resolveram pedalar no nosso bolso e gastar mais do que podemos pagar. E, por incrível que pareça, inventaram a matemática mágica: aquela que vê mais não enxerga; ouve, mas não escuta; rouba e não devolve; come e não paga; da aos pobres um tostão num dia e tira dois no outro.
Enquanto isso o Brasil supera grandes recordes mundiais. Temos o maior numero de partidos políticos, a produtividade do nosso Parlamento é baixíssima, o custo dos nossos representantes é dos mais altos do planeta e ainda enviamos secretamente preciosos recursos para países onde vigoram ferozes ditaduras comunistas. Outra idiossincrasia nacional é que dentre as dezenas de partidos todos brotaram na horta da esquerda, a mesma facção que nunca deu certo em lugar nenhum. Mas não tem importância, porque pelo jeito, nossa vocação é mesmo para estar na liderança do grupo dos incompetentes e oportunistas da história da Desumanidade; pobres para sempre com ou sem Bolsa Família.
Afinal, precisamos dos pobres e inocentes, senão o que seria dos Santos Políticos?!
ANTONIO KLEBER DOS SANTOS CECILIO