APRESENTAÇÃO


O conjunto de trabalhos que o amigo leitor encontrará aqui foi produzido ao longo de alguns anos. Não posso aqui precisar quantos, talvez uns vinte. A grande maioria deles publicada no jornal A TRIBUNA SANJOANENSE de SÃO JOÃO DEL REI (minha terra nanal) e NOVA MIDIA de BARBACENA; ambas tradicionais cidades históricas mineiras muito politizadas.

Obviamente há uma cronologia de publicação associada aos acontecimentos que inspiraram as respectivas reflexões. Depois de muito pensar, se deveria mencionar datas, resolvi aboli-las, pois achei que correria o risco de tornar seu passeio um tanto dirigido e até cansativo. Posso imaginar alguém lendo algo retratando fato acontecido há anos! Talvez se sinta entediado. Então, no intuito de instigá-lo, apresento uma miscelânea de trabalhos recentes e antigos, a fim de lhe subtrair, de propósito, qualquer direcionamento e deixá-lo livre para pensar, buscando no tempo, por si, tal associação. Acredito ainda que dessa forma esteja incitando sua curiosidade à medida que avance passos adentro. Sua leitura poderá inclusive ter início pelo fim ou pelo meio, que não haverá prejuízo algum para a percepção de que as coisas no Brasil nunca mudam. Ficará fácil constatar que a vontade política é trabalhada para a perpetuação da incompetência administrativa, obviamente frutífera para algumas minorias.

Penso que, se me dispus a estas publicações, deva estar antes de tudo, suscetível a criticas e, portanto, nada melhor que deixá-lo, valendo-se unicamente das informações contidas no texto, localizar-se na história. Caso não lhe seja possível, temo que o trabalho perca qualidade perante seu julgamento pessoal. Por conseguinte, acredito que isso não acontecerá; a não ser que o leitor não tenha, em tempo, tomado conhecimento dos fatos aqui retratados. Procurei selecionar de tudo um pouco; certamente sempre críticas, porém algumas muito sérias carregadas de um claro amargor. Outras, mais suaves, pândegas e até envoltas num humor sarcástico. Noutras retrato problemas da minha São João del-Rei. Até cartas para congressistas em Brasília há. E em alguns pontos, para abusar da sua paciência, introduzi coisas muito particulares. Críticas à parte, nessas, apenas falo de mim, afinal, apesar de amigos, talvez nunca tenhamos trocado impressões sobre coisas tão pessoais. . .

Aqueles que me conhecem há tempos, sabem que sou um obstinado por política, apesar de jamais tê-la exercido diretamente. Motivos houve de sobra e numa oportunidade poderei explaná-los. Todavia, do fundo do coração, afirmo que tal paixão tem como motor um doloroso inconformismo por ver o Brasil tão esplêndido e tão vilipendiado; vítima inconteste dessa cultura avassaladora de demasiada tolerância à antiética e à imoralidade na administração pública. Comprovadamente este é o pior dos tsunames com potencial para ter retardado nosso progresso mais de três séculos e grande responsável pela perpetuação da pobreza de metade da nossa população, pelo analfabetismo total e funcional, pela violência social e pelo abismo intransponível que aliena gigantesco contingente, maior que um quinto da população do continente sul americano. Diante do inaceitável absurdo, impossível me conformar em silencio diante dos atos e fatos que vão vergonhosamente enxovalhando nossa história e nos deixando como um gigante deitado sobre o escravismo que a Lei Áurea não foi capaz de abolir.

O título? Esse, talvez, seja o mais difícil explicar. GRITOS SEM ECOS representa uma espécie de pedido de socorro do náufrago, que sabe que de nada adiantará espernear, pois não há interlocutores, não há socorro, não há saída, não há conscientização; mas, assim mesmo, grita.

Será um prazer receber sua visita e ler suas opiniões, elogios ou críticas.

Forte abraço!



quarta-feira, 13 de março de 2013

O SER, O TER, O PROGRESSO E O CAPITALISMO





                Na edição passada, refletimos sobre a importância do saber. Hoje vamos um pouco mais adiante e veremos qual o papel do ser humano bem informado e culto no contexto do processo de desenvolvimento. 
            A capacidade de pensar transformou o animal homem/mulher num ser analítico e nessa condição, eternamente insatisfeito. A causa da nata insatisfação humana sempre foi o desafio de sobreviver num meio hostil caracterizado por intempéries, predadores, distâncias, demais obstáculos tais como necessidade de comunicação, escuridão, remoção de peso, doenças, conquista de espaço físico para extração de materiais necessários à construção de abrigos e estradas e do domínio de fontes de água.
           Para a espécie humana a grande contradição da aventura de se manter vivo no laboratório da vida sempre foi lutar contra a própria natureza. Por isso todos os modelos de desenvolvimento humano estão baseados no ato de explorar destruindo para construir viabilizando engenhos artificiais capazes de proporcionar bem estar e segurança.  
                Entretanto o fato de estar seguro não se resume exclusivamente à posse de armas de defesa. A necessidade de produção e provisão farta de alimentos, o acesso possível e fácil a recursos naturais e o domínio de técnicas para explorá-los e transformá-los, também é uma forma de segurança e à medida que se aprimoravam os processos o homem descobriu que uma maneira bastante eficiente de assegurar tranqüilidade é através da acumulação de riquezas o que, na forma de alimentos, significa armazenamento. Todavia, ao passo que alguns grupos sociais foram se desenvolvendo chamaram atenção da concorrência, ou seja: outros grupos ao tomarem conhecimento de tantas novidades e comodidades também passaram a almejá-las e esse fato gerou disputas, competição, insegurança, dominação, escravidão e morte.
                Apesar disso a espécie humana é a mais bem sucedida no teatro da vida; e sucesso aqui se traduz em quantidade. À medida que os humanos dominavam a natureza e aumentavam as possibilidades de sobrevivência, vários grupos sociais gradativamente se espalharam por todos os quadrantes do planeta demandando cada vez mais espaço e destruindo mais ecossistemas formados há milhões de anos assim dando início ao processo de degradação ambiental.
                O espaço físico disponível no planeta é pouco para atender à demanda de uma população que nunca parou de crescer; juntamente com ela aumentando também as necessidades, cuja satisfação exigia mais e mais esforço exploratório, cada vez mais e mais espaço e mais avanço sobre os ecossistemas virgens.
                Essa combinação de aumento paulatino das distâncias, das populações, das demandas por mais espaço criou cada vez mais necessidades, resultando na pressão pelo alcance de mais eficiência nos processos de exploração. Os consumidores e produtores agora estavam muito distantes e era necessária criação de centros de convergência aonde as tribos se dirigissem, a fim de negociar para se abastecer. Estes locais de encontro para a realização de negócios foram os primeiros protótipos dos centros comerciais modernos.
                Contudo as dificuldades ainda se configuravam muitas e, dentre elas, a mais importante era que nem todos tinham condições de produzir, pois o espaço físico já se encontrava ocupado pelos pioneiros que chegaram primeiro. Quem não tinha espaço, não podia produzir alimentos e consequentemente nada a oferecer em troca. Daí sobreveio a brilhante idéia de se criar a moeda. Um meio circulante que podia converter-se em valor semelhante a determinada quantidade de bens. Estava criado o mercado na sua condição mais elementar contendo centros de comércio com produtores reunidos oferecendo produtos de suas propriedades a compradores com moeda para trocar.
                O mercado logo se tornou mais complexo e a bipolarização entre proprietários produtores e compradores consumidores agregou transportadores, limpadores, tratadores de animais, guardas. Estes seriam os primeiros empregados e prestadores de serviço, que são aqueles que não detinham propriedades, mas podiam oferecer sua mão de obra em troca de moeda. A partir daí estava inaugurado o setor terciário ou de serviços e assim as primeiras relações entre capital e trabalho.
                Na seqüência dos acontecimentos a expansão populacional continua a pressionar e a velha fórmula de mercado não mais suporta a demanda. Novas conquistas brilham no horizonte. Era a industrialização que despontava. O simples extrativismo associado a processos elementares tornou-se obsoleto pela ineficiência. A invenção de engenhocas capazes de produzir centenas de vezes mais rápido que um trabalhador braçal era uma realidade irreversível e veio para ficar. Surgiram as primeiras máquinas têxteis, a inusitada máquina a vapor, aposentou-se a vela na navegação, descobriu-se o petróleo e aconteceu a invenção dos primeiros automóveis. Estava dada a largada para a industrialização em massa. A ciência agora era a grande estrela, pois indústria demanda técnica e esta não cai do céu; é elaborada através de pesquisas experimentais por alguém impulsionado pela ânsia do conhecimento e sede do empreendedorismo. Em assim sendo as novidades tecnológicas eram registradas como propriedades dos seus inventores interessados em satisfazer necessidades com mais eficiência e também a fim de se enriquecer pela acumulação de capital. Cada vez mais os estudiosos desenvolviam ciência e cada vez mais e mais novidades entravam em cena para incrementar os processos de produção, facilitar a vida das populações e, em contra partida, acelerar a exploração destrutiva da natureza. A luta do homem para vencer a natureza resultou num círculo virtuoso de desenvolvimento jamais imaginado e consequentemente, a relação capital trabalho associada ao uso da ciência para geração de conhecimento foram batizados com o polêmico nome de “Capitalismo”.
            Assim o capitalismo foi concebido na mesma genética humana, na sede de conquista através do domínio da natureza; forças essas que embalaram o instinto de sobrevivência das primeiras sociedades humanas. É um sistema que carrega consigo a singular relação do ser humano com sua capacidade de questionar e obter respostas. A curiosidade é o motor do saber, portanto, quanto mais se questiona, mais se sabe e mais se descobre que o saber é infinito e mais se cria ciência em busca de mais respostas. Portanto não se pode esquecer que ciência se constrói por acúmulo de conhecimento, que tudo tem custo financeiro e custos compensam-se com muito trabalho e aperfeiçoamento em busca de lucro. Conclusão lógica é que o saber é um fruto caro, que nem todos podem ou estão dispostos a pagar por ele; entretanto aqueles que investem em pesquisa têm grande chance de obter sucesso. Sucesso é a conquista do saber e o fruto dessa árvore é lucro e riqueza. Nesse contexto, saber é propriedade privada e pertence a quem investiu para conquistá-lo. Nada mais justo!
                Até aqui nada falamos sobre a entidade “Estado”; exatamente porque ele é estranho nesse ninho, pois num sistema onde haja liberdade e incentivo à iniciativa individual em conquistar através do saber, cabe a ele apenas as funções de regulamentar, educar, proteger, fomentar e intermediar relações através de um judiciário forte e independente, a fim de que se afaste a possibilidade da injustiça. Não cabe ao Estado a função de empresário, pois historicamente esta comprovado que esse é o caminho mais rápido ao desenvolvimento de um sistema corrupto, ditatorial e injusto aonde os interesses dos amigos do Rei sobrepõem os da maioria. Modernamente, com a conscientização de que a natureza não mais suporta o atual ritmo de exploração e agressão, o Estado deve assumir a liderança na iniciativa de se criar e implantar meios sustentáveis de relação com os ecossistemas, entretanto é bom lembrar que num extrato social altamente educado, a tendência é haver maior comprometimento e responsabilidade com o meio ambiente.
                Enfim alcançamos a era da mecatrônica, da robótica, das telecomunicações em tempo real; a era digital; é preciso que estejamos preparados para, não só desfrutar, mas também para usá-las como ferramentas de trabalho úteis ao alcance de mais saber e mais desenvolvimento e isso só será possível com investimentos maciços em educação. Não há outra saída; senão a pobreza continuará a aumentar e dirão que a culpa é do capitalismo.
                Países como o Brasil e outros da América Latina, que tradicionalmente não investem em educação em nenhum dos níveis, são grandes importadores de conhecimento e pagam caro, muito caro em dinheiro vivo e em sofrimento da população. Além disso, os governos desses países são grandes empresários, enquanto a eficiência e lucratividade das empresas estatais são baixíssimas. Some-se a isso o empreguismo, o nepotismo, a corrupção sempre beneficiando os amigos do Rei. Quem paga por tudo isso é o povo! Se você tem problemas em conseguir trabalho, seus filhos estudam numa escola que não os prepara bem para o futuro, seu carro é velho, sua casa esta caindo, seu aluguel esta caro, você esta sendo despejado porque não pode pagar, a condução é ruim e cara, o hospital público não presta e o médico que esta lá não é responsabilizado por nada; não acredite que a culpa é do seu patrão e do Capitalismo. Capitalismo é ninguém! Trata-se apenas de um sistema comercial de convívio entre os homens aonde quem sabe mais pode mais, conforme foi dito antes. Se você sabe pouco é porque foi mal preparado e a culpa é do seu país, da sua pátria hostil, do seu governo corrupto, ineficiente, que não o respeita, que não cumpre o dever constitucional, que protege seus amigos e cobra um alto imposto do povo. Um governo que paga mal aos professores, que não investe no aparelhamento das escolas, que sufoca as empresas com a maior carga tributária do mundo. Para despistar e arrefecer sua consternação lhe oferece uma esmolinha todo mês em forma de bolsa auxílio; assim comprando seu voto na próxima eleição para você continuar na mesma, porque vive no mundo tecnológico onde só o saber pode garantir seu futuro e o da sua família.
                 Karl Marx e alguns outros que viveram antes dele erraram feio quando imaginaram um novo sistema de convívio entre os homens capaz de fazer justiça através do igualitarismo imposto pelo Estado. Esqueceram-se que o Estado não é uma entidade celeste e, portanto havia que contar com a supervisão de homens com poder absoluto os quais nunca foram iguais a ninguém, porque ditador manda, não sugere e não dá satisfação. Esqueceram-se que a natureza humana é livre e competitiva, esta sempre questionando e querendo saber mais.  Diante dessa realidade se furtaram a investir no aperfeiçoamento humano através da educação, porque já sabiam que homens cultos são conscientes das verdades e mentiras que os acercam e podem oferecer risco ao poder absoluto dos governantes. Esqueceram-se que seres humanos privados da liberdade de criar, perdem também a capacidade de sonhar se afogando no mundo da mesmice, da pobreza de espírito, da desmotivação e se acostumam na vida parasitária de esperar migalhas concedidas pelo Estado para quem for mais bonzinho, mais conformado, mais medroso e oferecer menos risco ao sistema ou funcionar melhor na atividade da delação; tudo em nome dos benefícios de uma minoria abastada, corrupta e sanguinária. Assim aconteceu na extinta União Soviética, na Cortina de Ferro e acontece hoje em Cuba.
                A história do social comunismo que estão tentando implantar na América Latina esta cheia de mentiras e utopias, as quais alguns teólogos comunistas, que vivem de barriga cheia e se formaram à custa da Igreja defendem, baseados na ilusão de que homens podem e aceitam viver sob comando ditatorial. A história do rato rico que vivia na cidade e não tinha liberdade e a do rato pobre que vivia no mato cheio de liberdade ilustra bem essa ilusão. Um dia o rato gordo da cidade foi comido pelo gato ao que, sob tremenda indignação e assustado, o rato pobre do mato teria exclamado: - ANTES MAGRO NO MATO DO QUE GORDO NA BARRIGA DO GATO!

IGREJA CATÓLICA NA MIRA DOS HIPÓCRITAS



            “Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra” Com essa frase emblemática Cristo absolveu a adúltera ante a ira dos hipócritas.
           
           Tapa de luvas nos predadores que têm o rabo maior que a moral: uma mísera mulher, discriminada, indefesa, pobre, cujas vestes não exibiam nenhum brasão, nem no corpo o aroma característico dos nobres de alta linhagem; e um justo cuja postura sóbria e coragem de sobra desafiavam a ordem política e os donos das pedras.
            Por incrível que pareça a passagem acontecida há mais de dois mil anos se adequa tão moderna à realidade presente, quanto qualquer último lançamento da BMW ou da Microsoft. O ex-Papa Bento VXI foi diariamente apedrejado, pois queriam lhe impingir parte da culpa pelas faltas de alguns desmiolados que ocuparam ou que, por ventura, ainda ocupem as fileiras da Igreja Católica. O acusavam de leniência, no trato com esses criminosos pedófilos, que insistem em se camuflar sob o manto da Igreja. Ora; queriam que o velho e tradicionalista Joseph Ratzinger, homem de ilibada moral e indiscutíveis serviços prestados à Igreja, saisse por aí dando uma de Papa Polícia! Estão se esquecendo que não é permitido a ninguém, nem mesmo a um pontífice, incriminar quem quer que seja baseado apenas em acusações muitas das vezes improváveis ou em provas toscas. É preciso que a sociedade entenda que a prática da pedofilia é um crime de difícil comprovação, mesmo para a polícia bem aparelhada e treinada e que o criminoso, por exigência constitucional em qualquer país civilizado, deve ter sua acusação formalizada sem pré-julgamentos e que a condenação só se consumará diante do direito de defesa plena e de provas contundentes e indiscutíveis. Ao acusador do padre criminoso, portanto, aconselhamos não telefonar ao Papa ou ao Bispo, pois estes, naturalmente e com razão, cautelosos; se eximirão à condenação sumária.  Que o reclamante, além de cuidar melhor dos seus menores, reúna indiscutíveis provas e vá ao Distrito Policial mais próximo e registre queixa formal contra o cidadão padre. Caberá à polícia abrir inquérito, respeitando todos os direitos constitucionais de plena defesa.
          Não podemos permitir que a sociedade se valha desses fatos para denegrir a imagem da Igreja, nem a hombridade do seu pastor supremo, nem muito menos a seriedade do trabalho da maioria dos seus membros, apenas baseada nas ações criminosas de uma meia dúzia de miseráveis débeis mentais. Assim como também não seria justo enlamear a imagem de outras instituições da estatura do Congresso Nacional, das Forças Armadas, da Presidência da República, da Polícia ou do Judiciário; baseados apenas nas ações vexatórias de alguns deputados mensaleiros ou de um pequeno grupo de senadores coronéis, de alguns sargentos pederastas, de um ou outro presidente doidivanas, de maus policiais e juizes bandidos, que em troca de dinheiro sujo vendem sentenças benfazejas. Há pouco mais de um ano, os Estados Unidos, prostraram-se de joelhos diante de alguns corruptos e quase levou à banca rota o mundo na avalanche de pesados prejuízos em cascata, que assolaram as maiores e mais sérias empresas do mundo e nem por isso pode-se afirmar que o capitalismo ficou comprometido na sua essência, afinal de contas agir de má fé não é regra instituída nem reconhecida , mas exceção.
            Cristo, em seu curto tempo de encarnação, nunca procurou se acercar de super-homens ou super-mulheres dos quais se esperasse a infalibilidade e não há passagens na Sua vida em que condene alguém. Pelo contrário, as escrituras são pródigas em exemplos de falha humana. Ele mesmo foi negado pelo seu principal discípulo. Judas o traiu por dinheiro e diante de Pilatos a multidão preferiu alguém com um histórico de vida menos recomendável que a do mensageiro da paz, da justiça e da concórdia entre os homens.
            A Igreja não é Deus, portanto esta sujeita a falhas e o próprio Papa Bento XVI reconheceu, numa interpelação da imprensa, que ela muitas vezes na história foi ferida pelos seus membros. Portanto, faz-se necessário que nós católicos a defendamos, assim como os lobistas ferrenhamente defendem seus interesses e comecemos, o quanto antes, a enaltecer o trabalho sério de centenas de outros militantes de católicos benfeitores, que estão em campo trabalhando, seriamente respeitando a moral é a ética pregada por Cristo, para suprir as necessidades dos pobres, doentes e desvalidos; onde o cruel Estado cobrador de impostos esta ausente por incapacidade ou mesmo por incompetência. Por que rotulá-la pelos maus representantes, se temos exemplos como o de Zilda Arns, Madre Tereza e outros tantos anônimos dando o sangue em nome do bem estar e do amor ao próximo?


         

sexta-feira, 8 de março de 2013

PAPAS J P II E BENTO XVI CONTRA LEONARDO BOFF E TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO


             Senhores teólogos e especialmente ao senhor Leonardo Boff, pai da Teologia da Libertação; há muitas décadas, desde a juventude, quando o mundo se debatia nas ondas da guerra fria, cujo pano de fundo era os interesses capitalistas e comunistas ambos capitaneados pelos EUA e aliados de um lado e pela URSS e dominados do outro e que a eminência de uma guerra nuclear assombrava nosso cotidiano; nos corredores da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, tive notícias da atuação do jovem Leonardo como teólogo e membro insubordinado à ordem clerical da Igreja Católica, quando teria sido excomungado devido à repercussão das suas idéias revolucionárias; assim como também pela sua atuação subversiva e inclusão do seu nome na lista negra das forças de segurança responsáveis pela manutenção da ordem política da época avessa aos ideais comunistas. Vê-se, portanto que o senhor/ele era um homem muito corajoso, pois já naquela época, há cerca de 50 anos, tinha dois inimigos de peso na sua linha de combate.
            Aquilo para nós jovens espirituosos e naturalmente avessos à ordem vigente era uma festa. Todo dia havia notícias de novos arrestos; padres, bispos, intelectuais amigos próximos, presidentes de sindicatos, políticos, até militares insurretos. A emoção era total e até o sussurro da brisa era suspeito para os dois lados. A faculdade era o melhor lugar do mundo para estar, pois novidades sobravam; afinal aquele era um ambiente acadêmico formador de opinião, exatamente a mosca na mira dos subversivos comunistas com a missão de vender os ideais soviéticos marxistas como meio de salvação da escravidão capitalista, que tanto mal podia causar ao Brasil e ao mundo. Aliás, diga-se de passagem, a estratégia dos agentes comunistas é sempre a mesma; minar cabeças onde haja energia pensante: igreja, quartéis, sindicatos, universidades, órgãos públicos, pastorais, grupos de jovens. E aí era exatamente onde a cobra fumava!
            Hoje os senhores subversivos comunistas que também retalharam violentamente em defesa da liberdade vermelha soviética adornada da foice e martelo, praticando assaltos a bancos, tiroteios em vias públicas, seqüestros de autoridades e terrorismo pousam de mártires, entretanto, o sistema ao qual defendiam e o senhores não podem negar, porque a história comprova; praticava o expansionismo territorial pela invasão armada na calada da noite, estuprando mulheres, adolescentes, assassinando, saqueando, queimando, destruindo com tanto sucesso que o Império Comunista Soviético chegou a se estender transportado nas esteiras de seus tanques e botas de seus soldados de norte a sul, de leste a oeste por grande parte da Ásia e do Leste Europeu e ai permaneceu fuzilando, desapropriando, amedrontando, aterrorizando, massacrando por 70 anos. Chegaram ao extremo de construir um muro divisório sobre Berlim, que serviria de emblema e símbolo da bestialidade humana para o resto dos tempos. Suas ruínas ainda estão lá para os senhores teólogos dizerem que foi Satã Capitalista e a Igreja Católica que ergueram. O senhor muito bem sabe o que foi feito dos padres e teólogos da Igreja Católica e Ortodoxa assim como com os monumentos sagrados: fogo, saques, vilipêndios contra ícones cristãos e pelotão de fuzilamento ou aniquilação perpétua nos Gulags Siberianos em trabalhos forçados a 40 graus abaixo de zero para os eventuais corajosos como o senhores e seus seguidores.
             Cuba, a menina dos olhos dos teólogos latinos americanos, não ficou para trás. O comandante Fidel e seu comunismo eternamente capenga e parasita alinhou-se aos assassinos comunistas do leste em troca de proteção contra Satã Capitalista mais víveres e logística; assim como hoje se alinha ao regime Socialista Bolivariano tendo como moeda de troca petróleo e assessoria político comunista nas artes da alienação de massas. A dinastia dos Castro há 54 anos vive de mentiras e ilusionismo. Se lá fosse tão bom como dizem os teólogos da Teologia da Libertação não haveria dissidência, nem ninguém se lançando ao mar às bocas dos tubarões em precárias embarcações. Será que Cuba além de todas as qualidades enumeradas pelos teólogos ilusionistas ainda é também o paraíso dos burros? Só um mentecapto fugiria do paraíso! Lembro-me bem dos tempos da guerra fria quando o Sr. Fidel Castro se valia da proteção da União Soviética e lá treinava sua policia secreta nas artes do sadismo para amedrontar, controlar e desapropriar. Miami é a Meca dos banidos cubanos. Conheço dezenas deles e suas tristes histórias de sofrimento no exílio. Perguntem a Fidel o que foi feito dos camaradas que nele confiaram e desceram Sierra Maestra para salvar Cuba das garras de Satã!... Ele dirá que desceu sozinho apenas acompanhado de Raul, seu irmão, Che Guevara, o santo do pau oco e Clark Kant, o super-homem do planeta Kripton, porque os outros, quando assustaram estavam no xilindró ou no paredão.
            Não é compreensível e qualquer inteligência mediana estaria perguntando por que a preferência fanática pela justiça política na América Latina, quando todos sabem que há milhões de pobres oprimidos na Rússia, na China, na Korea do Norte?! Por que o ódio às ditaduras latinas e o silêncio dissimulado em relação às ditaduras Cubana, Koreana, Chinesa, Iraniana? O senhor e demais teólogos simpatizantes da Teologia da Libertação responderão com evasivas, mas eu sei o porquê. Lá não há democracia que possibilite teólogos falarem demais.
            Dizem que em política o tempo é capaz de consertar tudo. A explicação é que a memória dos mais velhos é fraca e os jovens não se interessam pelo passado. Hugo Chávez na tribuna da COP 15 em Copenhagen, Dinamarca, bem simbolizou o fenômeno dizendo que os velhos têm o sol nas costas, enquanto os jovens o têm à frente. Esse é exatamente o grande perigo, porque os maiores trapalhões da historia sempre tiveram olhos por todos os lados e com meia dúzia de contos fantasiosos implantam velhas idéias, que deram errado, revestidas com novos adornos. Hoje ninguém mais usa o substantivo “comunismo”. Este foi banido porque é agressivo. Agora o promoveram a “socialismo bolivariano”. Hoje Democracia não significa mais Estado de Direito. Passou a atender pelo nome de “democracia socialista”, onde todos são iguais perante o estado, desde que não pensem e discordem do dever de concordar e ficar calado. Há cinqüenta anos atrás ninguém se preocupava com a natureza e os desequilíbrios causados por satã capitalista americano. Satã era apenas barreira para a expansão territorial e ideológica comunista. Hoje Satã capitalista e a democracia são perigosos, porque permitem que os ricos sujem a natureza e coloquem em perigo a vida no planeta. Enquanto isso o estado berço do novo socialismo do século XXI, a Venezuela se empanturra de petrodólares americanos satânicos, e ainda alimenta Cuba, o paraíso ‘demoniocrata’ Diante dessa contradição Chaves deveria ter feito seu discurso no circo para os palhaços que o aplaudiram e que pelo menos pagassem a entrada, a boa comida e a passagem.
            Os senhores teólogos da Teologia da Libertação burros sei que não são, nem mal informados. Aliás, bem mais informados do que os incautos jovens que os aplaudem do alto da sua santa ignorância. Digo santa porque ignorância não é pecado, mas enganação sim. Se há pecadores na historia, esses sei quem são! Os senhores conhecem bem mais que eles como funcionam as relações comerciais internacionais no mundo moderno. Sabe-se que os interesses das nações ricas sobrepujam os das mais pobres e que isso não esta certo. Sabe-se que as nações ricas poluem mais que as pobres e que isso também é inaceitável e cabe reparação. Entretanto, quando dizemos que algo não esta certo, temos que ter parâmetros para identificar o errado. Se esses procedimentos estão errados, qual seria a solução apresentada pelos senhores teólogos e críticos tais como o ex-presidente Chavez? Uso de novas energias limpas e renováveis; uso de combustíveis alternativos; racionalização do uso da água; proibição total à exploração de reservas ambientais e sua biodiversidade; introdução de novas tecnologias no manejo agro pecuário industrial; introdução de novos procedimentos auto-sustentáveis na indústria? Pois sim! Todas essas novas tecnologias e os custos de sua implantação e viabilização, certamente serão desenvolvidos nos laboratórios das universidades dos países ricos, aos quais os senhores classificam como satã, porque a depender da iniciativa dos governos dos incompetentes latinos tudo ficará como está. Os senhores logicamente supõem que um anjo deveria descer do céu abrir-lhes a consciência e logo em seguida que todas as patentes fossem quebradas a custo zero?! Isso jamais vai acontecer!
            O grande problema da pobre América Latina desde seu descobrimento foi a exploração extrativista, a escravidão e a ignorância endêmica. Hoje ainda há forte influência desses fatores e muito sofrimento! Ninguém pode negar! Mas entendo que o grande vilão contemporâneo na América Latina atende por vários nomes: “corrupção”, “desonestidade”, “picaretagem”, “roubalheira”, “pilantragem”, “lobismo”, “corporativismo”, populismo, assistencialismo, “politicagem”, “burrice”, “incompetência”, ou seja, lá qual adjetivo possa melhor se encaixar. O povo latino americano pobre pisa em sol rico, como observou Eduardo Galeano, em seu livro Veias abertas da América Latina, mas acima de tudo dorme com o inimigo da mesma língua, da mesma raça e cor. Satã americano capitalista aqui e agora esta absolvido!
            Nossa América Latina transformou-se em todos os pontos cardeais no palco iluminado da perda de tempo. Nada funciona a contento! Criaram o Mercosul em nome do orgulho nacionalista latino para enfrentar Satã capitalista. No entanto o que malvado Satã capitalista deve estar fazendo agora é rindo da nossa incompetência. Na Argentina a presidente não sabe onde esta seu nariz. Esta em pé de guerra com todos que produzem e geram riquezas em nome do populismo insustentável e da reacionária Teologia da Libertação. Na Bolívia, Evo Morales desceu a montanha para salvar os pobres e os pobres é que o estão salvando. O Equador, um país minúsculo e pobre, Rafael Correa só sabe fazer discursos comunistas, prometer o impossível e viver do petróleo que vai se acabar. A Venezuela transformou-se no paraíso das turbas felizes com a felicidade que ainda vem, até quando os americanos conseguirem a auto-suficiência do petróleo, o que não demorará a acontecer.  Salvam-se o Chile que pela própria natureza sempre esteve de costas para a América Latina; o Peru que acordou a tempo e fugiu do espeto bolivariano e a Colômbia, que não se alinhou à liderança do comandante coronel venezuelano. Na América Central se salva o Panamá, que optou por se transformar no paraíso que Cuba rejeitou e esta ficando rico. No México o maior e mais rico, voltou ao poder um partido retrogrado com roupagem nova, no corpo de um político jovem que não conseguirá acabar, nem com a pobreza, nem com a corrupção e muito menos com a violência social. Sobrou o Brasil auto-intitulado país do futuro que nunca chega. O PT dupla face, comunista e capitalista, até hoje só fez politicagem, assistencialismo, populismo, discursos de efeito, dormiu no ponto na hora de punir os corruptos cortando na carne para servir de exemplo; impõe a maior carga tributária da história a fim de demagogicamente transferir recursos para os pobres, enquanto, por outro lado, inviabiliza investimentos e a expansão da produção assim promovendo inflação; vem transferindo parte da nossa indústria para a China e ainda por cima as constantes ingerências governamentais criam clima de incerteza para os investidores e empreendedores.
            Finalmente lhes dirijo a pergunta crucial e paulada de misericórdia na consciência teológica demagoga e tagarela: o que se produz de útil e inovador em termos de conhecimento científico no Continente Sulista? Nada! Não há tempo, não há paz, não há recursos financeiros suficientes, não há logística, não há vontade política, não há incentivo aos investidores e empreendedores, não há segurança jurídica, não há metas, não há planejamento, não há coesão em torno de qualquer idéia inovadora, não há compromisso profissional, não há leis severas e claras, não há punição exemplar, não há poder judiciário forte e independente. Pior de tudo: não há know how científico de ponta.
            Caros teólogos da Teologia da Libertação caiam na real e parem de enganar o povo já tão iludido há tantos séculos por tantos pilantras e tanta conversa fiada. Elejam outros alvos para atirar. Esqueçam o Papa e a Igreja Católica. Dirijam suas baterias palavrórias aos verdadeiros inimigos do povo, àqueles que recebem nossos votos e impostos e se agrupam em torno de interesses menores e pessoais. Esses sim são nossos verdadeiros satãs e moram ali logo na esquina. Não há necessidade de discursos fantasiosos de teólogos que sonham com um mundo social comunista, onde tudo gira em torno do Estado com um bando de comandantes fardados e camisa vermelha nos dando ordens e ditando regimentos. Assim o mundo pararia, voltaríamos à idade média, à barbárie, ao feudalismo, aos papas latifundiários, aos sultanatos, aos impérios expansionistas; haveria nova revolução industrial e ideológica e o capitalismo ressuscitaria ainda mais forte, com mais democracia, porque essa ordem esta em consonância com a natureza humana contestatória e livre por natureza. O Estado deve atuar apenas como mediador das relações e difusor de educação de alta qualidade. O homem não existe para servir ao Estado, entretanto o Estado deve atuar para protegê-lo em democracia plena. A isso classifico como sinergia eficiente e auto-sustentável capaz de acabar com a injustiça social que a todos aflige.